sábado, 3 de dezembro de 2016

Tratamento do câncer e doenças autoimunes

Inaugurada fábrica voltada para o desenvolvimento da primeira geração de anticorpos monoclonais
por João Neto - Repórter*
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Nova fábrica brasileira produzIrá medicamentos biológicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) ( FOTO: DIVULGAÇÃO )
A tecnologia para a produção de medicamentos vem evoluindo a cada dia. Com o intuito de atender à demanda do País, uma farmacêutica paulista acaba de lançar a fábrica Biotec que desenvolverá medicamentos biológicos à base de anticorpos monoclonais, proteínas usadas pelo sistema imune para identificar e neutralizar corpos estranhos, em larga escala. Inicialmente, serão criadas substâncias para o tratamento de câncer e doenças autoimunes.
O projeto da empresa Libbs pode chegar ao montante de até R$ 500 milhões. Para a construção da unidade, já foram investidos R$227 milhões de um total de R$ 250 milhões. Esse valor foi financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já para a condução das pesquisas clínicas, o aporte chegará a R$ 250 milhões, repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Produção nacional
A nova unidade fabril, localizada no município de Embu das Artes, em São Paulo, terá capacidade total para produção de mais de 400 kg de biofármacos por ano. Os primeiros seis medicamentos a serem produzidos na fábrica são: rituximabe, trastuzumabe, bevacizumabe, palivizumabe, adalimumabe e etanercepte.
Todos os fármacos estão focados em parcerias como o Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), criado para estimular a produção nacional de fármacos e medicamentos do Ministério da Saúde (MS). Este programa prioriza a transferência de conhecimento para laboratórios públicos. No caso da Libbs, a parceria será com o Instituto de Pesquisa Butantan (São Paulo).
Biológicos
Durante a inauguração da Biotec, ocorrida no fim de novembro, o ministro da Saúde Ricardo Barros, disse que a indústria incentiva a produção nacional e terá impacto direto na queda de custos. Hoje, 51% do que o MS gasta na aquisição de medicamentos é destinado para os produtos biológicos.
"O orçamento com essa finalidade é de R$ 15 bilhões, sendo que metade são medicamentos biológicos de alto custo. Então, há necessidade da transferência de tecnologias e produção de forma mais econômica aqui no País", declarou o ministro.
No primeiro semestre de 2017, serão priorizados medicamentos estratégicos a serem disponibilizados no SUS, todos frutos do PDPs.
O presidente da Libbs, Alcebíades de Mendonça Athayde, ressaltou compromisso da empresa com o avanço dos serviços públicos e promoção de melhorias das condições de trabalho de médicos e funcionários. "Os pacientes terão a garantia de estar recebendo um produto com procedência e qualidade", declarou.
A fábrica contará com tecnologia inovadora no sistema produtivo: o 'single-use'. Nesse caso, os biorreatores, onde são produzidos os anticorpos monoclonais, recebem bolsas descartáveis, que têm como vantagem a flexibilidade e a otimização do processo, já que dispensam operações complexas de descontaminação e assepsia dos equipamentos.
FIQUE POR DENTRO
Biológicos podem substituir quimioterápicos
A partir das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com o governo para transferência de tecnologia para o Instituto de Pesquisa Butantan, a farmacêutica Libbs produzirá seis anticorpos monoclonais.
De forma geral, os tratamentos duram de seis a 24 meses e possibilitam benefício antes impossível de ser obtido somente com o uso dos quimioterápicos e com perfil de toxicidade aceitável.
O tempo de uso médio dos anticorpos monoclonais em oncologia muito variável, uma vez que depende do tipo de tumor, do estágio da doença e da resposta obtida após iniciar o tratamento. Também leva em conta como cada paciente reage ao tratamento e requer um acompanhamento individualizado.
*O jornalista viajou a convite da farmacêutica Libbs
DSA

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