O novo método usa laser e um medicamento feito de bactérias para eliminar os tumores, sem causar os severos efeitos colaterais de terapias tradicionais

O novo tratamento destroi o tumor por meio de
uma associação entre a inserção de fibras óticas na região do períneo e
a injeção do medicamento à base de bactérias marinhas na corrente
sanguínea. (Medioimages/Photodisc/Thinkstock)
As terapias disponíveis atualmente envolvem cirurgia e radioterapia e, frequentemente, deixam como sequelas a impotência e diferentes graus de incontinência urinária. Isso é uma das razões pelas quais muitos homens demoram para procurar tratamento. “Isso [o novo tratamento] muda tudo”, explica Mark Emberton, cientista e médico que testou a nova terapia no University College de Londres, na Inglaterra.
Abordagem inovadora
O medicamento utilizado no novo tratamento é feito de bactérias que vivem em regiões profundas do oceano, praticamente na escuridão, e que ativam suas toxinas quando expostas à luz. A intervenção com o laser é feita através da inserção de dez fibras óticas na região do períneo – o espaço entre o ânus e os testículos para alcançar a próstata.A ativação dos laseres estimula o medicamento injetado na corrente sanguínea, responsável por “matar” os tumores. Os testes clínicos, realizados em 47 hospitais europeus com 413 pacientes mostrou que 49% dos pacientes entraram em remissão completa após o tratamento. Posteriormente, apenas 6% dos homens precisaram ter a próstata removida, em comparação com 30% dos pacientes que não foram submetidos à nova terapia.
Efeitos colaterais
O impacto na potência sexual e no ato de urinar durou apenas três meses – nenhum dos pacientes teve efeitos colaterais significativos dois anos após o tratamento.Um desses pacientes, o britânico Gerald Capon, de 68 anos, contou à rede britânica BBC que está totalmente curado. “Sinto-me extremamente afortunado por ter sido aceito no programa de testes. Sinto que poderei passar o resto da minha vida sem preocupações”, disse.
Para Emberton, essa nova tecnologia representa um momento tão significativo para o tratamento de câncer de próstata e como a remoção localizada do tecido canceroso em vez do seio inteiro foi para as mulheres com câncer de mama.
“A decisão de buscar tratamento sempre foi um balanço entre benefícios e danos. Os danos sempre foram os efeitos colaterais – a incontinência urinária e as dificuldades sexuais para a maioria dos homens. É uma grande transformação termos um novo tratamento que é virtualmente livre de sequela,”, disse afirmou o médico.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 61.000 novos casos da doença em 2016 e 13.000 mortes.
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