domingo, 21 de fevereiro de 2010

RELATOS DE UMA MISSÃO NO HAITI

Os sargentos do Hospital da Aeronáutica de Canoas (Haco) Andrei Strattmann, 28 anos, e Cléber Peixoto, 34 anos, escreveram ao + Canoas e enviaram imagens para contar o que estão vivendo durante a missão humanitária no Haiti. A equipe canoense embarcou na sexta-feira passada e deve permanecer em Porto Príncipe por 30 dias. Também participam da viagem a médica Liliane Gremelmaier, 36 anos, e o diretor do Haco e chefe da missão, o coronel João Carlos de Azeredo, 55 anos. A equipe atua no Hospital de Campanha do Brasil. Confira os relatos:
“Aqui está tudo bem, apesar do calor, que em média é de 45ºC durante o dia. Hoje, 15 de fevereiro, fizemos 223 atendimentos, entre clínica médica, ortopedia, ginecologia e pediatria, que é a maioria, com 97 consultas. Só nesta segunda-feira, foram confirmados 12 casos de malária. O exame é feito aqui mesmo no HCAMP (Hospital de Campanha do Brasil), na hora. Todos eles são encaminhados ao Hospital da Paz, pois não temos estrutura para mantê-los em isolamento.
Atendemos também as crianças de uma ONG, chamada Children’s Village, a maioria delas com fraturas nos membros superiores. Estamos recebendo muitos casos de diarreia, pois a água potável é escassa, inclusive para nós mesmos. O racionamento é constante.

Para ajudar nas traduções, contamos com alguns garotos haitianos, os quais chamamos de ‘bombagai’, que na língua local significa sangue bom. São garotos entre 13 e 20 anos que aprenderam o português com os primeiros militares brasileiros que vieram para as missões de paz da ONU.”
Sargento Andrei Strattmann

“Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. No decorrer das horas de trabalho diário, junto ao povo haitiano, posso perceber o quanto foram afetados por essa catástrofe. Outro fato interessante é a participação de vários países na ajuda humanitária. Nos últimos dois dias, pude trocar informações com japoneses, paquistaneses, jordanianos e, hoje, por exemplo, com militares do exército americano. Trabalhamos em um sistema de ajuda mútua, todos pelas inúmeras vítimas. Há muitos órfãos, muitas crianças separadas dos pais, pois os mesmos estão internados em hospitais diferentes. Agradeço a Deus por estar trabalhando para amenizar tamanha dor e sofrimento.”
Sargento Cléber Peixoto

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