quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dieta do Mediterrâneo pode evitar problemas de memória

Estudo mostrou que pessoas que seguem essa dieta, rica em ômega-3, têm um risco 19% mais baixo de apresentar problemas cognitivos

Dieta do Mediterrâneo: Alimentação é rica em alimentos como frutas, legumes, azeite e grãos integrais
Dieta do Mediterrâneo: Alimentação é rica em alimentos como frutas, legumes, azeite e grãos integrais (Thinkstock)
A dieta do Mediterrâneo, rica em frutas, legumes, peixes, grãos integrais, vinho e gordura saudável, como o azeite, e caracterizada pela baixa ingestão de laticínios gordurosos e carne vermelha, pode reduzir os riscos de perda de memória e outros problemas cognitivos. Foi o que revelou um estudo americano publicado nesta segunda-feira, no periódico Neurology. De acordo com a pesquisa, porém, os efeitos benéficos dessa dieta rica em ômega 3 não se estendem às pessoas com diabetes.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Adherence to a Mediterranean diet and risk of incident cognitive impairment

Onde foi divulgada: periódico Neurology

Quem fez: Georgios Tsivgoulis, Suzanne Judd, Abraham J. Letter, Andrei V. Alexandrov, George Howard, Fadi Nahab, Frederick W. Unverzagt, Claudia Moy, Virginia J. Howard, Brett Kissela e Virginia G. Wadley

Instituição: Universidade de Atenas, Grécia

Dados de amostragem: 17.478 afro-americanos e caucasianos com idade média de 64 anos

Resultado: A adesão à dieta do Mediterrâneo está relacionada à redução do risco de problemas cognitivos, mas essa relação não se aplica a pessoas com diabetes.
O estudo se baseou em informações sobre a alimentação de 17.478 afro-americanos e caucasianos com idade média de 64 anos. A adesão de cada um à dieta do Mediterrâneo foi medida em uma escada de 0 a 9. As funções cognitivas dos participantes também foram avaliadas no início do estudo e anualmente, ao longo da duração da pesquisa, que foi de, em média, quatro anos.
As pessoas que seguiram regularmente a dieta mediterrânea foram 19% menos propensas a desenvolver problemas em suas habilidades de memória e raciocínio do que aqueles que não seguiram a dieta, à exceção das pessoas com diabetes, entre as quais essa associação não foi encontrada.
Hábitos saudáveis – Estudos anteriores já associaram a dieta do Mediterrâneo a benefícios cardíacos e aumento da longevidade. O ômega 3, muito presente nesta tipo de alimentação, também já foi relacionado a benefícios cognitivos.
"A dieta é uma atividade importante, que pode ajudar a preservar o funcionamento cognitivo mais tarde na vida", afirma Georgios Tsivgoulis, médico da Universidade do Alabama em Birmingham e da Universidade de Atenas, na Grécia. "No entanto, é apenas uma de várias importantes atividades de estilo de vida que podem desempenhar um papel no funcionamento mental da velhice", acrescentou.
Tsivgoulis acrescenta que praticar exercícios, evitar a obesidade, não fumar e controlar diabetes e hipertensão também são fatores importantes para a manutenção das funções cognitivas ao longo da vida.


Opinião do especialista

Durval Ribas Filho
Médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN)

"A dieta do Mediterrâneo é rica em ômega 9, uma gordura monoinsaturada presente principalmente no óleo de oliva, azeitonas e castanhas, e em ômega 3, uma gordura poli-insaturada presente no óleo de peixes, como salmão e atum.

Apesar do que mostra este trabalho, diversos outros estudos científicos concluem que a ingestão de peixes de todos os tipos, de duas a três vezes por semana, promove uma diminuição de mais de 20% no risco de diabetes. Os alimentos integrais, presentes nesta dieta, também se relacionam à redução do diabetes".

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