sexta-feira, 31 de maio de 2013

Vacina japonesa reduz em 72% o risco de malária

Resultados, obtidos na primeira fase de testes clínicos, precisam ser confirmados em pesquisas futuras

Mosquito Anopheles, que transmite a malária aos humanos por meio do protozoário parasita Plasmodium falciparum
Mosquito Anopheles, que transmite a malária aos humanos por meio do protozoário parasita Plasmodium falciparum (IRD / N. Rahola )
Cientistas japoneses estão testando uma vacina contra a malária que, segundo eles, pode reduzir o risco da infecção em até 72%. Ao menos foi o que demonstraram os resultados da primeira fase dos testes clínicos – ou seja, feito em pessoas, e não em modelos animais – do tratamento. Para que uma nova terapia seja aprovada, ela deve passar por três fases de pesquisa clínica.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Phase 1b Randomized Trial and Follow-Up Study in Uganda of the Blood-Stage Malaria Vaccine Candidate BK-SE36

Onde foi divulgada: periódico PLoS One

Quem fez: Adoke Yeka, Betty Balikagala, Nahoko Suzuki, Hiroki Shirai, Toshihiro Horii e equipe

Instituição: Universidade de Osaka, Japão

Dados de amostragem: 190 pessoas

Resultado: Os pesquisadores avaliaram a eficácia e a segurança da vacina BK-SE36 para prevenir a malária comparando pessoas imunizadas a indivíduos não vacinados. A vacina parece diminuir em até 72% o risco de infecção e mostrou ser segura.
Ainda não existe uma vacina que evite completamente a malária, e pesquisas que testaram vacinas contra a infecção demonstraram uma redução do risco pequena ou então pouco duradoura. Além disso, a resistência da doença aos remédios vem aumentando, o que piora a eficácia dos tratamentos disponíveis.
O novo estudo, feito na Universidade de Osaka, no Japão, testou a vacina BK-SE36, desenvolvida na própria universidade. A vacina foi feita a partir de uma mistura entre um gel de hidróxido de alumínio e uma proteína geneticamente modificada do parasita responsável pela transmissão da doença.
A vacina foi testada entre no Japão e também em uma região de Uganda onde a malária é endêmica. No país africano, entre 2010 e 2011, os cientistas testaram a vacina em 132 indivíduos de seis a 20 anos e, entre 130 e 365 dias após a imunização, compararam essas pessoas a outras 50 de um grupo de controle, que não haviam sido vacinadas.
De acordo com os pesquisadores, essa fase do estudo mostrou que a vacina é segura e nenhum paciente imunizado apresentou efeitos adversos graves. O efeito protetor demonstrado pelo tratamento, porém, precisa ser confirmado nas próximas etapas da pesquisa clínica.
Os resultados do teste foram publicados nesta semana no periódico PLoS One. Toshihiro Horii, coordenador do estudo, disse à agência de notícias Jiji Press que seu objetivo é que a vacina BK-SE36 seja usada “cinco anos após a realização de um estudo feito com crianças de até cinco anos de idade, que representam a maior parte das mortes por malária”.

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