Procurador afirma que a ação tem como fundamento a Convenção das Pessoas com Deficiências
Com
o objetivo de garantir a reserva de vagas para pessoas portadoras de
deficiências nas instituições de ensino superior que utilizam o Sistema
de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC), o
Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) ingressou, ontem, com ação
civil pública na Justiça Federal.
De
acordo com o procurador da República Oscar Costa Filho, muitos
portadores de necessidades especiais já reclamam do Sisu Foto: Rodrigo
Carvalho
Segundo o procurador da República Oscar Costa
Filho, a ação tem como fundamento a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, assinada em 2007 e promulgada pelo
Brasil em 2009. "Essa convenção diz que os portadores de deficiência
devem ter acesso ao ensino superior", afirmou.
Ele ressaltou que,
hoje, a Portaria Normativa Nº 21/2012, do MEC, reserva vagas para
aqueles que fazem parte das cotas raciais. "É preciso que essa portaria
se estenda e também atenda aos portadores de deficiência".
Além
disso, o procurador comentou que já existe, no Brasil, a lei que reserva
vagas para portadores de necessidades especiais nos empregos públicos.
Essa norma poderá ser utilizada como analogia para que a mudança na
Portaria Nº21/2012 possa ser realizada.
De acordo com Oscar,
muitos portadores de necessidades já estão reclamando desse problema no
Sisu, tanto que a ação civil pública proposta por ele está vinculada a
procedimentos administrativos. Um deles foi instaurado após o
recebimento de uma representação feita por um deficiente visual. Ele
relatou que, ao realizar inscrição no site do Sistema, constatou que não
havia a opção de vagas para pessoas portadoras de deficiência física.
Inclusão
"É
necessário que exista uma política de inclusão dos deficientes não
apenas nas escolas públicas, mas também em nosso ensino superior. Porém,
hoje não existe esse tipo de política para o ensino superior aqui no
Brasil", reclamou procurador. Ele chamou atenção para o fato de que
algumas universidades públicas já destinaram uma cota para os portadores
de deficiência que desejam estudar por lá.
Até o fechamento
desta edição, a assessoria de comunicação do MEC não respondeu o que o
órgão irá fazer em relação a ação civil pública do MPF/CE.
THIAGO ROCHA
REPÓRTER
sexta-feira, 3 de maio de 2013
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