sábado, 12 de julho de 2014

Grupos de alto risco ameaçam controle da Aids

Agência disse que 50% das novas infecções ocorrem entre gays, prostitutas e usuários de drogas injetáveis

A Aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa
Image-0-Artigo-1656814-1 FOTO: MELQUIADES JUNIOR
Genebra Cinco grupos-chave, incluindo os homossexuais, prostitutas e prisioneiros, têm significativamente altas taxas de HIV que estão ameaçando o progresso da luta mundial contra a Aids, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) ontem.
Essas pessoas têm maior risco de se infectar com o vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que causa a Aids, e mesmo assim são as menos propensas a adotar prevenções contra o HIV, realizar testes e tratamento, disse a agência de saúde das Nações Unidas com sede em Genebra.
"Globalmente estamos falhando com certas populações que têm o maior risco, ainda que saibamos que o acesso em geral aos serviços de saúde é precário. São os homens que mantêm relações sexuais com homens, profissionais do sexo, pessoas transexuais, especificamente homens transexuais, pessoas que usam drogas injetáveis e pessoas que estão em prisões ou outros estabelecimentos fechados", disse Gottfried Hirnschall, diretor de departamento na OMS, em uma entrevista coletiva.
"Nós estamos vendo explodir epidemias em algumas dessas populações-chave", disse ele, acrescentando que até 50% dos novos casos de infecção pelo HIV ocorrem nesses grupos.
A OMS disse que estudos estimam que as profissionais do sexo feminino são 14 vezes mais propensas a adquirir o HIV do que outras mulheres, os homens gays são 19 vezes mais propensos a ter o vírus da Aids do que a população em geral, e os homens transexuais têm quase 50 vezes mais probabilidade do que os outros adultos a ter a doença. Para os usuários de drogas injetáveis, os riscos de infecção pelo HIV podem ser 50 vezes maiores do que na população em geral.
Pela primeira vez a OMS disse que "recomenda fortemente" que os homens que mantêm relações sexuais com homens deveriam considerar tomar medicamentos antirretrovirais como uma forma extra de se proteger contra a infecção pelo HIV, ao lado do uso de preservativos.
Prevenção
Tal abordagem, conhecida como profilaxia pré-exposição ou PrEP, é uma forma de as pessoas que não têm o HIV, mas correm o risco de adquiri-lo, se protegerem tomando um único comprimido, geralmente uma combinação de dois antirretrovirais, diariamente. O PrEP, quando adotado de forma consistente, tem demonstrado reduzir o risco de infecção por HIV em pessoas de alto risco em até 92%.
Especialistas em Aids estimam que a incidência do HIV entre homens homossexuais poderia ser reduzida entre 20 a 25% com o PrEP, evitando até 1 milhão de novos casos de infecção nesse grupo em 10 anos.
Infectados
Cerca de 35,3 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da Aids. Em contrapartida, o número anual de mortos pela Aids está caindo, registrando 1,6 milhão de vítimas em 2012 de um pico de 2,3 milhões em 2005. Novas infecções por HIV estão também em constante declínio, uma queda de cerca de um terço em 2013 em relação a 2011.

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