terça-feira, 2 de novembro de 2010

Apesar de ´normalizado´, pacientes não são atendidos-TRAUMATOLOGIA DO FROTINHA

Mesmo com médico, o serviço de traumatologia do Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira, conhecido como Frotinha de Parangaba, continua crítico. Ontem, o cenário encontrado na unidade foi de desespero, revolta e reclamação. Muitos pacientes com dor voltavam sem atendimento. Apenas um profissional atendia uma demanda muito grande de pessoas que esperava no corredor pelo momento tão aguardado em que seriam atendidos.O Diário do Nordeste denunciou, na última sexta-feira (30), que a unidade não contava com médico traumatologista, que inclusive é o chefe de equipe da unidade. A alternativa encontrada pelos pacientes foi procurar outras unidades, como o Frotinha do Antônio Bezerra.A explicação só foi dada ontem pela secretária da diretoria médica, Ivoneide Mendonça, já que a reportagem foi impedida de entrar no hospital, na sexta-feira. "O único médico que atende urgência emergência às sextas-feiras durante o dia faltou ao trabalho por motivo de doença", informou Ivoneide.Falta atenção-Apesar de a traumatologia do Frotinha da Parangaba ter sido "normalizada", ontem, com a presença do médico, as pessoas reclamavam da espera e alguns voltavam da recepção sem conseguir atendimento ou, até mesmo, a atenção devida.Com o pé inchado, resultado de uma torção, e chorando de dor, a estudante Manuela Lopes da Silva Pereira, de 21 anos, disse que não conseguiu ser atendida porque chamavam de dez em dez pessoas e já havia esgotado a demanda, por hora.O próximo atendimento, segundo a estudante, só seria às 18 horas, horário de entrada do traumatologista da noite. "Nem sequer fizeram minha ficha. Nunca vi isso aqui tão lotado". Conforme a secretária, a equipe de ontem, composta por dois médicos, que cobriram o turno diário, atendeu toda a demanda prevista. "Mas a maior parte das pessoas que procuram o hospital é caso de atendimento nos postos de saúde", disse. Porém, como informaram algumas pessoas que aguardavam no pátio externo do Frotinha, para se conseguir senha nos postos de saúde é preciso dormir na fila.Outro problema relatado por Ivoneide é que os pacientes desejam atendimento imediato. "Eles não querem aguardar e não é assim. Existem casos mais graves que precisam ser priorizados", argumentou.Além disso, a secretária acrescentou que muitos pacientes vêm do Interior para o Frotinha da Parangaba. "Quando não dá a gente só atende emergência".Engessar o braço-No entanto, a espera chega a ser de mais de dez horas. Foi o caso do estudante Jonathan Paiva Ribeiro. Ele chegou ao hospital às 6h30 para engessar o braço e só foi atendido às 16 horas. Mesmo depois de aguardar por tanto tempo, o estudante acabou não tendo o braço engessado. "Isso só para tirar raio-x e colocar atadura. É muita gente para pouco médico", reclamou o pai do menino.De acordo com a secretária, às quartas-feiras e às sextas-feiras, no período noturno não existe profissional de plantão. Questionada sobre o problema, Ivonete Mendonça disse que a solução está em a Prefeitura de Fortaleza mandar concursados para cobrirem a falta de médicos profissionais.De acordo com o secretário de Saúde do Município de Fortaleza, Alex Mont´Alverne, o hospital não deve rejeitar nenhum paciente. "Os casos mais graves precisam, realmente, ser priorizados, mas não deve voltar ninguém. Para isso, fazemos avaliações constantes para averiguar a demanda", colocou.O secretário acrescentou que de 2004 para cá houve uma redução em 30% de atendimentos menos graves no Frotinha da Parangaba em função do atendimento 24 horas e nos fins de semana dos postos de saúde.Mas Mont´Alverne avisou que, caso a negligência de pacientes esteja realmente acontecendo, isso será averiguado.Sem médicos-Sobre o problema de turnos sem médicos no Frotinha, o secretário informou que não tem nenhuma escala sem profissional. "Existem dois clínicos, dois cirurgiões, dois anestesistas e dois traumatologistas no hospital que preenchem os plantões", afirmou Alex Mont´Alverne.O secretário reconheceu que existem lacunas na unidade. Mas, segundo ele, profissionais estão sendo chamados à medida que surgem cargos vagos."Estão previstos 200 convocações e assumiram 150 profissionais em toda a rede pública municipal. Atualmente, são 30% de terceirizados e 75% de profissionais do quadro", lembrou.Porém, como informou o secretário Alex Mont´Alverne, a extensão dos quadros só acontecerá com a ampliação do hospital que vai ocorrer quando da inauguração da parte nova que está sendo construída, prevista para ser concluída em 2011."Essa ala conterá uma grande emergência com 20 leitos, áreas de risco, tomógrafo e área de imagem com raio-x", enumerou Alex Mont´Alverne. De acordo com o secretário, a área nova será maior do que o espaço existente atualmente.Profissionais2 traumatologistas atendem na escala de plantão da unidade de trauma do Frotinha da Parangaba, de acordo com o secretário de Saúde do Município de Fortaleza, Alex Mont´Alverne75% dos médicos do Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira, o Frotinha da Parangaba, fazem parte do quadro geral de contratados e 30% são os terceirizados

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