Participarão do estudo brasileiras, argentinas, chilenas, mexicanas e uruguaias com câncer "localmente avançado", quer dizer: com um tumor que já se espalhou pela mama, mas ainda não atingiu outros órgãos e tecidos. Segundo a coordenadora de pesquisa do Inca (Instituto Nacional de Câncer), Marisa Breitenbach, a maioria dos diagnósticos no Brasil ocorre nesse estágio.
Além do Inca, conduzirão a pesquisa no país o Hospital AC Camargo, o Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira e o Hospital de Barretos. Juntos, eles devem recrutar 200 voluntárias por ano, em três anos. A conclusão da pesquisa deve ocorrer em cinco anos.
SUBTIPOS
As pacientes serão submetidas ao tratamento padrão para esses casos de câncer, com quimioterapia e cirurgia para a retirada do tumor. Mas, diferentemente do que normalmente ocorre, o tumor terá seu perfil genético investigado - o objeti

Breitenbach explica que a expectativa é que existam padrões que se repetem em diferentes mulheres, mesmo que essas mutações não tenham caráter hereditário, e sim tenham sido desencadeadas ao longo da vida. Com a identificação desses perfis, o próximo passo será analisar a resposta de cada grupo ao tratamento.
"O que queremos é oferecer tratamentos específicos para cada subtipo de câncer, evitando tratamentos genéricos que não têm nenhum resultado efetivo e representam sofrimento para a paciente e custos para o sistema de saúde", diz Breitenbach.
Hoje, alguns exames já identificam diferentes subtipos de câncer de mama.
Algumas células malignas mantêm os receptores de estrogênio característicos das células sadias. Nesses casos, o tratamento inclui a administração de um bloqueador desse hormônio, que, de outra forma, estimularia o crescimento do tumor, exemplifica a pesquisadora. DIAGNÓSTICO TARDIO
"O câncer de mama não é uma só enfermidade. Há diferentes tipos e, dependendo do tipo, há um tratamento que pode ser químio, terapia hormonal ou combinação com cirurgia. Por isso é tão importante obter diagnóstico certeiro" diz Jorge Gomez, diretor para a América Latina do National Cancer Institute.
Essa entidade dos EUA, que participou do desenho da pesquisa, dará US$ 2,5 milhões anuais para o projeto.
As voluntárias também responderão a questionário epidemiológico sobre grau de conhecimento da doença, acesso a consultas e o tempo de espera para realização de exames, entre outros.
"O câncer de mama tem cura se há detecção precoce. É preciso entender porque as pacientes chegam já num estágio avançado", diz Gomez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário