sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Empresa que fabrica pulseira quântica é multada por propaganda enganosa na Espanha

A promessa de que suas pulseiras "contêm um holograma que armazena frequências que reagem positivamente ao campo de energia natural do seu corpo para melhorar a força, equilíbrio e flexibilidade", custou à Power Balance na Espanha o equivalente ao preço de 428 pulseiras: 15.000 euros. Esse valor é referente à multa aplicada pelo governo por propaganda enganosa, de acordo com o jornal "El País". A associação dos consumidores espanhola Facua entrou com uma ação contra a empresa em abril deste ano. Ela considera a pulseira "ridícula".
A Power Balance já vendeu mais de 300 mil pulseiras em toda Espanha, que custam entre 35 e 42 euros.
Segundo o periódico, o site da empresa encontra-se temporariamente indisponível.
No total, a Facua arquivou 14 denúncias sobre este tipo de produto, uma para cada marca de pulseiras milagrosas detectada.
As empresas que distribuem essas pulseiras demonstram seus efeitos com base em testes de equilíbrio, mas não há relatos científicos que justificam esses efeitos. Em maio, um estudo da Faculdade de Educação Física e Esporte da Universidade Politécnica de Madri, com 79 voluntários, constatou que os braceletes não têm efeito. "Os resultados nos levam a concluir que as pulseiras Power Balance não têm qualquer efeito sobre o equilíbrio, nem mesmo efeito placebo", disse o líder do estudo, Jesus Javier Rojo, médico e professor de saúde e desempenho humano, ao jornal El País.
Dois surfistas da Califórnia, os irmãos Rodarmel, são responsáveis pela invenção que conquistou milhares de pessoas. O sucesso na Espanha foi imediato e acompanhada por uma política agressiva de patrocínio de eventos.
Em abril, o Instituto Nacional do Consumidor (dependente do Ministério da Saúde espanhol) enviou uma mensagem às comunidades autônomas, advertindo que estas pulseiras fazem publicidade enganosa.
NO BRASIL
A propaganda dos fins terapéuticos das pulseiras bioquânticas está suspensa no Brasil desde o dia 3 de setembro deste ano, quando a determinação foi publicada pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Diário Oficial da União.
Tanto a revendedora da empresa Power Balance (americana) quanto a Life Extreme (brasileira) foram proibidas de alardear supostos efeitos como a melhora do equilíbrio e o estímulo da circulação sanguínea.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Vigilância Sanitária, as companhias se comprometeram a retirar a propaganda de seus sites e outros meios de comunicação. Desde então, segundo a Anvisa, não foram encontradas irregularidades.
Caso infringissem a determinação, as multas às empresas poderiam variar de R$ 2.000 a até R$ 1,5 milhão.

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