
Estudos realizados em 2004 apontam que, das gestantes no País, cerca de 1,6% possuía sífilis. Estima-se que dessas mulheres 0,4% seja portadora do HIV. Cerca de 40% das crianças infectadas com sífilis morrem ainda no útero ou de forma prematura. Nas demais, a sífilis congênita pode se manifestar com alterações que vão de anemias a deformidades ósseas e dificuldades cognitivas.
Antonio Gomes Pinto, gerente do Programa de Reativos para Diagnóstico de Bio-Manguinhos, explica que os testes disponíveis no mercado - como VDRL, RPR, FTA-ABS ou o Elisa - dependem, em boa medida, da qualidade dos técnicos e dos laboratórios responsáveis pelo exame. "Os resultados podem variar se não forem obedecidos os mínimos detalhes da técnica de execução", aponta o pesquisador. "Muitas vezes, os resultados não são confiáveis."
O novo exame de Bio-Manguinhos será oferecido na forma de um kit prático que não requererá treinamento complexo para ser usado (mais informações

Etapas. O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, deve assinar hoje o contrato de transferência de tecnologia entre a empresa americana Chembio Diagnostic, criadora da plataforma DPP, usada no teste, e o laboratório público Bio-Manguinhos.
Já no primeiro semestre do próximo ano, o objetivo é incorporar à rede de saúde um teste com a plataforma DPP que identifique os anticorpos produzidos pelo organismo quando encontra os antígenos da bactéria causadora da sífilis. O método ainda possui o inconveniente de apresentar falsos positivos quando alguém eliminou o microrganismo, mas ainda carrega anticorpos contra a doença.
Mas, no segundo semestre, a ideia é incorporar ao exame um teste para detectar anticorpos contra antígenos produzidos pelo dano celular causado pela bactéria. Tais anticorpos estão presentes apenas quando a infecção está, de fato, ativa.
O exame contará com uma janela imunológica - período em que o teste dá negativo, pois o corpo ainda não produziu anticorpos - relativamente curta: cerca de uma semana.
A plataforma DPP já é usada por Bio-Manguinhos para produzir exames para HIV, leptospirose e leishmaniose.
O teste para o HIV, por exemplo, apresenta sensibilidade de 10 a 50 vezes superior aos demais métodos de diagnóstico rápido disponíveis no mercado.
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