terça-feira, 17 de setembro de 2013

Em oito anos Casos de sífilis crescem 163,6%-Ce

O número de casos de sífilis congênita no Ceará quase triplicaram em oito anos. Saltou de 366 em 2005, para 965 no ano passado, o que representa crescimento de 163,6%. Chama atenção que dos casos registrados em 2012, 60% (579) estão concentrados em Fortaleza. Outro dado de alerta é que mais da metade das crianças tiveram o diagnóstico somente no momento do parto ou pós-parto. Neste ano, já são 502 confirmações da doença, até o último dia 11 de setembro, sendo 266 (53%) na Capital, conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Os altos índices no Estado refletem uma falha no pré-natal, que não estaria sendo realizado de forma completa pelos municípios cearenses FOTO: HELOSA ARAÚJO
O órgão também alerta que entre 70% e 100% das mulheres com sífilis não tratada ou cuidada inadequadamente transmitem a doença para os seus bebês durante a gravidez. Acrescenta ainda que os problemas relacionados a essa doença podem ser evitados com medidas de proteção e prevenção realizadas em um pré-natal de qualidade pelas equipes de saúde da família em cada município.

Parto
O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonsêca, explica que os casos de sífilis congênita cresceram após o Ministério da Saúde estabelecer como condição para o pagamento da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) a realização do teste de sífilis e HIV na hora do parto.

O gestor salienta que os altos índices no Estado refletem uma falha no pré-natal, que não estaria sendo realizado de forma completa pelos municípios cearenses, uma vez que a cobertura de pré-natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado do Ceará é de 90%.

Durante a gestação, a mulher deve fazer, pelo menos, um total de três testes VDRL (do inglês, Venereal Disiease Research Laboratory): no começo da gestação, no terceiro trimestre e na hora do parto.

Ao descobrir a sífilis na hora do parto, são várias as complicações que o bebê pode vir a ter. Entre eles, cita o gestor, problemas neurológicos, convulsões, baixo peso, má formação óssea, parto pré-maturo e até a morte do bebê ao nascer, sem motivo aparente. Para o coordenador da Sesa, o grande desafio é tratar a mãe e o parceiro durante a gravidez, uma vez que a mãe é infectada pelo companheiro.

FIQUE POR DENTRO
Doença pode se manifestar em três estágios

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa.

O terceiro pode não apresentar sintoma, o que dá a falsa impressão de cura. Com o desaparecimento dos efeitos, o que acontece com frequência, as pessoas se despreocupam e não buscam diagnóstico.

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