sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Neste ano Sete pessoas morrem após contrair calazar-Ce

Somente em Fortaleza, já foram registrados 110 casos da doença em humanos, conforme a Secretaria Municipal

Neste ano, 110 pessoas em Fortaleza foram infectadas pela leishmaniose, doença conhecida como calazar. Desse total, sete morreram - sendo três deles já portadores de outras doenças, o que aumenta as chances de óbito - segundo números da Coordenadoria de Combate à Doença da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Conforme o médico veterinário e coordenador do programa, Arturo Carvalho, neste mesmo período, 4,1 mil cachorros foram contaminados. Número 152% maior do que esse espaço de tempo em 2012, quando 1.618 contraíram a doença.

O Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Ceará (Uece) oferece cuidados para animais como cachorros, que costumam contrair a doença FOTO: JOSÉ LEOMAR

Entre os bairros que merecem atenção redobrada por parte da SMS estão a Barra do Ceará, com seis casos neste ano, e uma média de 11 registros confirmados por ano. Depois aparece Messejana, com média de oito ocorrências anuais; Bom Jardim, com 6,3/ano; Jangurussu, com a mesma média; Jardim Iracema, com média de seis casos/ano; Antônio Bezerra, com 5,7; Mondubim (5,3/ano), Cristo Redentor e Vila Velha, cada com média anual de 4,7 casos.

"Fortaleza, desde o ano de 2005, tem apresentado um crescimento do número de casos humanos e óbitos por essa enfermidade", lamenta Arturo. No entanto, diz, esse fato não é restrito à capital cearense. "Também problema sanitário em várias cidades nordestinas, devido a fatores climáticos, ambientais e graves deficiências estruturais, como por exemplo, a falta de saneamento básico", frisa.

Exames

Calazar é prevenção, enfatiza ele, acrescentando que o trabalho é realizado o ano inteiro. Ele diz que se deve levar os cães para exames periodicamente, não só quando existe a suspeita de doenças. Devem ser usados produtos veterinários para repelir o mosquito transmissor, além de evitar acúmulo de matéria orgânica em locais úmidos.

De acordo com informações do veterinário, crianças de zero a dez anos de idade, assim como adultos com mais de 60, estão no grupo de pessoas mais vulneráveis à doença. Arturo alerta para um fator importante: o calazar, muitas vezes, é assintomático. "Nesses casos, o cachorro ou o humano é infectado sem saber e continuará transmitindo a leishmaniose", salienta. Por isso, alerta Arturo, é preciso atenção: muitas pessoas apresentam os primeiros sintomas, como indisposição, febre intermitente e dor de cabeça, mas são diagnosticadas com virose.

O infectologista Anastácio Queiroz explica que os óbitos em humanos geralmente ocorrem nos casos mais graves da doença e quando acomete pessoas acima de 60 anos ou crianças pequenas, com menos de seis meses de vida. Sobre o diagnóstico da doença, ele afirma ser necessário a observação dos sintomas, como febre por mais de duas semanas, volume do abdômen aumentado, anemia ou índice de plaquetas baixas. "São sinais de alerta para o calazar".

A leishmaniose visceral é transmitida ao homem, principalmente, por meio da picada do mosquito flebotomíneo. É uma doença crônica. A cura no homem é de 95%.

LÊDA GONÇALVESREPÓRTER

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