terça-feira, 10 de setembro de 2013

SP: quatro novos casos de DST são registrados por dia

Levantamento divulgado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas revela que, em 2012, foram registrados 1.330 novos casos de DSTs

O uso de preservativos durante as relações sexuais é indicado para a prevenção contra DSTs
O uso de preservativos durante as relações sexuais é indicado para a prevenção contra DSTs (Thinkstock)
Todos os meses, 108 casos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são diagnosticados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas — uma média de 3,6 casos por dia. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, foi realizado em 2012, ano em que foram registrados 1.330 casos de DSTs. “Esses dados refletem o que vemos na prática médica: as relações sexuais estão acontecendo sem o uso de preservativos”, afirma Caio Rosenthal, infectologista do Instituto Emílio Ribas. 
Segundo a pesquisa, a DST mais frequente é a sífilis, responsável por 40% das ocorrências de 2012 — é importante lembrar que estes números correspondem apenas à sífilis adquirida, ou seja, aquela cujo contágio acontece por meio da relação sexual, e não por transmissão congênita, da gestante infectada para o bebê.
 “Estamos vivendo uma verdadeira epidemia silenciosa de sífilis”, alerta Rosenthal. Segundo ele, por causa da ausência de sintomas em muitos casos, a maioria das pessoas não busca atendimento médico para checar se foram infectadas. Para o médico, a doença vem se propagando com mais facilidade porque pode ser transmitida por outros meios além da relação sexual, como o beijo. “A sífilis não é uma doença que pode ser totalmente bloqueada com o uso da camisinha, como acontece com o HIV. Além disso, muitas pessoas nem sabem que estão infectadas, e acabam tendo contato com outros indivíduos e passando a infecção adiante.”
Depois da sífilis, estão a hepatite B e a candidíase, responsáveis, respectivamente, por 19% e 11% dos casos. Outros problemas, como o HPV (causador do câncer de colo de útero), clamídia, cancro mole e gonorreia também foram identificados. 
Ainda de acordo com o levantamento, 82% das infecções detectadas ocorreram em homens, e a maioria dos pacientes está na faixa etária dos 30 aos 40 anos de idade. Uma parte desses pacientes diagnosticados com novas DSTs já são portadores do vírus HIV e faziam acompanhamento no Instituto Emílio Ribas. 
Exames — Segundo Rosenthal, uma orientação importante em relação às doenças sexualmente transmissíveis é o hábito de fazer exames. “Qualquer pessoa que não tenha um parceiro fixo, ou tenha relações com mais de um indivíduo deve realizar exames periodicamente para verificar o contágio de DSTs.”

Saiba mais

SÍFILIS
Doença muito contagiosa causada por uma bactéria. Em um terço dos casos, apenas um encontro sexual com alguém contaminado é capaz de causar infecção na outra pessoa. Os sintomas principais costumam aparecer entre três e quatro semanas após a infecção, e incluem feridas que podem surgir em vários lugares como o pênis, a vagina, o ânus ou a boca, além de erupções cutâneas na palma da mão ou na planta do pé. Mesmo sem o tratamento, esses sintomas desaparecem, mas podem reaparecer mais tarde. Se não for tratada, a sífilis pode levar a consequências graves como demência, meningite e dificuldade para andar. 
HEPATITE B
Causada por um vírus que pode estar presente no sangue, na saliva, no esperma ou nas secreções vaginais, a hepatite B costuma causar náuseas, vômitos, febre, perda de apetite e dores abdominais. Em alguns casos, porém, a doença pode não manifestar esses sintomas. A hepatite pode ser aguda (de curta duração) ou crônica (persiste por pelo menos seis meses). 
CANDIDÍASE
Infecção provocada por fungos que pode causar coceira na vagina e no pênis, além de corrimento branco e ardor para urinar, no caso das mulheres. A doença é mais frequente em pessoas que recebem tratamentos com antibióticos, pois o medicamento pode destruir bactérias que impedem a proliferação dos fungos responsáveis pela infecção. 
HPV​​
Trata-se de um grupo de vírus que podem provocar, entre outros problemas, o câncer de colo de útero. Esse tipo de câncer, também conhecido como câncer cervical, é uma doença de evolução lenta. Em sua fase inicial, é assintomático; nos estágios mais avançados, os principais sintomas costumam ser sangramentos vaginais e corrimentos de cor escura. 
CANCRO MOLE​​
O cancro mole, também conhecido como cancroide, é uma doença causada por bactérias que costuma provocar lesões genitais dolorosas. Os primeiros sintomas, que aparecem de dois a 15 dias após o contágio, incluem dor de cabeça, febre e fraqueza. O aparecimento de um caroço na virilha devido à doença pode dificultar a movimentação das pernas.
GONORREIA​​
Doença causada por uma bactéria que pode infectar o revestimento mucoso da uretra, do colo uterino, do reto, da garganta ou da membrana ocular. Ela também pode causar infertilidade em homens e mulheres, aumentar o risco de infecção pelo HIV e provocar aborto espontâneo. Em recém-nascidos de mulheres com gonorreia não tratada, podem ocorrer casos de infecção severa no olho, levando até mesmo à cegueira. 

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