sábado, 28 de setembro de 2013

Mais médicos- Federação promete fiscalizar hospitais do CE

Ao todo, 253 pacientes aguardam leitos em unidades de saúde de Fortaleza, segundo números da Fenam

Na semana em que as atividades do Programa Mais Médicos tiveram início em todo o Brasil, representantes da Federação Nacional de Médicos (Fenam) estiveram em Fortaleza para fazer uma avaliação das condições de atendimento nas principais unidades hospitalares da Capital. O resultado apurado reafirma, as deficiências e precariedades da estrutura dos serviços de saúde oferecidos à população da cidades. Diante disso, a diretoria da entidade prometeu investigar e fiscalizar o sistema.

Ontem, o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, visitou a unidade de Horizonte FOTO: LUCAS DE MENEZES

De acordo com a instituição, o cenário encontrado mostra o contraste entre a superlotação e o subfinanciamento. Dados de ontem revelaram que, nos hospitais mais procurados pelos fortalezenses, a insuficiência de leitos não apresentou nenhum retrocesso nos últimos meses. Segundo João Batista, médico do Programa de Saúde da Família de Fortaleza, o relatório apontou que o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), por exemplo, apresentava, ontem, 53 pessoas em estado de saúde grave estavam aguardando vagas.

No Hospital de Messejana, 50 pacientes com indicação de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se encontravam nos jardins da unidade, também sem perspectiva de auxílio. A situação se repetia no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), com 70 pessoas na fila de espera, e no Instituto José Frota (IJF), com 80 pacientes em corredores.

Relacionando os fatos à inauguração dos trabalhos do Mais Médicos no Estado, Batista afirma que a discrepância entre a demanda crescente de pacientes e a retração da quantidade de vagas ofertadas nas unidades é a principal responsável pelo acúmulo, e não a ausência de profissionais. Ele destaca, ainda, o subfinanciamento da saúde no País e a má gestão dos recursos como agravantes do quadro crítico. Segundo informações do Ministério da Saúde apresentadas pelo médico, nos últimos três anos, 13 mil leitos foram extintos no Ceará.

"O poder público espera o indivíduo adoecer para depois resolver o problema, o que acarreta custos muito maiores. E a categoria eleita culpada por esse caos são os médicos, mas a culpa da fila de espera é a gestão".

Denúncias

Além do diagnóstico exposto, o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, afirma que a instituição tem recebido denúncias de médicos de todo o Brasil integrantes do Programa Mais Médicos a respeito de irregularidades.

Conforme ele, no Estado do Rio Grande do Norte, profissionais que se hospedaram em hoteis, pois ainda não encontraram moradia, estão sendo ameaçados de despejo devido à falta de recursos para o pagamento das diárias. Na Bahia, médicos estão trabalhando em postos de saúde sem banheiros. Em outras localidades, Conselhos Regionais estão recebendo médicos com diplomas em línguas estrangeiras como russo e árabe solicitando registros profissionais, impasse que vem causando grandes dificuldades às entidades.

Na próxima segunda-feira, dia 30 de setembro, representantes da Fenam se reunirão com líderes do governo federal para discutir o Programa Mais Médicos. Ontem, O secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Monteiro, visitou a Unidade Básica de Saúde José Gomes da Silva, no bairro Zumbi, em Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

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