No pós-operatório e durante todo o processo, receptor e familiares recebem assistência psicológica
Antes
de receber qualquer órgão, o paciente é preparado clínica e
psicologicamente, medida fundamental para o sucesso de um transplante.
Os hospitais que realizam esse tipo de cirurgia no Ceará possuem uma
equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeira, nutricionista,
assistente social e psicólogo, responsável por fazer todo o
acompanhamento a quem vai ser transplantado.
Nas
unidades do Ceará, como o Hospital de Messejana, uma equipe
multidisciplinar, formada por médicos, enfermeira, nutricionista,
assistente social e psicólogo, acompanha quem vai passar por transplante
Foto: José Leomar
Aliás, antes mesmo de entrar na lista
de espera por um órgão, o paciente já recebe apoio. Cabe ao médico, por
exemplo, fornecer o diagnóstico e analisar a situação do doente. A
enfermeira providencia os exames. A nutricionista cuida da alimentação. E
a assistente social faz a avaliação familiar e socioeconômica.
"Encaminhamos os pacientes para a Casa de Apoio, fazemos a visita
domiciliar para verificar as condições da casa que vai receber o
transplantado e orientamos a família para o tratamento", lista a
assistente social do Hospital de Messejana, Marilza Pessoa.
No
pós-operatório, pacientes e familiares recebem assistência psicológica. O
medo é o principal sentimento de todos eles. Da morte, de não dar certo
e da rejeição. Tudo começa com a angústia da espera por um órgão. A
psicóloga do Hospital de Messejana, Márcia Gurgel, revela que a fantasia
também faz parte do processo. "Eles acham que, ao receber um órgão de
outra pessoa, haverá interferência na personalidade. Além disso, existe a
preocupação quando o doador era fumante, por exemplo", descreve. Ela
explica, no entanto, que são mitos que surgem quando não há a
informação. Daí a necessidade de orientar sobre todas as fases de um
transplante.
Para a psicóloga, receber um órgão é uma
ressignificação da vida. "O mais importante de tudo é que eles adquirem
novos valores. Alguns fazem as pazes com familiares. É um aprendizado",
revela.
Segundo o presidente da Associação Cearense de
Transplantados e Pacientes Hepáticos (Acephet), e também transplantado,
José Wilter Ibiapina, a pessoa vive um impacto emocional muito grande. É
uma mistura de agonia, medo, desinformação e ansiedade. Ele acredita
que o acompanhamento da equipe multidisciplinar é de extrema importância
nesse momento de fragilidade. "Isso tranquiliza o paciente. Quando
soube que ia passar pela cirurgia de fígado, tive depressão, mas, com o
tempo, a gente vai se inteirando da situação e as coisas vão
melhorando", narra.
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto
Studart Gomes, referência no Norte e Nordeste em transplante do coração,
já realizou, neste ano, 23 cirurgias. A unidade também fez sete
transplantes pulmonares, desde 2011. Hoje (26), a unidade promove
diversas ações como parte da Campanha Nacional de Doações de Órgãos e
Tecidos que, neste ano, tem como lema "Fazer o bem, faz bem. Doe
órgãos".
Doe de Coração
Com o pedido "Doe
de Coração", a campanha realizada pela Fundação Edson Queiroz, com
apoio do Sistema Verdes Mares e parceria da Universidade de Fortaleza
(Unifor), tem mobilizado muitas famílias a doarem órgãos em dez anos de
atuação.
O movimento aniversaria em setembro, justamente quando
se comemora o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Neste momento, uma ampla
campanha de comunicação é veiculada em meios variados, através de
anúncios de jornal, inserções em TV e distribuição de folders, cartazes,
adesivos e camisas.
LINA MOSCOSOREPÓRTER
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
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