sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Saúde gastou R$ 200 milhões com acidentes de trânsito em 2011

Segundo a coordenadora da Área Técnica de Vigilâncias e Acidentes do Ministério da Saúde, o Brasil enfrenta "uma epidemia" de acidentes de trânsito

Do Portal Terra
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Levantamentos do Ministério da Saúde sobre internações hospitalares e gastos com tratamento mostraram nesta quinta-feira que acidentes de trânsito geraram um gasto de R$ 200 milhões aos cofres públicos. Segundo a coordenadora da Área Técnica de Vigilâncias e Acidentes da pasta, Marta Maria Alves da Silva, o Brasil enfrenta "uma epidemia" de acidentes de trânsito. Em 2011, foram internadas em hospitais da rede pública 153.565 vítimas de acidentes.
A agravante é que, do total das internações, 48% envolveu motociclistas. "Isso caracteriza uma situação epidêmica, e as causas mais comuns são: direção perigosa e condução das motos por pessoas alcoolizadas", destacou Marta Alves, ao participar hoje do seminário Políticas para o Trânsito Seguro de Motos, promovido pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
A técnica disse que o governo como um todo e não apenas o Ministério da Saúde tem desenvolvido uma série de ações para reduzir os números de acidentes no trânsito. Os investimentos são destinados principalmente à reestruturação dos centros de saúde e hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), além da preparação dos profissionais de saúde.
 
O problema, segundo Marta Alves, é que apesar dos investimentos feitos as estatísticas demonstram crescimento no número de acidentes e principalmente de óbitos ano a ano. "É preciso inverter essa tendência com investimentos maciços em prevenção, especialmente para conscientizar sobre o perigo do excesso de velocidade e de dirigir alcoolizado", frisou a técnica. Segundo ela, 30% dos leitos dos prontos-socorros são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito, e 25% dos condutores que dão entrada nos hospitais morrem.
 
Os dados da Associação Brasileira de Medicina no Tráfego (Abramet) confirmam os levantamentos feitos pelo governo. O presidente da entidade, Dirceu Rodrigues Alves Júnior, ressaltou que a cada dez leitos ocupados nas unidades de terapia intensiva (UTIs), quatro são por acidente de trânsito, especialmente condutores de motos.
 
"O que acontece, não temos lugar para internar na UTI pessoas vítimas de outras ocorrências, como infarto e doenças crônicas. O que fazemos é transferi-los para enfermarias", disse o presidente da Abramet. Para ele, o problema só vai ser revertido com a melhoria dos serviços de qualificação dos motoristas, especialmente motociclistas.

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