Já são 9 no total, com novos registros em Casimiro e São Pedro da Aldeia. Estado garante vacinas para 28 cidades
Rosayne Macedo
Rio
- Subiu para nove o número de casos de febre amarela silvestre
confirmados no Estado do Rio. Dois dos três novos registros são em
Casimiro de Abreu — onde já havia cinco casos, um deles com morte — e um
em São Pedro da Aldeia, também na Região dos Lagos — o paciente havia
visitado a zona rural de Casimiro.
O outro caso
confirmado é de um morador de São Fidélis, no Norte Fluminense. A
Secretaria estadual de Saúde (SES) também anunciou que esperava receber
do Ministério da Saúde, ainda ontem, novos lotes da vacina para
abastecer 28 municípios considerados vulneráveis a um possível surto da
doença. O número total de doses esperado não foi divulgado.
Com a notícia de que o estoque de vacinas acabava ontem no Rio,
fila ficou grande em posto de saúde da Tijuca, mas atendimento foi
rápido
Rosayne Macedo / Agência O Dia
Após se reunir com o presidente Michel Temer em
Brasília, o prefeito Marcelo Crivella disse que, até o final da semana, o
governo federal enviará mais 200 mil doses de vacina contra a febre
amarela. “Vamos fazer cinturão na cidade do Rio”, anunciou, ao destacar,
porém, que “não há nenhum caso” de febre amarela registrado na cidade.
Com
o anúncio de que as doses acabariam ontem, muita gente correu aos
postos de saúde no Rio. “Soube que ia acabar e vim trazer meus dois
filhos, de 11 e 12 anos. Onde eu moro tem muito verde, muito mato, é
muito úmido... Por isso acho melhor prevenir”, contou a dona de casa
Gisele Silva, de 35 anos, que mora no Grajaú e recorreu ao CMS Heitor
Beltrão, na Tijuca.
Apesar da longa fila, com mais de 70
pessoas, o atendimento não levou mais de uma hora. O número de
funcionários destacado para o serviço —pelo menos 10 — era visivelmente
maior em relação a dias anteriores.
Em nota, a prefeitura de São
Pedro da Aldeia informou que o paciente diagnosticado com febre amarela
não foi infectado no município, mas na zona rural de Casimiro de Abreu.
"A
Secretaria Municipal de Saúde segue em contato com o Estado, a fim de
identificar quadro clínico, dados e unidade onde o paciente está
recebendo devido tratamento. Vale destacar que não há nenhum caso
confirmado de morador infectado no território de São Pedro da Aldeia",
diz o documento. Dose deve ser fracionada
Diante
da grande procura pela vacina em vários estados, o Ministério da Saúde
já estuda fracionar as doses para conseguir dar conta da demanda. Assim
como já ocorreu em países africanos, cada dose seria diluída por cinco.
Neste caso, o prazo do efeito protetor da vacina cairia de 10 anos para
um. A decisão deve sair até terça-feira.
Caso o país opte pelo fracionamento, a estratégia
será estendida para todo o país. A vacina fracionada somente não será
dada para crianças menores de 5 e para maiores de 60.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que já enviou ao Brasil, no
dia 24, um reforço de 3,5 milhões de doses da vacina contra a febre
amarela, após pedido formal das autoridades. As doses chegaram ao Rio
para ser usadas aqui e também nos estados de São Paulo e Bahia. Os 92
municípios fluminenses já receberam este ano mais de 3,1 milhões de
doses da vacina.
Duas novas vítimas passam bem
A
Prefeitura de Casimiro de Abreu informou que os dois novos pacientes de
febre amarela já estão em casa e se recuperando bem. Eduardo Freedman
Lemos deu entrada no Hospital Municipal Ângela Maria Simões Menezes no
dia 20. Já Oswaldo Gomes de Azevedo foi internado no dia seguinte.
Ambos
foram imediatamente transferidos para o Hospital dos Servidores, no
Rio, de onde receberam alta. Hoje, mais 3 mil doses da vacina serão
distribuídas às unidades do Programa Saúde da Família. Até terça-feira,
17% da população do município ainda não tinham sido imunizadas.
Os
28 municípios considerados estratégicos para receber mais doses são
Araruama, Armação dos Buzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos
Goytacazes, Cachoeiras de Macacu, Carapebus, Engenheiro Paulo de
Frontin, Iguaba Grande, Itaperuna, Macaé, Magé, Miguel Pereira, Nova
Friburgo, Paraíba do Sul, Petrópolis, Quissamã, Resende, Rio das Ostras,
São Francisco de Itabapoana, São José do Vale do Rio Preto, São Pedro
da Aldeia, São João da Barra, Saquarema, Tanguá, Teresópolis, Três Rios e
Valença. De acordo com a SES, outros 36 municípios, dos 64 avaliados
como prioritários, já receberam doses em quantidade suficiente.
Estado cobra 9 milhões de doses
De
acordo com a OMS, mais de 18,8 milhões de doses já foram distribuídas
pelo governo federal, enquanto a entidade e outros organismos
internacionais mobilizaram 15 especialistas estrangeiros para ajudar a
dar uma resposta. Ainda assim, o volume de vacinas produzidas no Brasil
não era suficiente. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, porém, garante
não haver falta da vacina: “As vacinas estão sendo distribuídas de
acordo com a cota estabelecida”.
No Rio, a
estimativa do estado é de que sejam necessárias entre 8 e 9 milhões de
novas doses para imunizar 12 milhões de pessoas até o fim do ano. “Não
vamos abrir mão de imunizar toda a população do Rio e contamos com o
Ministério para atender à demanda”, reafirmou o secretário Luiz Antonio
Teixeira Jr.
Neste domingo, 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo
Pessoas com autismo têm os direitos à educação, à saúde, à cultura e ao lazer previstos na Constituição Federal
( Foto: Divulgação )
O autismo, também chamado de transtorno global do desenvolvimento ou de transtorno do espectro autista, caracteriza-se por alterações significativas na comunicação, na interação social e no comportamento da pessoa.
Embora alguns autistas consigam ter uma vida independente apesar da condição, outros precisarão de apoio e supervisão durante toda a vida. 2 de abril
A data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em dezembro de 2007 para chamar a atenção para a condição e para as dificuldades que os portadores do transtorno enfrentam.
De acordo com a advogada Danielle Bitetti, especialista em direito à
saúde do escritório Porto, Guerra & Bitetti, pessoas com autismo têm
os direitos previstos na Constituição Federal, como o direito à
educação, à saúde, ao esporte, à cultura e ao lazer.
"Além disso, elas também possuem os direitos previstos em leis
específicas para pessoas com deficiência e em normas internacionais
assinadas pelo Brasil, como a Convenção das Nações Unidas sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência", acrescenta. Passe Livre
Um dos direitos das pessoas com autismo é o passe livre no transporte
estadual interestadual, previsto na Lei Federal 8.899/94. A Lei Estadual
10.419/91 também prevê o passe gratuito intermunicipal, concedido as
pessoas com deficiência física, mental e visual.
Danielle lembra também que crianças e adolescentes também possuem os
direitos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e idosos,
os direitos do Estatuto do Idoso.
"Um exemplo é o artigo 54 do ECA, que diz que é obrigação do Estado garantir atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino", explica.
No caso de algum direito ter sido desrespeitado, é possível procurar
instituições e órgãos de defesa dos direitos do autista, como a
Defensoria Pública.
Experimentos podem ajudar os cientistas a entender melhor doenças inflamatórias, tromboses e transplantes pulmonares
Segundo o estudo, os pulmões humanos podem realizar uma função totalmente inesperada: a produção de sangue
( Foto: Divulgação )
Cientistas da Universidade da Califórnia, em São
Francisco, descobriram que os pulmões desempenham um papel que vai além
da respiração. Em uma série de experimentos feita com camundongos, os
pesquisadores notaram que os órgãos dos animais produziram mais da metade das plaquetas (componentes do sangue necessários para a coagulação) envolvidas na circulação sanguínea.
Segundo o autor principal do estudo, Mark Looney, isso significa que os
pulmões humanos podem realizar uma função totalmente inesperada: a produção de sangue.
“Esse achado definitivamente sugere uma visão mais sofisticada dos
pulmões – que eles não são apenas para a respiração, mas também um
parceiro fundamental na formação de aspectos cruciais do sangue”, disse o
cientista em um comunicado.
A pesquisa, publicada na revista Nature,
foi possível graças a uma técnica de microscopia em vídeo desenvolvida
por Looney e o coautor do estudo, Matthew Krummel. O método permite que as plaquetas brilhem para que os cientistas visualizem células individuais em vasos sanguíneos minúsculos dentro dos pulmões de um animal vivo.
Durante a realização de três experimentos, eles observaram uma grande
quantidade de células produtoras de plaquetas, os chamados
megacariócitos, na vasculatura pulmonar do animal.
Os megacariócitos já foram vistos nos pulmões em estudos diferentes,
mas a medula óssea sempre foi apontada como um importante local de
produção de plaquetas. Agora, as imagens adquiridas pelos cientistas
revelaram que essas células produzem mais de 10 milhões de plaquetas por hora nos pulmões das cobaias.
“A contribuição dos pulmões para a biogênese plaquetária é substancial,
representando aproximadamente 50% da produção total de plaquetas (do
camundongo)”, explicam os autores no estudo. Células-tronco também no pulmão
Além dessa descoberta, os pesquisadores identificaram mais de um milhão
de células-tronco por pulmão, localizadas fora dos capilares
pulmonares. Essas células são importantes, pois elas podem se
transformar em quase qualquer tipo de célula (nesse caso, as
sanguíneas).
De acordo com o estudo, as células-tronco “podem migrar para fora dos pulmões, repovoar a medula óssea e reconstituir completamente a contagem de plaquetas.”
Assim, o que ele sugere é que, caso a medula óssea pare de funcionar e
não produza mais células sanguíneas, os pulmões podem fazer esse
trabalho.
No comunicado, os cientistas apontaram que os resultados têm relevância
clínica direta e levanta vários questionamentos para futuros estudos
sobre doenças inflamatórias, sangramentos, tromboses e transplantes
pulmonares.
Todos os pacientes são homens com idades entre 14 e 54 anos, segundo secretaria de Saúde
Paola Lucas
Rio
- Cinco casos de malária foram confirmados nos três primeiros meses do
ano em Petrópolis, Região Serrana, o último foi notificado no dia 15
deste mês, revela o setor de epidemiologia da Secretaria Municipal de
Saúde da cidade. Todos os pacientes receberam a medicação e realizaram o
tratamento em casa.
Em nota, a secretaria explica que “a
quantidade de casos é aceita dentro dos parâmetros dos Ministério da
Saúde, portanto, não representam riscos à população”. Todos os pacientes
são homens com idades entre 14 e 54 anos, moradores dos bairros
Independência, Quitandinha, Valparaíso e Siméria.
Agentes da vigilância sanitária também fizeram uma
varredura nas residências e locais de convívio dos pacientes infectados
para identificar possíveis focos do mosquito, que é mais comum nas
regiões de mata fechada. Até o momento nenhum foco ou mosquito da
espécie foram encontrados. A coordenação de epidemiologia continua
investigando os casos.
Professora titular de doenças
infecciosas e parasitárias da Estácio de Sá, Karis Maria Rodrigues
explica que os mosquitos transmissores da malária são diferentes dos que
transmitem a febre amarela e ressalta que, no caso da malária, não há
vacina contra a doença, “portanto a prevenção é uso constante de
repelente”, orienta Karis.
“A malária é transmitida
pelo grupo dos anófilos (espécie de mosquito) que aparece em regiões
mais altas e vive próximo às bromélias, não sei se é o caso de
Petrópolis, é preciso ter acesso aos diagnósticos. A malaria que temos
aqui é de uma espécie mais branda e que pode ser tratada. É importante
que os médicos levem em consideração esse momento e peçam os exames para
identificar a malaria diante da mínima suspeita”, explica Karis.
No CMS Heitor Beltrão, na Tijuca, longa fila se formou no sábado
para vacina contra a febre amarela. Segundo SMS, equipes funcionaram
com força máxima para atender a procura
Márcio Mercante / Agência O Dia (25.3.2017)
Como o paciente com malária não apresenta
sintomas específicos muitos acabam sendo diagnosticados com dengue, por
exemplo, e não tratam com medicação correta, alerta a professora.
“Apesar de não ter vacina a malária tem medicação específica, mas é
preciso um diagnóstico rápido, do contrário se torna um caso grave”,
explica Karis.
A professora ressalta que a febre amarela e a
malária são doenças transmitidas por mosquito, mas elas não estão
diretamente relacionadas. “Uma é doença viral (a febre amarela) e a
outra é por protozoário (no caso da malária). O fato de ter casos de
febre amarela em Casimiro de Abreu, não quer dizer que, necessariamente,
haverá casos da malária", esclarece Karis. Avanço na busca pela cura
Atualmente,
não há vacina licenciada contra a malária ou qualquer outro parasito
humano, explica a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, uma
pesquisa sobre a vacina contra o parasito P. falciparum, conhecida como
RTS, S/AS01, está bastante avançada.
Com financiamento garantido
para a fase inicial, em 2018 a OMS vai iniciar um programa de vacinação
em três países da África Subsaariana. Para a organização, esses
projetos-piloto podem abrir caminho para uma utilização mais ampla da
vacina.
Você
sabia que o creme dental pode ser utilizado para deixar as unhas com
brilho? Veja essa e outras alternativas para o uso do produto
Uso do creme dental vai além da higiene bucal - Foto: Divulgação
O uso da pasta de dente normalmente é restrito à saúde e estética dos
componentes da boca. O que muita gente não sabe é que esse item pode ser
usado de várias outras formas para cuidar da beleza também. Conheça
cinco utilidades estéticas da pasta de dente: 1 - Unhas brilhantes
Na falta de um esmalte extra-brilho, você pode utilizar creme dental.
Aplicado sobre as unhas, ele traz um acabamento brilhante ao esmalte com
resultado de salão. Segundo o professor e cosmetólogo Ricardo Garcia,
os materiais abrasivos, geralmente a silica abrasiva, encontrados na
pasta de dente acabam servindo como polidores para a unha. 2 - Olheiras
Se você é daqueles que está sempre com olheiras, olhos com aparência
cansada e de quem dormiu pouco na noite anterior, que tal experimentar a
pasta de dente? Aplicar um pouco do produto na região abaixo dos olhos
antes de dormir vai ajudar a te deixar com cara de quem dormiu a noite
inteira. 3 - Cheiro de cebola o alho
Fez aquele jantar caprichado e o cheiro do alho ou da cebola não saem? Aplique pasta de dente ao lavar as mãos para resolver. 4 - Chiclete no cabelo
Se por acaso você teve chiclete grudado no cabelo ou na roupa, coloque
um pouco de creme dental branco e deixe agir. A pasta de dente quebra o
açúcar, facilitando totalmente a sua remoção. 5 - Gel de cabelo
O creme dental contém os mesmos polímeros solúveis em água encontrados
em várias marcas de gel do mercado, por isso, se você tiver pasta de
dente translúcida, pode usar como quebra galho de vez em quando para
domar os fios rebeldes.
Abandono
do tratamento psiquiátrico precocemente, por boa parte dos paciente,
faz com que os sintomas voltem e o processo de emagrecimento seja
interrompido
A cirurgia bariátrica não trata a obesidade: Sem acompanhamento médico a pessoa continua se comportando como obesa
( Foto: Divulgação )
Mais de 30 milhões de brasileiros são obesos e o sonho
de muitos é conseguir comer menos. Uma alternativa para o prato ficar
mais leve é o balão gástrico que ocupa parte do estômago, mas o
cirurgião bariátrico Caetano Marchesini explica que a operação é apenas
uma parte do processo.
Todo processo de emagrecimento rápido gera deficiências nutricionais
por causa da baixa ingestão de calorias. No caso da cirurgia bariátrica,
além da perda rápida de peso, a absorção das vitaminas é ainda mais
prejudicada por causa da redução do estômago e do desvio do intestino. O mecanismo de absorção dos nutrientes acontece da seguinte forma:
Cada parte do intestino absorve um tipo de vitamina. Quando o duodeno e
o intestino delgado são desviados (técnica Baypass), as vitaminas que
mais se perdem são o ferro e o cálcio. Já no estômago, a redução do
tamanho afeta a absorção pela área reduzida e pela diminuição da produção de uma enzima responsável pela absorção da vitamina B12.
"Depois de um ano de bariátrica, o corpo se adapta a essas mudanças e
os nutrientes podem voltar a ser absorvidos. Por isso é fundamental uma
avaliação médica anual para verificar a deficiência de vitaminas, nem
sempre o uso complementar precisa ser feito para o resto da vida", frisa
Caetano.
Segundo Caetano Marchesini, a compulsão alimentar não é uma contraindicação
para fazer a cirurgia bariátrica. O que é fundamental, nestes casos, é
tratar a compulsão antes da cirurgia e fazer acompanhamento para o resto
da vida com nutricionista e, principalmente, psiquiatra. Pré e pós-operatório
A cirurgia bariátrica não trata a obesidade. A pessoa
continua se comportando como obesa, por isso, ela precisa de um
acompanhamento para a vida toda. É fundamental fazer uma avaliação
psicológica, nutricional e endocrinológica, além dos exames de preparo.
Toda pessoa que faz bariátrica precisa tomar vitamina pelo menos no
primeiro ano após a cirurgia. Para manter-se magro é preciso
acompanhamento de nutricionista, preparador físico e psicólogo. É
preciso fazer musculação para manter a massa magra, que geralmente é reduzida com o emagrecimento rápido.
Uma dieta equilibrada é fundamental para que o emagrecimento seja
saudável. As mulheres precisam ficar ainda mais atentas à deficiência de
vitaminas porque há fatores fisiológicos que fazem com que elas percam
mais nutrientes, como a menstruação. Envolver a família na
mudança de hábitos alimentares ajuda a sustentar a perda de peso. As
orientações médicas precisam ser seguidas à risca e as desculpas que vão
surgir no meio do caminho para que a pessoa coma mais devem ser
ignoradas. Possíveis complicações Entre os principais fatores estão os
quadros psiquiátricos. Eles costumam já estar presentes antes mesmo da
cirurgia bariátrica e podem estar relacionados com a instalação e
manutenção da obesidade pré-indicação de cirurgia.
Usualmente, pacientes que não obtiveram sucesso na perda de peso, não foram bem avaliados,
diagnosticados e tratados como deveriam antes da cirurgia. Daí a
importância de uma avaliação psiquiátrica adequada pré-operatória. As
doenças psiquiátricas, de forma geral, não contraindicam a realização da
cirurgia. O consenso geral é de que o adoecimento mental deverá ser
tratado e estabilizado para que o indivíduo realize a cirurgia e garanta
parte do sucesso operatório.
Além disso, uma vez diagnosticado, o tratamento deverá permanecer após a cirurgia,
inclusive com o uso de medicamentos, pelo tempo que o psiquiatra achar
necessário. Uma grande falha é que boa parte dos pacientes já
estabilizados e "liberados" para realizarem a cirurgia, abandonam o
tratamento precocemente, com recorrência dos sintomas e interrupção do
processo de perda de peso.
Pacientes são moradores de Casimiro de Abreu e estado de saúde deles é considerado estável
O Dia
Rio
- A Secretaria de Estado de Saúde confirmou, nesta quinta-feira, que
os moradores de Casimiro de Abreu Jairo Bochorny, de 68 anos, conhecido
como Guila e Pedro de Oliveira Santos estão com febre amarela. Cinco
casos da doença foram constatados no município.
O Secretário
de Saúde de Casimiro de Abreu, Ibson Júnior, acompanha os casos de perto
e já solicitou ao governo do Estado mais vacinas para Casimiro.
Segundo a equipe médica do Hospital Federal dos
Servidores, o estado de saúde de Guila é estável. Conforme a secretaria
de Saúde de Casimiro de Abreu, Pedro está bem.
Pacientes anteriores já receberam alta
Antes
dos casos de Jairo e Pedro, o terceiro paciente de febre amarela no
Estado do Rio, Joaquim de Oliveira Santos, 45 anos, recebeu alta do
Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, do Hospital dos
Servidores . Também morador de Casimiro de Abreu, ele chegou no início
da noite no Hospital Municipal Ângela Maria Simões, na mesma cidade,
para receber acompanhamento médico. O quadro do paciente é estável.
O
diagnóstico de febre amarela de Joaquim foi confirmado no dia 21. O
paciente é tio de Watila dos Santos, pedreiro que morreu no dia 11 em
decorrência de febre amarela silvestre. A enteada de Watila ainda está
internada. A menina de 9 anos foi transferida sexta-feira de Casimiro de
Abreu para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, com
dores abdominais.
O segundo paciente confirmado com febre amarela
no estado, Alessandro Valença Couto, 37 anos, também teve alta do
Hospital dos Servidores. Em Casimiro de Abreu, onde todos os casos da
doença foram registrados, cerca de 95% da população já está vacinada —
na Zona Rural, onde moram os três pacientes, a taxa de imunização já
chegou a 100%. Pelo menos 40 mil doses foram aplicadas na cidade de 42
mil habitantes. Vacinação na área rural de Cabo Frio: começa a imunização da população urbana
Divulgação
A vacinação havia sido suspens no município por
falta de estoque enviado pela Secretaria Estadual de Saúde. Apenas no
dia 21 à noite a Prefeitura de Casimiro recebeu nova remessa, de 2 mil
doses. A imunização agora será concentrada no distrito de Barra de São
João.
Em Cabo Frio, houve tumulto na fila de dois postos
de vacinação. Segundo o secretário de saúde do município, Roberto
Pillar, houve atraso na entrega das doses por falta de carros. Desde
segunda-feira, quando começou a vacinação, foram aplicadas 16 mil
vacinas em 28 unidades de saúde nas zonas urbana e rural.
Em
Teresópolis, na Região Serrana, foram aplicadas 8,5 mil doses ontem. Em
Campos, no Norte do estado, mais de 43 mil pessoas foram vacinadas ao
longo dos três dias de campanha.
No Rio, 140 mil pessoas receberam
a imunização — até então, com prioridade para quem vai viajar para
áreas de risco. São 34 unidades oferecendo 250 vacinas por dia. No
sábado, começa a vacinação geral, nas 233 unidades de Atenção Primária,
das 8h às 17h.
Levantamento feito pela SMS mostra que o índice de infestação predial já está elevado na quadra chuvosa
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por
Thatiany Nascimento - Repórter
Dos 119 bairros de Fortaleza, 10 apresentam risco de epidemia das
arboviroses – dengue, chikungunya e zika – provocadas pelo mosquito
Aedes aegypti. Outros 80 estão em alerta para esta situação, pois,
conforme o Levantamento Rápido do Índice de Infestação para Aedes
aegypti (LIRAa), feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em
fevereiro, o nível de infestação nestes bairros varia entre 1,0 e 3,9. A
SMS alerta que, nesta quadra chuvosa, a aceleração do ciclo reprodutor
do mosquito tem sido uma preocupação. A ocorrência de chuvas seguidas de
calor tem gerado condições favoráveis para procriação rápida e o tempo
de reprodução do vetor cai de 10 dias para 6 ou 7 dias.
O atual LIRAa de Fortaleza, explica o assessor técnico da vigilância
ambiental da SMS, Carlos Alberto Barbosa, foi medido entre os dias 1º e
10 de fevereiro. Do total de 1.200.000 imóveis cadastrados no sistema da
Vigilância Ambiental da SMS, 40.000 foram visitados.
Segundo o levantamento, o bairro Guararapes (Regional II) tem a
situação mais preocupante, com LIRAa de 6,98. O índice de infestação é
caracterizado como satisfatório quando fica abaixo de 1,0 e em alerta
quando está no intervalo entre 1,0 e 3,9. Já quando é igual ou superior a
4,0 há risco de epidemia. O LIRAa será novamente mensurado em junho e
outubro.
O método utilizado pela SMS é o Índice de Infestação Predial (IIP), que
mede a relação entre o número de imóveis com foco do mosquito e o total
de edificações pesquisadas. Para traçar estratégias específicas de
combate ao vetor nesta época do ano, além do LIRAa, a SMS também leva em
conta a incidência dos casos de dengue, chikungunya e zika. Incidência
Somados os dois indicadores, Carlos Alberto informa que os bairros
Jangurussu, José Walter, Conjunto Palmeiras, Autran Nunes, Genibaú,
Cristo Redentor, Vila Pery, Álvaro Weyne e Barra do Ceará são os que, no
atual momento, demandam ações mais incisivas. “Quando há casos,
procuramos bloquear a área através do uso de máquinas costais, que
alcançam cerca de nove quadras. Mas nesses bairros precisamos ampliar o
bloqueio usando os chamados carros fumacê”.
Nestas áreas, os registros de doenças arboviroses são altos e parte
delas, segundo Carlos Alberto, recebe carros fumacê desde o dia 6 de
março. São realizados três ciclos semanais. Outros bairros como Montese,
Jardim Guanabara, Messejana, Antônio Bezerra, São João do Tauape,
Joaquim Távora e Itaperi também demandam a passagem do fumacê. A
liberação do bloqueio para essas regiões é analisada pela Secretaria
Estadual da Saúde, segundo o assessor técnico.
O relatório da SMS aponta que até o dia 18 de março 5.111 casos de
dengue foram notificados na Capital. Destes, há 1.610 confirmados. A
Regional VI tem a maior incidência, com 403 ocorrências, seguida pela
Regional I, com 380 confirmações. Já os registros de chikungunya
chegaram a 593, neste intervalo de tempo. Comparado ao período
semelhante de 2016 (janeiro a março), são 41 casos a mais.
A projeção é que caso as chuvas continuem na mesma intensidade durante
os próximos meses, os casos das três doenças devem superar os de 2016.
“O pico dos casos é em maio. O momento agora é de prevenção”, alerta
Carlos Alberto.
Pesquisadora desenvolveu produto capaz de enaltecer propriedades anti-inflamatórias do bagaço
A cada 10kg de uva, 4kg acabam no lixo
( Foto: Divulgação )
Uma pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
desenvolveu um extrato a partir do bagaço da uva, usualmente descartado
na produção de produtos a base da fruta, que pode ajudar a combater
inflamações no intestino, como a colite e a doença de Crohn.
A biológa Isabela Martins preparou um pó a partir do bagaço da uva seco
e chegou ao extrato após acrescentar uma enzima chamada tanase. O
tratamento enzimárico aumentou em 50% a concentração de fenóis
antioxidantes na comparação com amostras sem tratamento, e o produto se
mostrou eficaz no combate a inflamações no intestino.
"O resíduo de uva, em si, já é muito rico em compostos antioxidantes. A
ideia de utilização dessas enzimas seria para conseguir quebrar esses
compostos em compostos menores, mais simples. E, dessa forma, eles
conseguiram ser mais absorvidos em nosso intestino", explica a
pesquisadora. Tese
A pesquisa foi feita para uma tese de doutorado, e foi concluída em um
laboratório especializado em antioxidantes em Boston, nos Estados
Unidos. Isabela contou que testou o extrato em células do intestino com
processos inflamatórios e o resultado surpreendeu.
“Após o tratamento com as enzimas nesse extrato, tivemos um aumento de
aproximadamente 25% no efeito anti-inflamatório desses compostos”,
destaca Isabela. Benefícios no 'lixo'
A casca da uva é rica em antioxidantes, que estão presentes nos
compostos fenólicos e ajudam a combater os radicais livres. Mas, no
processo da elaboração do vinho e outros produtos a base da fruta, boa
parte desse bagaço é eliminada depois da prensagem.
O agricultor Ricardo Ferraguti contou que, de cada 10kg de uva, 4kg
acabam descartados em forma de bagaço. "Hoje a gente usa em torno de 10%
do que sobra para a fabricação de geleia, e os outros 90% são
descartados", diz. Novos produtos
A ideia da pesquisadora é que a descoberta possa chegar ao alcance da
população em breve. "A ideia seria transformar esse resíduo em um
produto, um ingrediente, que possa ser incorporado em outros alimentos
como pães, biscoito ou iogurtes. A ingestão desses produtos
possivelmente teria um efeito preventivo contra doenças inflamatórias do
intestino", afirma Isabela.
Estudo americano com 125 recém-nascidos mostrou que o toque aumenta atividade cerebral
Por
da Redação
Toque é fundamental para formação cognitiva do bebê
(Poplasen/iStock)
Para os recém-nascidos, o contato pele a pele com os
pais e cuidadores pode ajudar a moldar como seus cérebros respondem ao
toque, um sentido necessário para conexões sociais e emocionais, sugere
um novo estudo do Nationwide Children’s Hospital in Columbus, nos
Estados Unidos, também publicado na revista Current Biology.
“Nossas descobertas acrescentam à nossa compreensão que uma maior
exposição a esses tipos de toque pode realmente impactar como o cérebro
processa isso”, disse Nathalie Maitre, médica neonatologista e autora do
estudo.
Para o trabalho, os pesquisadores analisaram 125 bebês, entre
prematuros, com idade gestacional de 24 a 36 semanas, e nascidos a
termo, ou seja, no tempo certo, entre 38 e 42 semanas. Os bebês eram
submetidos ao contato com uma rede macia de 128 eletrodos, que
registrava como seus cérebros respondiam a um sopro suave do ar na pele — metodologia escolhida pelo fato de um leve sopro
não gerar pressão suficiente para ativar qualquer tipo de dor. Os
recém-nascidos que estavam na unidade de terapia intensiva neonatal e
passaram mais tempo em contato com os pais e cuidadores tiveram uma
resposta mais forte ao toque do experimento, do que os bebês a termo que
não receberam esse contato físico suave.
Entenderam assim que, se o cérebro infantil pode responder a esse
toque, os bebês também podem aprender a diferenciar texturas: a
diferença entre a pele de sua mãe e um objeto duro, ou mesmo o rosto do
seu pai ou o da irmã. “O toque realmente parece fazer diferença”, ressaltou Nathalie.
“E isso é extremamente encorajador porque, se você é pai de um bebê na
unidade de tratamento neonatal, muitas vezes se sente fora de controle.
Mas é importante saber como cada vez que tocar seu filho fará diferença
para a formação dele”, enfatizou.
O desenvolvimento do recém-nascido, especialmente nos primeiros
meses, é fortemente moldado pelo toque e som, já que o campo visual
ainda é muito imaturo. O toque é uma maneira de a criança entender o seu
redor e uma forma de comunicação com os pais.
Um levantamento recente descobriu que mais de 25% dos bebês nascidos
antes de 27 semanas de gestação desenvolvem autismo, em comparação com
1% dos bebês nascidos a termo. Por isso, a pediatra Nathalie Maitre
acredita que os pais devem tomar providências para evitar o isolamento
dos filhos prematuros.
Logo, o toque suave para todos os recém-nascido deve ser constante,
já que pode ajudar definitivamente no desenvolvimento cognitivo,
comportamental e comunicação futura do bebê, concluíram os autores. (Com Reuters)
No dia 2 de março, Pedro Paulo Wenceslau Domingues, o Pepê,
ex-participante do reality Além do Peso, da TV Record, deu entrada no
Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (PR) para realizar uma
cirurgia bariátrica. No entanto, após complicações durante o
procedimento, ele morreu cinco dias depois. Em seu Facebook, Pepê avisou
que faria a cirurgia e agradeceu a todos que torceram por ele.
No dia 28 de janeiro, quem chorou foi a família de Amanda Rodrigues,
de 19 anos, moradora de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A
jovem morreu 11 dias depois de passar por uma bariátrica. A família
acusa o hospital de negligência e registrou ocorrência policial.
Segundo a família, desde que Amanda foi para o quarto depois da
cirurgia, realizada em 17 de janeiro, ela reclamava de dores nas pernas.
Os parentes dizem que alertaram os médicos, enfermeiros e o médico
responsável pela operação sobre a necessidade da aplicação de uma dose
do anticoagulante – usado para prevenir a formação de trombos
sanguíneos.
Ainda segundo os familiares, a mãe de Amanda disse ao médico que
sofria com trombose e que a doença poderia ser hereditária. Por isso,
segundo ela, poderiam ser necessárias outras doses do anticoagulante na
jovem. O pedido, segundo a família, foi descartado pelo médico. A
trombose é caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo em uma
veia, geralmente das pernas.
As duas mortes acendem o sinal vermelho: a cirurgia bariátrica é um procedimento muito arriscado? O Blog Vida & Ação
ouviu a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica. ”Infelizmente há uma falsa impressão que a cirurgia
bariátrica é um procedimento perigoso. O risco cirúrgico é semelhante ao
de uma cirurgia de vesícula biliar ou uma cesariana. Cirurgias como
trocas de próteses de quadril ou cirurgia cardíaca têm risco muito
maior”, afirma Caetano Marchesini, presidente da SBCBM.
Segundo ele, além dos exames, estes pacientes passam por avaliação
clínica minuciosa: avaliação psiquiátrica, nutricional e cardiológica.
Quando detectado qualquer problema, medidas necessárias são tomadas
preventivamente. Muito importante, também são alguns critérios que
devem ser analisados antes de indicar o procedimento para um paciente,
pois a indicação cirúrgica deve ser decidida sob a análise de três
critérios: IMC, idade e tempo da doença.
Confira a entrevista com Caetano Marchesini, presidente da SBCBM. Afinal, quais os riscos dessa cirurgia?
“Assim como todo procedimento cirúrgico, a cirurgia bariátrica também
apresenta riscos. Existe uma lista de complicações ligadas a este
procedimento. Felizmente a grande maioria deles podem ser prevenidos
através de avaliação pré-operatória e condutas antes, durante e depois
da cirurgia. Mesmo no caso de acontecerem, existem já protocolos de
conduta de como o cirurgião deve agir nestes casos. Já o risco de
morrer em um procedimento como esse é pequeno e gira em torno de 0,2 a
0,5%. Ou seja, dois a cinco casos de morte entre mil procedimentos O que pode ter ocorrido?
A possibilidade de trombose venosa profunda, como se suspeita que
tenha acontecido com esse paciente, é pequena mas é possível. É rotina
na cirurgia bariátrica tomar medidas de prevenção à trombose venosa
profunda e tromboembolismo pulmonar como uso de medicamentos,
fisioterapia precoce e o uso de meias especiais. Apesar de todas estas
medidas a incidência de fenômenos tromboembólicos após esta cirurgia é
menor que 1%. Quais são os critérios para a indicação de cirurgia bariátrica?
Quanto ao IMC (Índice de Massa Corpórea):
IMC acima de 40 kg/m²: pode ser feita independentemente da presença
de comorbidades; IMC entre 35 e 40 kg/m²: pode ser feita na presença de
comorbidades; IMC entre 30 e 35 kg/m²: pode ser feita na presença de
comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um
médico especialista na respectiva área da doença. É também obrigatória a
constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um
endocrinologista.
Em relação à idade: Abaixo de 16 anos: exceto em caso de síndrome
genética, quando a indicação é unânime, o Consenso Bariátrico recomenda
que, nessa faixa etária, os riscos sejam avaliados por cirurgião e
equipe multidisciplinar. A operação deve ser consentida pela família ou
responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de
recuperação.
• Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a
família ou o responsável pelo paciente e a equipe multidisciplinar e a
recomendação do pediatra ou endocrinologista que vem acompanhando este
jovem.
• Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto à idade.
• Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe
multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de
comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento. Como esta cirurgia vem aumentando no país?
O Brasil é considerado o segundo país do mundo em número de cirurgias
realizadas e as mulheres representam 76% dos pacientes que fazem a
redução de estômago no Brasil. O número de cirurgias bariátricas
aumentou 7,5% em 2016, se comparado com o ano de 2015. No ano passado,
cerca de 100.512 pessoas fizeram a cirurgia para redução de estômago no
país. O número supera em cerca de 7 mil procedimentos as 93,5 mil
cirurgias realizadas em 2015 e está em crescimento. Em 2012, foram
feitas 72 mil cirurgias no Brasil; em 2013, 80 mil procedimentos foram
realizados e em 2014, cerca de 88 mil pessoas optaram pela redução de
estômago. Por que este número só cresce?
O aumento no número de procedimentos para redução de estômago pode
estar relacionado ao crescimento da obesidade no Brasil e também com as
novas regras do Conselho Federal de Medicina (CFM) para realização de
cirurgia bariátrica. O Conselho ampliou de seis para 21 o número de
doenças associadas à obesidade e que podem levar a indicação da cirurgia
bariátrica. A obesidade já está sendo tratada como o mal do século por
médicos e especialistas no mundo todo e a cirurgia bariátrica contribui
para a cura ou remissão de diversas doenças associadas à obesidade
como, por exemplo, a hipertensão, problemas nas articulações, coluna e
diabetes tipo 2. Quais os benefícios deste procedimento?
A cirurgia bariátrica apresenta índices superiores a 90% de melhora
em quadros de diabetes, asma e incontinência urinária, hipertensão,
doenças do refluxo gástrico e a apneia do sono. “Isso faz com que a
busca por este tratamento aumente cada vez mais. Além disso, a
realização da cirurgia bariátrica pode videolaparoscopia tornou o
procedimento mais seguro ao paciente. Para quem a cirurgia é recomendada?
A SBCBM segue as diretrizes do Ministério da Saúde e do Conselho
Federal de Medicina. Em janeiro de 2016, o CFM publicou a Resolução
número 2.131/15, que alterou o anexo da Resolução CFM nº 1942/10 e
estabeleceu novas regras para a realização de cirurgia bariátrica no
Brasil. A medida ampliou de seis para 21 o número de doenças associadas à
obesidade e que podem levar a indicação da cirurgia bariátrica.
Pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 35 kg/m² e
afetados por doenças como diabetes, apneia do sono, hipertensão
arterial, doenças cardiovasculares, doenças osteoarticulares e doenças
como hérnias de disco, artroses, osteoartrites e inúmeras outras doenças
mencionadas com a nova medida agora poderão fazer a cirurgia para
redução de estômago. Hospital bate recordes de cirurgias
Sobre a morte de Pepê, o Hospital Angelina Caron (HAC), em nota
oficial, informou que ocorreu após parada cardíaca decorrente de uma
embolia pulmonar. E reforça que todos os exames pré-operatórios foram
realizados e indicavam que o paciente estava apto para a cirurgia
realizada. “A embolia pulmonar é um risco decorrente do quadro clínico
do paciente e possível em casos operatórios como o realizado no Pedro
Paulo Wenceslau Domingues. Do ponto de vista médico, não houve
complicações durante o procedimento cirúrgico. Vale ressaltar que a
cirurgia bariátrica era indicada para o paciente e que ele estava apto”,
informava a nota.
Localizado em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de
Curitiba, o hospital informa que conseguiu um resultado recorde em 2016:
realizou 2.253 cirurgias bariátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
entre janeiro e dezembro do último ano. O número representa mais da
metade (55%) dos 4.100 procedimentos realizados no Paraná e 27% das
cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS no Brasil. Para comparação, o
número de cirurgias realizadas no Angelina Caron é superior ao realizado
no estado de São Paulo (realizadas entre janeiro e novembro de 2016):
2.110 contra 1.738. Já no Paraná, o segundo hospital no ranking atingiu
478 procedimentos.
Segundo o cirurgião do Angelina Caron, Pedro Henrique Lambach Caron, o
hospital é referência pelo uso de técnicas menos invasivas e na
realização de procedimentos em pacientes com nível elevado de obesidade e
outras doenças associadas. “O número expressivo de
cirurgias bariátricas realizadas no Caron está relacionado com as
técnicas utilizadas, aliadas a tecnologia de ponta e corpo clínico em
constante atualização. Além das centenas de casos de alta complexidade e
risco realizados no hospital”, menciona.
As técnicas de cirurgias bariátricas mais realizadas foram o bypass
gástrico (que reduz drasticamente o tamanho e o volume do estômago que
fica em torno de 50ml, além de realizar um desvio no intestino) e a
gastrectomia vertical (também chamada de sleeve gástrico, na qual o
estômago do paciente obeso é grampeado em forma de tubo, reduzindo o seu
volume para 80 a 100 ml). Da Redação, com agências Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e Hospital Angelina Caron
Ainda são poucos os brasileiros que sabem os valores do seu LDL e quais as medidas preventivas necessárias
João Lima Neto - Repórter
A maioria dos brasileiros até sabe a importância de medir as taxas de
colesterol e mantê-las sob controle, mas poucos conhecem, efetivamente,
qual o índice atual de LDL (colesterol ruim) e HDL (bom). Foi o que
mostrou a pesquisa "O que o brasileiro sabe sobre o colesterol", do
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
feita pelo Instituto Ipsos a pedido da Sanofi.
O estudo, realizado nas cinco regiões brasileiras, com 850
entrevistados, entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro, revela que 67% da
população ignora sua atual taxa de colesterol, um tipo de gordura
produzida no fígado que está presente em todas as células do corpo e
exerce funções vitais e esteja diretamente ligado à principal causa de
mortes no mundo (as doenças cardiovasculares). Tendência mundial
Os dados da pesquisa refletem resultados preocupantes de uma tendência
mundial que já havia sido retratada no estudo "Think Again About
Cholesterol" (TAAC), realizado em 2015 em 12 países.
"Foi revelado que apenas 8% das pessoas sabiam os valores de seu LDL,
bem como que se preocupavam muito mais com a possibilidade de
desenvolver um câncer do que sofrer uma complicação cardíaca", diz o
cardiologista Henrique Tria Bianco, da SBC e um dos profissionais
responsáveis pela pesquisa.
No estudo feito no Brasil, "muitos não conhecem suas próprias taxas. É
preciso que o assunto seja cada vez mais divulgado para que as pessoas
aprendam a cuidar da própria saúde, atinjam suas metas de colesterol e,
como consequência, mais vidas sejam salvas", complementa o especialista.
Do conhecimento até tomar uma atitude (medir periodicamente as taxas de
colesterol) há um longo percurso. A pesquisa mostra que 89% dos
entrevistados acreditam que todas as pessoas, inclusive as crianças,
precisam realizar essa aferição periódica.
No entanto, apenas 15% declara saber sua taxa de LDL (colesterol ruim);
32% dos brasileiros reconhecem as doenças cardiovasculares como a
principal causa de morte no Brasil; 65% só realizaram exames depois de
adultos, e outros 11% nunca mediram o colesterol na vida. Entre os
avaliados, apenas 11% tomam medicamento para colesterol, enquanto 49%
não têm conhecimento de que se trata de um tratamento contínuo. Diferentes biotipos
Os pacientes que sofrem com o descontrole das taxas de colesterol
passam a contar com mais uma alternativa de tratamento. A Anvisa aprovou
o produto biológico, denominado de alirocumabe (resultado da parceria
entre a Sanofi Aventis e Regeneron), em agosto de 2016 (a
comercialização acontece este mês). A nova opção de tratamento atenderá
uma demanda de aproximadamente de 800 mil brasileiros que enfrentam
problemas de colesterol (LDL).
Os biótipos mostram que alguns pacientes necessitam de uma 'ajuda
extra' para gerenciar o colesterol. "Há substâncias como as estatinas,
usadas há mais de 30 anos para reduzir elevações de colesterol. O
problema é que nem sempre funcionam", diz Jay Edelberg, responsável pelo
desenvolvimento do produto biológico. Pontua que "o medicamento
bloqueia a proteína PCSK9 que pode contribuir para níveis elevados de
LDL". Qualidade de vida
Para o presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade
Brasileira de Cardiologia, André Faludi, o avanço nas pesquisas com o
tratamento por meio do alirocumabe oferta mais qualidade de vida para os
pacientes com o colesterol elevado.
"Trata-se de uma alternativa de tratamento importante para um grupo de
pacientes que pode sofrer infarto, derrame ou que não suporta o
tratamento com estatinas em função dos efeitos adversos", aponta o
especialista.
A medicação está disponível nas dosagem de 75 mg e 150 mg, o Praluent
deve ser administrado a cada duas semanas (aplicação única de 1 ml). A
substância é injetada por meio de um 'caneta', podendo ser aplicada na
região da perna ou na barriga.
Um desafio para os pacientes será o preço. Conforme a diretora médica
da empresa na América Latina, Luciana Giangrande, o medicamento
representa um investimento de R$1.287,13. "A intenção é que esse valor
caia com o resultado das parcerias (ainda em curso) com o setor público
junto do Sistema Único de Saúde (SUS", destaca. Eficácia
Para avaliar a segurança do medicamento foi desenvolvido um conjunto de
estudos clínicos, o Programa Odyssey. Desde 2003, foi identificada a
PCSK9, proteína presente no sangue que reduz o número de receptores de
LDL nas células do fígado. A inibição da PCSK9 amplia a disponibilidade
dos receptores LDL nas células, reduzindo o nível de colesterol ruim no
sangue e melhorando o ciclo do HDL.
Hoje, cerca de mil pacientes participam dos estudos clínicos, inclusive
o Ceará. "Realizamos uma seleção cuidadosa dos centros que receberão a
pesquisa. Serão agregados novos centros com o avançar dos estudos",
descreve Renato Lopes, da Duke University Medical Center e coordenador
da pesquisa no Brasil. Fique por dentro Muitos nunca fizeram exame na vida
Doença silenciosa, o colesterol alto só pode ser identificado com
exames de sangue, sendo um importante fator de risco para as doenças
cardiovasculares, que também podem ser controlados, a exemplo da
obesidade, a hipertensão, diabetes e tabagismo. Quando em excesso, o
colesterol ruim (LDL) forma placas de gorduras na parede das artérias
dificultando o fluxo sanguíneo, podendo até mesmo obstruir essa passagem
e ocasionar o infarto e derrame.
Outra forma de manifestação da doença do colesterol alto é a chamada
Hipercolesterolemia Familiar (HF). Trata-se de um distúrbio herdado de
parentes de 1º grau (pai, mãe, irmãos e avós) e apesar de não ser uma
doença rara, ela é raramente diagnosticada, segundo destaca a Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC). Daí a importância do acompanhamento
médico periódico.
Para aumentar os níveis de colesterol HDL (bom) no organismo, é
indicado controlar o peso, manter uma alimentação pobre em gorduras,
assim como praticar exercícios físicos regularmente. Em contrapartida,
ter o colesterol HDL baixo no organismo é prejudicial à saúde. O ideal é
tê-lo sempre acima de 40mg/dl.
O colesterol LDL (ruim) é considerado alto quando é igual ou superior a
130 mg/dl. Para reduzir esse índice é preciso seguir uma dieta pobre em
açúcar e gorduras. A prática de alguma atividade física - pelo menos
três vezes por semana - também é uma premissa essencial. *O repórter viajou a convite do Labotório Sanofi
A maior procura neste ano, segundo dados da SMS, foi durante o período que antecedeu o Carnaval
Para se vacinar, é preciso portar identidade e os bilhetes de
passagens que comprovem o deslocamento para locais afetadas
( Foto: Natinho Rodrigues )
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O surto de febre amarela em diversos estados brasileiros, desde o fim
de 2016, tem aumentado a preocupação de órgãos de saúde pública em
relação à virose. Apesar de o Ceará estar fora da zona de risco de
contaminação e não registrar casos da doença há quase duas décadas, o
número de pessoas vacinadas em 2017 já é consideravelmente maior do que
no mesmo período de 2016, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde
(SMS).
Somente neste ano, cerca de 12 mil pessoas já foram imunizadas em
postos de saúde da Capital, quantitativo expressivamente maior do que o
do ano passado inteiro, quando menos de mil fortalezenses foram
imunizados conforme a Pasta. Nos três primeiros meses de 2017, a maior
procura foi registrada no período que antecedeu o Carnaval, dado
justificado pelo fato de que a vacinação em Fortaleza é restrita para
aqueles que vão viajar para o exterior ou para cidades com alta
incidência da doença.
Conforme a SMS, a Capital cearense recebe aproximadamente mil doses por
semana, número que só deve aumentar caso o Ministério da Saúde oriente a
ampliação dos locais onde a vacinação é recomendada. Atualmente,
constam na lista de Áreas Com Recomendação de Vacina (ACRV) as capitais
Manaus (AM), Macapá (AP), Goiânia (GO), São Luís (MA), Belo Horizonte
(MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto
Velho (RO), Palmas (TO), Rio Branco (AC), Brasília (DF) e Porto Alegre
(RS), além de outras cidades dos estados atingidos pelo surto da doença.
A coordenadora de imunizações da SMS, Vanessa Soldatelli, afirma que,
apesar de a procura ter diminuído, muitos fortalezenses ainda buscam a
imunização sem necessidade. "Muitas vezes, a pessoa vai se deslocar
somente dentro do Estado e procura pela vacina no posto, mas não vai
conseguir. Precisamos priorizar quem vai para as áreas de risco ou para o
exterior, já que recebemos poucas vacinas".
A consequência dessa pouca quantidade de doses foi sentida no mês
passado pela administradora Mayara Távora, 27, que teve dificuldades
para conseguir a imunização no posto de saúde do bairro Meireles, um dos
quatro locais onde a vacina está disponível. Ela procurou a proteção
dias antes da viagem para o Rio de Janeiro, onde passou o Carnaval deste
ano. "Só consegui me vacinar na segunda vez que fui lá, mas antes disso
já tinha ligado umas quatro vezes, e nunca tinha disponível", relata. Disponível
Em Fortaleza, a vacina está disponível no posto de saúde Paulo Marcelo,
no Centro; no Centro de Saúde Escola Meireles da Secretaria da Saúde do
Estado do Ceará, no Meireles; no Posto de Saúde Roberto Bruno, no
bairro de Fátima; e no Posto de Saúde de Messejana. Para se vacinar, é
preciso portar documento de identidade, cartão de vacinação (caso
possua) e os bilhetes de passagens que comprovem o deslocamento para
localidades afetadas. O Ministério da Saúde alerta que a vacina deve ser
aplicada pelo menos dez dias antes da viagem, para garantir o
desenvolvimento da imunidade. Confirmados
Até o último dia 15, foram confirmados 422 casos de febre amarela
silvestre no País, e mais 935 permanecem em investigação pelas
secretarias estaduais de saúde. A doença já levou 136 brasileiros à
morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No Nordeste, oito
casos suspeitos na Bahia e um no Rio Grande do Norte estão sendo
investigados. Segundo Soldatelli, não é necessário que os cearenses se
preocupem com a doença, já que seria preciso um cenário de alta
contaminação para que o Estado entrasse em surto. A coordenadora afirma,
porém, que a SMS e a Secretaria de Saúde do Estado permanecem em alerta
para o surgimento de qualquer caso suspeito. (Colaborou Theyse Viana)
Estudo de Harvard mostrou que o consumo de mais de 12 gramas da proteína por dia reduz o risco da doença
Por
Giulia Vidale
Sem glúten pães em fundo de madeira (Istock/Getty Images)
O glúten, proteína presente em cereais
como trigo, centeio e cevada, assumiu o posto de vilão da saúde e da
dieta. Após diversas celebridades, como a atriz Gwenethy Paltrow e a
estilista e ex-Spice Girl Voctoria Beckham, e adeptos da onda “fitness”
atribuírem seus corpos magros à dieta sem glúten, especialistas
iniciaram um movimento para provar que a substância é prejudicial à
saúde e à boa forma. No entanto, agora começam a aparecer os primeiros
estudos sobre os “efeitos colaterais” dessa moda.
No mais recente deles, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, concluíram que pessoas que eliminaram o glúten da dieta estão mais propensas a desenvolver diabetes tipo 2. A proteína de fato pode ser prejudicial ao organismo – mas, comprovadamente, apenas entre aqueles que sofrem de doença celíaca, que afeta uma em cada 200 pessoas no mundo. No entanto, muitas pessoas sem o problema começaram a seguir uma dieta ‘gluten free’ (sem glúten) acreditando que ser melhor para a saúde e forma física.
Com o objetivo de avaliar se o consumo de glúten
afetava a saúde das pessoas que não tinham a doença celíaca, mas
insistiam em eliminá-lo da alimentação, Geng Zong, pesquisador do
Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de
Harvard, analisou o consumo de glúten e a saúde de
200.000 pessoas, acompanhadas durante 30 anos. Nesse período, foram
descobertos mais de 15.000 casos de diabetes tipo 2 entre os
participantes.
Associação entre o glúten e o diabetes
Os resultados mostraram que quem consumiu mais de 12 gramas de glúten por dia, tinha menos risco de desenvolver diabetes
tipo 2. Por exemplo, as pessoas que ingeriram a maior quantidade de
glúten tinham uma probabilidade 13% menor de desenvolver diabetes tipo 2
do que aquelas que consumiam a menor (até 4 gramas por dia).
O estudo concluiu também que quem tirou a proteína da dieta, acabou
consumindo menos fibras, e consequentemente predisposto a aumentar as
chances do diabetes. “Alimentos sem glúten geralmente têm menos fibra e
outros micronutrientes, o que os torna menos nutritivos, além de
custarem mais. Pessoas sem doença celíaca deve reconsiderar a decisão de
limitar seu consumo de glúten principalmente no que diz respeito à
prevenção de doenças crônicas como o diabetes.”, disse Zong.
Alimentação integral e balanceada
Para Gisele Paiva, nutricionista da Clínica DrummonDermato, o grande
problema é que pessoas que retiram o glúten da dieta, tendem a
substituir seu consumo pelo de outros alimentos como arroz, por exemplo,
que é um alimento refinado. “As pessoas comem mais arroz e seus
derivados, como farinha e biscouto de arroz. O arroz é um
alimento refinado, e, como todo alimento refinado, aumenta o risco de
diabetes.”, explica.
O diabetes tipo 2 ocorre quando o organismo de uma
pessoa torna-se resistente à insulina, o hormônio que controla os níveis
de glicose no sangue e é uma das principais doenças da atualidade. Para
diminuir o risco de diabetes, em uma dieta com ou sem glúten, Gisele recomenda sempre optar por alimentos integrais e evitar industrializados.
“Precisamos entender que o glúten não é vilão. Ele só é prejudicial para quem tem doença
celíaca. Os carboidratos presentes em alimentos que contêm a substância
são benéficos para a saúde. Não é natural restringir seu consumo,
nosso organismo não está acostumado a essa restrição.”, explica o
endorcrinologista Airton Golbert, membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia.
Novo dispositivo devolveu fotossensibilidade a ratos com retinite pigmentosa e deve ser testado em humanos ainda neste ano
Por
Da Redação
Novo tratamento pode restaurar a visão de pacientes com cegueira degenerativa (Istock/Getty Images)
Cientistas italianos desenvolveram uma nova prótese de retina que pode devolver parte da visão a quem sofre de cegueira degenerativa.
Em ratos, o experimento proporcionou uma significativa restauração das
funções visuais, permitindo que os animais se orientassem pela luz. O
estudo foi publicado na semana passada na revista científica Nature Materials, e os testes em humanos devem começar no segundo semestre de 2017.
Retinite pigmentosa
A retinite pigmentosa é um tipo de degeneração da retina que leva à
perda da visão. Pacientes afetados sentem, inicialmente, cegueira
noturna seguida de redução do campo visual.
Mais de 20 milhões de pessoas ao redor do mundo são cegas ou estão em
risco de ficar por causa de doenças degenerativas que afetam a retina,
como a degeneração macular e a retinite pigmentosa. Nos
olhos saudáveis, quando uma imagem entra na retina, ela é transformada
em padrões de impulsos elétricos que são transportados ao cérebro pelos
neurônios. Essas doenças danificam algumas das células responsáveis por
fazer essa tradução, os fotorreceptores, enquanto outras ficam intactas.
Nova prótese de retina
O novo mecanismo é formado por camadas fotoativas de polímeros e de
fibroína – proteína insolúvel criada por aranhas e bicho-da-seda. Quando
instalados cirurgicamente, no meio da retina dos animais cegos, esses
materiais respondem à luz e ativam os neurônios restantes no olho
degenerado. No entanto, os cientistas admitiram no artigo que “o
processo detalhado da atuação da prótese permanece incerto”.
Segundo o estudo, a invenção difere das outras próteses já concebidas
e estudadas por ser totalmente orgânica, ter total autonomia de
operação e alta duração. Além disso, o material é “flexível e
confortável”, sendo mais tolerável para o corpo. Outra vantagem é que,
como a prótese é feita com ingredientes naturais, não apresenta a
necessidade de recarga ou manutenção frequente.
Para testar sua eficácia, os pesquisadores utilizaram ratos com
retinite pigmentosa herdada geneticamente e ratos saudáveis. Eles
inseriram a prótese em parte dos animais cegos e não trataram o
restante, para comparação. Depois de trinta dias da inserção, o reflexo
das pupilas dos ratos operados à luz não foi muito melhor que a dos não
tratados quando estimulados com uma iluminação fraca, um pouco mais
brilhante que a de uma lua cheia. Mas, com uma claridade mais forte,
como a de um crepúsculo, a resposta dos animais com a prótese foi bem
melhor, semelhante à de indivíduos saudáveis.
Por meio de tomografias, os cientistas observaram que o cérebro dos
animais tratados apresentava um aumento de atividade no córtex visual
primário, que processa a informação visual. Eles acreditam que esse é o
caminho para curar a cegueira provocada por doenças degenerativas, como a
retinite pigmentosa, com próteses totalmente orgânicas, compatíveis com
o olho humano e autônomas.
Tratamentos para a cegueira
Atualmente, já estão disponíveis os implantes de olhos biônicos.
Eles também são próteses colocadas na retina, mas, nesse caso, se trata
de um receptor eletrônico desenvolvido para interpretar imagens
capturadas por uma microcâmera de vídeo, instalada em um par de
óculos. Outro tratamento foi concebido em 2012 por pesquisadores da
Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Eles desenvolveram um modelo similar ao italiano,
só que artificial. O dispositivo americano reproduz o código
normalmente usado pela retina para se comunicar com o cérebro,
permitindo aos ratos cegos enxergarem novamente. Há também uma terapia
genética, desenvolvida em 2010, que restaura as células afetadas pela retinite pigmentosa.
Falhas de
fabricação e no design dos produtos estão entre as principais causas dos
acidentes com berços, carrinhos de transporte e brinquedos
Por
Da Redação
Um ano de idade bebê com rádio-relógio (Istock/Getty Images)
Mais de 66.000 crianças com menos de três anos nos Estados Unidos passam pela emergência de hospitais devido a acidentes causados por produtos de berçário, de acordo com estudo publicado no periódico científico Pedriatrics nesta segunda-feira. Em 80% dos casos, os acidentes foram causados por queda. A maioria dos ferimentos foi causada por suportes (20%), berços ou colchões (19%) e carrinhos de bebê (17%), sendo que 81% das lesões afetaram a cabeça, rosto ou pescoço das crianças. Isso corresponde a cerca de um acidente a cada oito minutos registrado em hospitais.
Ao longo de 21 anos – entre janeiro de 1991 e dezembro de 2011 –
pesquisadores do Nationwide Children’s Hospital, nos Estados Unidos,
visitaram emergências de hospitais. Embora no país esforços na prevenção
desse tipo de acidente tenham levado a um declínio de casos entre 1991 e
2003, a taxa vem aumentando desde 2003. A pesquisa mostrou que as lesões relacionadas aos produtos de berçário aumentaram quase 25% nos últimos oito anos do estudo.
Erro dos fabricantes
Uma série de produtos para crianças pequenas, incluindo andadores, cadeiras de balanço e cômodas de fraldário foram analisados. Tracy Mahan, uma das pesquisadores, disse ao jornal americano USA Today
que o real propósito do estudo não é culpar os pais, mas sim alertar os
fabricantes. “Se os produtos tivessem um design que os tornasse mais
fáceis de usar, haveria menos danos”, explicou. Gary Smith, coordenador do estudo e diretor do Centro de
Pesquisa de Lesões do Nationwide Children’s Hospital, já havia
trabalhado na Academia Americana de Pediatria, em 2001, descrevendo
falhas de projetos de andadores para bebês. Alguns fabricantes
responderam, melhorando os produtos para a anatomia dos bebês e
trocando as rodas, tornando-os mais improváveis de as crianças caírem. Entretanto, famílias que não compram novos produtos precisam ser ainda mais cautelosas, segundo Tracy. Cintos de segurança de carros usados, por exemplo, podem ser mais fracos porque o histórico do produto pode ter afetado seu nível de segurança.
Alerta para os pais
Embora o alerta não seja direcionado aos pais, existem maneiras pelas
quais eles podem se certificar se os produtos são seguros e se estão
sendo usados de forma correta. Tracy recomenda o uso dos quatro “R”: research, check for recalls, register the product, read the manuals (em tradução livre: pesquise, verifique os recalls, registre o produto e leia os manuais). No Brasil, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é dever dos fornecedores comunicar defeitos ou inadequações de seus produtos. É possível acompanhar alertas de recall no site do Ministério da Justiça.
A SMS vem fazendo sua parte, visitando os imóveis considerados vulneráveis ao desenvolvimento de focos
( Foto: Cid Barbosa )
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) confirmou o primeiro óbito por
febre chikungunya neste ano no Ceará. O dado está presente na
Atualização Semanal das Doenças de Notificação Compulsória, divulgado no
dia 7. De acordo com o relatório, o óbito foi registrado em Fortaleza,
município com o maior número de casos da doença no Estado em 2017, já
somando 367 ocorrências. A fatalidade vinha sendo investigada pelo órgão
estadual desde fevereiro. A Sesa, contudo, não forneceu informações
sobre a vítima.
No total, segundo o documento, 661 pessoas foram diagnosticadas com a
arbovirose no Estado até agora. Em relação à atualização publicada na
semana anterior, houve aumento de 57% na quantidade de casos
confirmados. Dezenove cidades cearenses registraram ocorrências da
doença. Além de Fortaleza, Pentecoste e Baturité são os municípios mais
afetados, com 110 e 106 casos, respectivamente.
O óbito confirmado nesta semana junta-se às 26 mortes registradas em
decorrência da febre de chikungunya no ano passado, segundo o último
boletim epidemiológico da Sesa, datado de 24 de fevereiro. O gerente da
Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), Nélio Morais, afirma que a doença tem
provocado mais óbitos que o esperado no Estado e no restante do País, o
que torna o cenário epidemiológico previsto para 2017 preocupante.
"Nos outros países, a chikungunya não tem caracterização de óbito tão
forte. No Brasil, não sabíamos qual seria a resposta clinica, mas agora
vemos um número de óbitos além da expectativa imaginada", diz.
Segundo ele, em Fortaleza, algumas áreas, localizadas nas Regionais 1, 3
e 4 concentram a maior parte dos casos. São os bairros Montese, Antônio
Bezerra, Barra do Ceará, Cristo Redentor e Álvaro Weyne. Essas regiões
vem sendo os principais alvos das ações de combate ao mosquito Aedes
aegypti, transmissor da doença.
O gerente da célula da SMS destaca que, neste ano, diante das chances
de o Ceará ter chuvas dentro da média histórica, com maiores volumes que
os registrados nos últimos anos, a vigilância deve ser dobrada. "Nesse
período, a chance de formar criadouros em depósitos com acúmulo de água é
grande. É tanto que nossa segunda maior epidemia de dengue foi em 2011,
quando tivemos um dos melhores invernos em Fortaleza".
Por conta dos altos riscos de proliferação do Aedes aegypti, a SMS está
intensificando algumas ações de combate ao mosquito. Um dos trabalhos
promovidos é a Operação Quintal Limpo. O gerente afirma que ação visa à
conscientização da população sobre a necessidade de limpar os quintais
das casas, recolhendo objetos descartados que podem se tornar
criadouros. Visitas educativas
Outra medida é realização da Operação Foco a Foco, que consiste em
visitas educativas a imóveis considerados vulneráveis ao desenvolvimento
de focos. "Selecionamos os 100 mil imóveis mais problemáticos da cidade
nos últimos anos. São imóveis com cacimbas e caixa d'água não vedadas,
rampas de lixo nas proximidades, e fizemos visitas permanentes para
sensibilizar os proprietários. Alguns até ficaram incomodados, mas eles
precisam entender".
"Enquanto não resolvermos o componente educacional, não vamos resolver o
problema. Não tem agente de endemias que dê conta. A população tem que
criar consciência ou vamos pagar caro por isso", diz Morais.
O Brasil já é o quinto país no mundo
com o maior número de pacientes. O preconceito e a pouca informação
tornam ainda mais difícil a vida de todos eles
AMARRAS Isabela trata-se há um ano. No começo, não tinha coragem para falar no assunto
Cilene Pereira
“O mais difícil é achar alguém para conversar. Eu só queria
conversar. Mas é muito difícil encontrar uma pessoa que entenda o que
estou passando, que não é uma questão de querer sair desse estado, de ir
viver a vida. É uma questão de querer, mas não conseguir fazer isso.” O
desabafo é da gaúcha Andressa Silva Montenegro, moradora de Porto
Alegre. Nos últimos dezenove anos, Andressa, que tem apenas 27 anos,
vive diariamente sob o peso da depressão. O que ela diz no relato acima é
o que todos os pacientes falam ou desejam falar, mas quase ninguém
escuta. Depressão é doença, e não falta de vontade, caráter ou fraqueza.
E, infelizmente, trata-se de uma enfermidade que cresce no Brasil. Um
relatório recente da Organização Mundial de Saúde revelou que o País é o
primeiro em número de casos na América Latina e o quinto no ranking
mundial. Cerca de 11,5 milhões de pessoas por aqui são depressivas. TRAGÉDIA
Em um surto depressivo, Fábio matou a esposa, Thaise, e o filho Pedro.
Em seguida, se suicidou na casa onde moravam, na zona leste de São Paulo
São várias as razões que situam o País entre os primeiros colocados
nas taxas de incidência. Primeiro, a única que pode ser considerada
positiva: o diagnóstico hoje é mais fácil do que anos atrás. Todos os
outros motivos têm raiz em boa parte no ambiente estressante que os
brasileiros vivem há décadas. “O estresse é um dos gatilhos para o
desencadeamento da depressão”, afirma o psiquiatra Ricardo Alberto
Moreno, diretor do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. O problema
recrudesceu nos últimos anos com o agravamento das crises política e
econômica, fazendo aumentar a procura por ajuda. “Logo no início de seu
relatório, a OMS pontua que o sofrimento com perdas é um dos fatores que
levam à depressão”, explica o psiquiatra Antonio Geraldo da Silva,
presidente eleito da Associação dos Psiquiatras da América Latina e
diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria. “Tivemos muitas perdas,
decepções com líderes nos quais muito acreditavam, queda na renda
financeira. Tudo isso contribuiu para o aumento no total de casos no
Brasil.”
“Tivemos muitas perdas, como a queda na renda financeira. Isso contribuiu para o aumento no total de casos no Brasil” Antonio Geraldo da Silva, psiquiatra, presidente eleito da Associação dos Psiquiatras da América Latina
Como a maioria das doenças, depressão tem tratamento. O grande
problema, evidenciado nas palavras de Andressa, é o entendimento
equivocado de que ela não passa de um estado de ânimo derivado de uma
personalidade fraca ou preguiçosa. Esse erro seminal faz com que a luta
do paciente seja ainda mais dura do que ela já é. Em vez de uma batalha,
ele enfrenta várias. A primeira começa dentro dele mesmo, que também
não entende ou não aceita sentir uma tristeza que não tem fim, uma
apatia e uma falta de prazer na vida que em muitas casos tiram dele até a
vontade de viver. “Tinha muita dificuldade de aceitar. E não achava
coragem de falar no assunto com ninguém”, conta a arquiteta Isabela
Soares, 42 anos, de São Paulo, ao lembrar-se de quando começou a
perceber os primeiros sintomas, há pouco mais de um ano. GENÉTICA E AMBIENTE
RISCO O estresse pode ser um gatilho para o surgimento da doença, segundo o psiquiatra Moreno
A resistência fica maior ainda quando a doença se instala em vidas
assentadas como a de Isabela, com filho, marido, amigos. O
questionamento sobre o por quê de tanta tristeza ganha um tamanho
enorme. É preciso ficar claro que os sintomas são derivados de um
desequilíbrio concreto entre substâncias cerebrais que mediam o humor e
as emoções. Ele ocorre por uma combinação entre predisposição genética e
ambiente. Os antidepressivos corrigem as diferenças fisiológicas e a
psicoterapia atua nas questões psicológicas envolvidas.
O cenário em todo o mundo, no entanto, é o da desinformação. Não é à
toa que grupos como o de Apoio às Pessoas com Depressão, de Niterói,
ainda acolhem tanta gente em busca de explicações para o que sentem.
“Muitas pessoas chegam sem ter ideia do que está acontecendo”, diz o
psicanalista Lenilson Ferreira, fundador da iniciativa.
Depois de lidar com a própria angústia, o paciente tem que se ver com
o preconceito de quem está do lado. Pode ser o marido, a esposa, o
amigo. Desde que resolveu falar abertamente que tinha depressão, Isabela
vem recebendo os relatos de gente que enfrenta o mesmo problema, mas
sem a solidariedade dos mais próximos. “Ouço muita gente dizer que não
tem o apoio dos familiares, por exemplo.”
A ARQUITETURA CEREBRAL DA DEPRESSÃO
Uma pesquisa divulgada na semana passada mostrou pela primeira vez que a
depressão modifica a arquitetura cerebral, mas os antidepressivos
revertem as alterações. A região atingida é o córtex cerebral, a matéria
cinza na superfície do cérebro na qual está contida a maior parte das
células nervosas do corpo e onde ocorre o maior número de conexões entre
os neurônios.
O trabalho foi feito no Hospital da
Criança de Los Angeles, nos EUA. Análises de imagens cerebrais obtidas
de 80 voluntários (41 depressivos) mostraram que a doença aumenta a
espessura da área. E quanto mais espessa, maior a severidade dos
sintomas. Os remédios retardam esse processo, o que revela que atuam em
outros mecanismos além dos conhecidos (sobre substâncias cerebrais
associadas ao humor).
Os novos elementos no conhecimento sobre a
enfermidade servirão de base para tratamentos diferentes dos atuais. “A
capacidade de o cérebro se readaptar a partir dos remédios será mais um
alvo a ser trabalhado”, disse à ISTOÉ Bradley Peterson, um dos autores
do estudo. “Podemos pensar em outros medicamentos, estimulação
eletrofisiológica ou intervenções comportamentais e psicológicas capazes
de agir sobre isso.”
A gaúcha Andressa viveu tudo isso e ainda enfrentou outro obstáculo
muito comum na vida dos pacientes: a mistura de pouca informação e
preconceito por parte de profissionais de saúde que, por dever de
ofício, deveriam, primeiro, saber identificar uma doença. Segundo,
respeitar a pessoa que estão atendendo. Na primeira crise mais grave,
sem ânimo para coisas básicas como tomar banho ou levantar-se da cama,
ela ouviu da médica que a atendeu que deveria fazer exercício físico,
tomar umas vitaminas e se esforçar. A médica simplesmente não tinha
ideia do que estava falando. Em depressão, não se trata de “se
esforçar”. O doente não faz porque não consegue.
Sem diagnóstico, Andressa não obteve atestado médico. Sem o
documento, não justificou as faltas no trabalho. Terminou despedida por
justa causa. À primeira experiência sucederam-se outras, igualmente
traumáticas e humilhantes. Envolveram psiquiatras, gastroenterologistas
(ela teve muita dor de estômago), peritos escalados para analisar seu
caso em seus pedidos de licença remunerada. O que mais ouviu foi que
tinha que ter força de vontade e ir trabalhar. Andressa só conseguiu o
pagamento depois de entrar na Justiça. “É
muito difícil encontrar alguém que entenda o que estou passando. Não é
uma questão de ir viver a vida. É uma questão de querer, mas não
conseguir ” Andressa Montenegro,de Porto Alegre, 27 anos, diagnosticada aos oito anos
Uma rede de atendimento pouco acolhedora deixa sem tratamento uma
imensidão de pacientes. Segundo dados da OMS, em muitos países menos de
10% das pessoas recebem medicação e orientação psicoterápica. A maioria
restante sofre em silêncio, tem suas vidas suspensas e luta praticamente
sozinha para não ceder aos pensamentos suicidas que vêm e vão. “No
Brasil acontece um suicídio a cada 45 minutos”, informa o psiquiatra
Antonio Geraldo da Silva. “Cerca de 38% deles têm por trás a depressão.”
O cenário mostra que há muito o que fazer para acabar com esse
enredo, deixando no passado tragédias como a que vitimou a família do
pequeno Pedro Luiz Ramos Nunes recentemente. O garoto morava com os
pais, Fábio, 36 anos, e Thaise, 33 anos, em São Paulo. Aos cinco anos,
ele foi morto pelo pai, em surto depressivo. Sem tratamento, Fábio matou
o filho e a mulher e depois se matou.
A MENTE SOFRE Segundo a OMS
• 322 milhões de pessoas no mundo têm depressão, a maioria mulheres
• No Brasil, são 11,5 milhões de indivíduos, o que equivale a 5,8% da população
• Entre 2005 e 2015, houve um aumento de 18% no total de casos no planeta
• A doença hoje é a principal causa de incapacidade
• Pode levar ao suicídio
• Menos de 10% dos pacientes recebem tratamento
Alguns sinais
• Cansaço que não passa
• Apatia
• Falta de prazer em atividades antes prazerosas
• distúrbios de sono (dormir muito ou pouco)
• dificuldade de concentração
• ideias suicidas
Há três graus:
1. Leve
A pessoa apresenta alguma dificuldade para atividades cotidianas, mas sem prejuízo na vida profissional e social
2. Moderado
Há maior impedimento para a execução de ações rotineiras, como trabalho ou convívio social
3. Grave
O paciente não consegue mais desempenhar suas ações sociais, profissionais ou domésticas