Todos os pacientes são homens com idades entre 14 e 54 anos, segundo secretaria de Saúde
Paola Lucas
Rio
- Cinco casos de malária foram confirmados nos três primeiros meses do
ano em Petrópolis, Região Serrana, o último foi notificado no dia 15
deste mês, revela o setor de epidemiologia da Secretaria Municipal de
Saúde da cidade. Todos os pacientes receberam a medicação e realizaram o
tratamento em casa.
Em nota, a secretaria explica que “a
quantidade de casos é aceita dentro dos parâmetros dos Ministério da
Saúde, portanto, não representam riscos à população”. Todos os pacientes
são homens com idades entre 14 e 54 anos, moradores dos bairros
Independência, Quitandinha, Valparaíso e Siméria.
Agentes da vigilância sanitária também fizeram uma
varredura nas residências e locais de convívio dos pacientes infectados
para identificar possíveis focos do mosquito, que é mais comum nas
regiões de mata fechada. Até o momento nenhum foco ou mosquito da
espécie foram encontrados. A coordenação de epidemiologia continua
investigando os casos.
Professora titular de doenças
infecciosas e parasitárias da Estácio de Sá, Karis Maria Rodrigues
explica que os mosquitos transmissores da malária são diferentes dos que
transmitem a febre amarela e ressalta que, no caso da malária, não há
vacina contra a doença, “portanto a prevenção é uso constante de
repelente”, orienta Karis.
“A malária é transmitida
pelo grupo dos anófilos (espécie de mosquito) que aparece em regiões
mais altas e vive próximo às bromélias, não sei se é o caso de
Petrópolis, é preciso ter acesso aos diagnósticos. A malaria que temos
aqui é de uma espécie mais branda e que pode ser tratada. É importante
que os médicos levem em consideração esse momento e peçam os exames para
identificar a malaria diante da mínima suspeita”, explica Karis.
No CMS Heitor Beltrão, na Tijuca, longa fila se formou no sábado
para vacina contra a febre amarela. Segundo SMS, equipes funcionaram
com força máxima para atender a procura
Márcio Mercante / Agência O Dia (25.3.2017)
Como o paciente com malária não apresenta
sintomas específicos muitos acabam sendo diagnosticados com dengue, por
exemplo, e não tratam com medicação correta, alerta a professora.
“Apesar de não ter vacina a malária tem medicação específica, mas é
preciso um diagnóstico rápido, do contrário se torna um caso grave”,
explica Karis.
A professora ressalta que a febre amarela e a
malária são doenças transmitidas por mosquito, mas elas não estão
diretamente relacionadas. “Uma é doença viral (a febre amarela) e a
outra é por protozoário (no caso da malária). O fato de ter casos de
febre amarela em Casimiro de Abreu, não quer dizer que, necessariamente,
haverá casos da malária", esclarece Karis. Avanço na busca pela cura
Atualmente,
não há vacina licenciada contra a malária ou qualquer outro parasito
humano, explica a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, uma
pesquisa sobre a vacina contra o parasito P. falciparum, conhecida como
RTS, S/AS01, está bastante avançada.
Com financiamento garantido
para a fase inicial, em 2018 a OMS vai iniciar um programa de vacinação
em três países da África Subsaariana. Para a organização, esses
projetos-piloto podem abrir caminho para uma utilização mais ampla da
vacina.
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