Novo dispositivo devolveu fotossensibilidade a ratos com retinite pigmentosa e deve ser testado em humanos ainda neste ano

Novo tratamento pode restaurar a visão de pacientes com cegueira degenerativa (Istock/Getty Images)
Retinite pigmentosa
A retinite pigmentosa é um tipo de degeneração da retina que leva à perda da visão. Pacientes afetados sentem, inicialmente, cegueira noturna seguida de redução do campo visual.Mais de 20 milhões de pessoas ao redor do mundo são cegas ou estão em risco de ficar por causa de doenças degenerativas que afetam a retina, como a degeneração macular e a retinite pigmentosa. Nos olhos saudáveis, quando uma imagem entra na retina, ela é transformada em padrões de impulsos elétricos que são transportados ao cérebro pelos neurônios. Essas doenças danificam algumas das células responsáveis por fazer essa tradução, os fotorreceptores, enquanto outras ficam intactas.
Nova prótese de retina
O novo mecanismo é formado por camadas fotoativas de polímeros e de fibroína – proteína insolúvel criada por aranhas e bicho-da-seda. Quando instalados cirurgicamente, no meio da retina dos animais cegos, esses materiais respondem à luz e ativam os neurônios restantes no olho degenerado. No entanto, os cientistas admitiram no artigo que “o processo detalhado da atuação da prótese permanece incerto”.Segundo o estudo, a invenção difere das outras próteses já concebidas e estudadas por ser totalmente orgânica, ter total autonomia de operação e alta duração. Além disso, o material é “flexível e confortável”, sendo mais tolerável para o corpo. Outra vantagem é que, como a prótese é feita com ingredientes naturais, não apresenta a necessidade de recarga ou manutenção frequente.
Para testar sua eficácia, os pesquisadores utilizaram ratos com retinite pigmentosa herdada geneticamente e ratos saudáveis. Eles inseriram a prótese em parte dos animais cegos e não trataram o restante, para comparação. Depois de trinta dias da inserção, o reflexo das pupilas dos ratos operados à luz não foi muito melhor que a dos não tratados quando estimulados com uma iluminação fraca, um pouco mais brilhante que a de uma lua cheia. Mas, com uma claridade mais forte, como a de um crepúsculo, a resposta dos animais com a prótese foi bem melhor, semelhante à de indivíduos saudáveis.
Por meio de tomografias, os cientistas observaram que o cérebro dos animais tratados apresentava um aumento de atividade no córtex visual primário, que processa a informação visual. Eles acreditam que esse é o caminho para curar a cegueira provocada por doenças degenerativas, como a retinite pigmentosa, com próteses totalmente orgânicas, compatíveis com o olho humano e autônomas.
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