terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sinais de alerta do infarto

O índice de morte, na primeira hora, após o início dos sintomas do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é de 60% no Brasil, sendo a falta de assistência especializada prévia e a excessiva demora do paciente infartado em receber atendimento hospitalar responsáveis por números tão elevados. O IAM é uma das principais causas de morbi-mortalidade no Brasil e no mundo.Melhorar o conhecimento da população sobre como conhecer os sinais de alerta do infarto e estimular a capacitação médica continuada das equipes de emergência são medidas práticas para reverter este quadro nacional. É o que destaca Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Emergências Cardiovasculares do Incor (SP) e palestrante do I Fórum Internacional sobre Avanços & Oportunidades no Tratamento Emergencial do IAM, realizado no Rio de Janeiro."Entender os sintomas, identificar rapidamente a doença e aplicar o tratamento, logo nos primeiros minutos do IAM, é determinante para redução da mortalidade ou de sequelas causadas pela doença", afirma o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jorge Ilha Guimarães.Minutos decisivosNo Brasil, estima-se que apenas 49% dos pacientes infartados cheguem com vida ao hospital. O atendimento pré-hospitalar, realizado ainda na ambulância ou em casa, é fundamental para aumentar as chances de sobrevida destes pacientes.Para se ter uma ideia, revelam os especialistas, cada minuto perdido, no atendimento durante as 3 primeiras horas após os sintomas do infarto, representa uma média de 11 dias a menos na expectativa de vida dos pacientes com diagnóstico de IAM.A boa notícia é que já é possível tratar os pacientes infartados na própria ambulância, com aplicação de um medicamento trombolítico (a Tenecteplase), droga que age especificamente nos trombos que obstruem as artérias coronárias. "Com o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e a introdução dos medicamentos trombolíticos, observou-se uma significativa redução na taxa de mortalidade", alerta Timerman.ExperiênciasO Fórum Internacional foi um momento único para a troca de experiências e para conhecer como são feitos trabalhos semelhantes fora do País. Para tanto, o encontro contou com a presença de dois médicos coordenadores de serviços de emergência na Europa, o cardiologista e diretor-médico do Departamento de Cardiologia e Medicina Emergencial do Wilhelmen Hospital de Viena, na Áustria, Dr. Kurt Huber, e o chefe do SAMU e do Hospital Universitário de Lille, na França, Dr. Patrick Goldstein."Essa troca de experiência é muito importante para conhecermos melhor o trabalho realizado fora do Brasil e para demonstrarmos também a efetividade do trabalho das nossas unidades de emergência", afirma o coordenador das UPAs, SAMU e Defesa Civil da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Coronel Fernando Suarez. O I Fórum Internacional sobre Avanços & Oportunidades no Tratamento Emergencial do Infarto Agudo do Miocárdio contou com o suporte científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e apoio da Boehringer Ingelheim.ATENDIMENTO-49% dos infartados chegam com vida ao hospital. O atendimento pré-hospitalar (ambulância ou em casa) é vital para aumentar as chances de sobrevida.IMPACTO DO IAM-As Doenças cardio e cerebrovasculares são responsáveis por mais de 32% das mortes por problemas de saúde no Brasil / 2007. (Fonte: Datasus / www.datasus.gov.br);De 1998 até 2005, o número de internações por IAM aumentou em 65% (de 119 mil para 196 mil) . (Fonte: Datasus / www.datasus.gov.br);Os gastos da rede pública com o tratamento aumentou 195% entre os anos de 1998 e 2005 - de 149 para 449 milhões;Cada minuto perdido, nas 3 primeiras horas após os sintomas, custa ao paciente uma média de 11 dias de vida (Fonte: Estudo GREAT - Rawles J. J Amer Coll Cardiol1 Nov 97).

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