segunda-feira, 28 de junho de 2010

Contêineres irão suprir falta de postos de saúde

MACEIÓ – Diante do cenário caótico deixado pelas enchentes, as autoridades alagoanas estão sendo obrigadas a improvisar. A Secretaria de Saúde do Estado utilizará contêineres nas cidades que tiveram unidades de saúde destruídas pelas enchentes. “Vamos implantar essa estrutura, que já foi utilizada em vários países e cidades do Brasil. O que não podemos é deixar a população desassistida, porque a reconstrução de um posto de saúde leva entre seis meses e um ano para ficar pronto”, informou o secretário de Saúde, Herbert Motta. Outras opções como o aluguel de casas e instalação de módulos pré-moldados também são analisadas.
As enchentes provocaram a destruição de 43 unidades de saúde e parte do hospital do município de Paulo Jacinto, que tem custo de reforma estimado em R$ 1,2 milhão. Dois engenheiros especialistas do Rio Grande do Sul chegaram a Alagoas e vão começar a avaliar os danos nas unidades e elaborar projetos de reconstrução.
Segundo o superintendente da Atenção à Saúde do Estado, Vanilo Soares, doenças bacterianas e viróticas devem começar a aparecer a partir de agora entre as vítimas das cheias dos rios. “Num primeiro momento a preocupação foi com as doenças de veiculação hídrica e atendimento aos feridos. Distribuímos hipoclorito de sódio para a população beber água, já que ainda há problemas de abastecimento. Em oito a dez dias começam a aparecer as doenças transmitidas por vírus e bactérias. Estamos nos preparando para esse crescimento”, disse. Até ontem, cinco municípios atingidos pelas enchentes continuavam sem água encanada.
O Estado já recebeu o terceiro hospital de campanha, que deve ser instalado hoje em Branquinha, cidade mais destruída pelas enchentes. Também ontem foi anunciada que a falta de medicamentos foi suprida com a chegada de oito toneladas de remédios doadas por vários Estados.
Ontem foi divulgada a informação de que, das 34 vítimas das enchentes até agora contabilizadas em Alagoas, apenas 18 corpos chegaram ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Maceió para exames legistas e liberação do atestado de óbito. Desses, quatro ainda não identificados permanecem guardados no local. Para serem oficialmente reconhecidos como mortos e enterrados, todos precisam passar pelo IML.
O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, tenente-coronel Neotônio Santos, explica que, diante situação de caos, alguns enterraram suas vítimas de forma emergencial, sem seguir os trâmites legais. Segundo ele, um levantamento começou a ser feito pela defesa civil para “não deixar indício de irregularidade, nem em relação aos danos nem em relação às mortes”, afirma.

ALERTA
Por conta das chuvas que caem em Pernambuco, a Defesa Civil de Alagoas emitiu um comunicado ontem à tarde às autoridades municipais, informando que estava monitorando os índices pluviométricos, mas que, até a noite de ontem, não havia motivo para preocupação.

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