quinta-feira, 25 de março de 2010

Brasil reduz incidência, mas continua entre os países com mais casos de tuberculose

O número de casos de tuberculose no Brasil caiu de 72.140, em 2007, para 70.989, em 2008. No período, a incidência da doença passou de 38,1 casos em cada grupo de 100 mil habitantes para 37,4. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24) --Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose-- pelo Ministério da Saúde.
As mortes provocadas pela tuberculose também diminuíram, de 4.823, em 2007, para 4.735, em 2008. O Brasil permanece na lista das 22 nações que concentram 80% dos casos de tuberculose em todo o mundo, embora tenha melhorado no ranking, da 18º para a 19° colocação.
Para o governo, o balanço é positivo e resulta de um trabalho coordenado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose que, em 2003, definiu o enfrentamento da doença como prioridade.
Um dos destaques, segundo a pasta, é a expansão da estratégia do Tratamento Diretamente Observado, que consiste no acompanhamento do paciente durante seis meses. Atualmente, 43% dos novos casos são monitorados. Em 2002, a média era de 3,3%.
A tuberculose é uma doença causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que afeta vários órgãos do corpo, principalmente os pulmões. Ela é transmitida por meio da tosse ou do espirro. Os principais sintomas são tosse prolongada (por mais de três semanas) com ou sem catarro, cansaço, emagrecimento, febre e suor noturno.
Em 1993, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a tuberculose como uma emergência global.
Rio é o estado com maior incidência
O Rio de Janeiro é o estado brasileiro com a maior incidência de casos de tuberculose - 68,64 para cada 100 mil habitantes - seguido por Amazonas (67,88), Pernambuco (47,61), Pará (43,72), Ceará (43,2) e Rio Grande do Sul (42,53). As menores taxas da doença foram registradas no Distrito Federal (13,73), em Tocantins (13,67) e em Goiás (13,91).
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a incidência entre homens - 50 para cada 100 mil habitantes - é duas vezes maior que entre mulheres.
Nas populações indígenas, a incidência é quatro vezes maior que a taxa nacional de 37,4%. Entre os portadores do vírus HIV, o risco de contrair tuberculose é 30 vezes maior e entre os presidiários, 25 vezes.
"A tuberculose atinge todas as pessoas, independentemente da renda, classe social ou escolaridade", alertou o coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráulio Barreira.
Percentual de cura aumentou 4%
O percentual de cura da tuberculose no Brasil passou de 69% em 2002 para 73% em 2008 - índice ainda distante dos 85% recomendados pela OMS. Em 2008, o país registrou 70.989 novos casos da doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é a principal causa de morte de portadores do vírus HIV. Em 2002, 26,7% dos pacientes com tuberculose fizeram exames para a detectar o vírus HIV e em 2008, o índice passou para 48%.
O coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráulio Barreira, lembrou que quanto mais precoce for o diagnóstico, melhores as chances de sobrevida.
O representante da Opas (Organização Panamericana de Saúde), Diego Victoria, afirmou que uma em cada três pessoas que contarem tuberculose no mundo não tem acesso a um diagnóstico preciso e a um tratamento eficaz para a doença.
"Temos que encontrar novos e melhores meios para combater essa doença. Novos medicamentos, métodos mais rápidos para diagnóstico, vacina, serviços de saúde mais acessíveis".
Para Diego Vistoria, o trabalho em parceria é fundamental, sobretudo entre União, estados e municípios. "Temos que somar forças para que o controle da tuberculose esteja sempre na pauta".

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