terça-feira, 28 de setembro de 2010

Brasil vai produzir medicamento para tratar doença de Gaucher

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou um acordo de R$ 1,25 bilhão para a transferência de tecnologia em biotecnologia entre a multinacional americana Pfizer, a israelense Protalix e o Ministério da Saúde, nesta terça-feira.
Com a parceria, o laboratório brasileiro Biomanguinhos vai produzir o medicamento taliglucerase alfa, utilizado no tratamento da doença de Gaucher, em cinco anos.
A doença é um problema genético raro, hereditário e que não tem cura. Consiste na deficiência de uma importante enzima responsável pela digestão das gorduras de células, causando anemia, hematomas, aumento do fígado e do baço e perda precoce da massa óssea.
O valor representa o total de compras para o tratamento dos pacientes atendidos pelo SUS (R$ 250 milhões por ano), o que garante a aquisição do produto, a transferência de tecnologia e deve gerar uma economia de R$ 70 milhões aos cofres públicos no período.
A Pfizer detém os direitos comerciais do produto em todo o mundo, exceto em Israel.
Temporão está nos Estados Unidos, onde comanda uma missão empresarial para incentivar investimentos e parcerias do setor produtivo dos EUA com o complexo industrial da saúde do Brasil.
"O mais importante dessa parceria é tipo de conhecimento embutido. O medicamento, taliglucerase alfa, é uma enzima, ou seja, produzido por um processo biológico. A partir do domínio dessa plataforma de produção, o Brasil se capacita a produzir outros produtos do gênero", afirma o ministro.
Segundo o ministro, um dos principais problemas que o país vivencia hoje é a dependência de tecnologia e conhecimento na produção de insumos para a saúde.
PARCERIAS
Outras três parcerias público-privadas foram anunciadas nesta terça-feira: medicamentos para esclerose múltipla (BetaInterferona 1ª, parceria entre Ache Biosintética e Biomanguinhos); antiasmático (Formoterol + Budesonida, parceira entre Chemo e Farmanguinhos) e imunossupressor (Sirolimo, parceria entre a Libbs e Farmanguinhos). Todas somam R$ 350 milhões.
Na última sexta-feira (24), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sua correlata nos Estados Unidos --FDA (Food and Drug Administration)-- firmaram, na capital americana, um acordo de confidencialidade para a troca de informações. Na prática, a medida contribuirá, por exemplo, para agilizar o registro de medicamentos, diminuir a necessidade de inspeções e acelerar a avaliação sobre retirada de produtos do mercado.

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