quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Planos de saúde terão prazo máximo para atender clientes

Os planos de saúde terão que respeitar prazos máximos de atendimento aos clientes, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Dependendo da especialidade, esses prazos vão variar de 3 a 21 dias.
Os prazos serão oficializados em uma instrução normativa da ANS, que deve ser publicada na próxima semana.A ANS tomou a medida depois de pesquisar os prazos adotados e considerados razoáveis pela maioria dos planos, de acordo com a "Agência Brasil". Segundo o estudo, nas consultas básicas, 9,6% das operadoras consideram razoável o serviço ser prestado no prazo superior a 16 dias. Nas consultas de outras especialidades, 24,8% realizam e 25,3% entendem como razoável espera de 8 a 15 dias pelo atendimento.
PRAZOS DEFINIDOS PELA ANS
Consulta básica (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, cardiologia e ortopedia e traumatologia)
7 dias
Consulta nas demais especialidades médicas
14 dias
Consulta de Fonoaudiologia
10 dias
Consulta de Nutrição
10 dias
Consulta de Psicologia
10 dias
Sessão de Terapia ocupacional
10 dias
Sessão de Fisioterapia
10 dias
Serviços de diagnóstico por laboratório clínico
3 dias
Serviços de diagnóstico por imagem
10 dias
Procedimentos de alta complexidade
21 dias
Internações eletivas
21 dias
Urgência e Emergência 24h
imediato
Consulta de Odontologia
7 dias

Anvisa determina recolhimento do Avandia em todo país

Em reunião finalizada na terça-feira (28), a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) cancelou o registro do medicamento Avandia, fabricado pela empresa GlaxoSmithKline, que tem como princípio-ativo a substância rosiglitazona. O remédio é utilizado no tratamento contra a diabetes tipo 2. A decisão foi tomada após a avaliação de estudos que demostraram que os riscos da utilização do medicamento superam seus benefícios. Também foi determinado que o laboratório produtor do medicamento faça o recolhimento do produto em todo o território nacional.
Segundo nota divulgada no "Diário Oficial da União", "os medicamentos contendo rosiglitazona como princípio-ativo apresentam relação custo/benefício desfavorável em relação ao benefício, especialmente pela alta probabilidade de ocorrência de doenças isquêmicas, considerando que existem alternativas terapêuticas mais seguras para as mesmas indicações".
Entre os problemas identificados durante a avaliação do Avandia, está a alta probabilidade de ocorrência de infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, derrame e outros distúrbios cardíacos associados à utilização do produto.
Os pacientes que fazem uso deste medicamento devem procurar o seu médico para realizar a mudança necessária no tratamento, de acordo com a Anvisa. O órgão informou que atualmente existem nove classes de remédios para este tipo de diabetes.
Segundo o médico Leão Zagury, diretor da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), os pacientes não serão prejudicados com a saída do Avandia do mercado. "Podemos utilizar outras no tratamento dos diabéticos. Hoje existem muitos remédios para controlar o nível de açúcar no sangue", afirmou.
Zagury disse que não vê muitos problemas no Avandia. De acordo com o especialista, o remédio da GlaxoSmithKline não está entre os mais vendidos no país para tratar a diabetes.
EUROPA E EUA
Na última quinta-feira (23), em comunicados simultâneos à imprensa, a European Medicines Agency e a FDA (agência reguladora nos EUA) anunciaram suas decisões sobre a droga. A agência europeia disse que não vai mais autorizar a venda de Avandia e que o remédio será retirado do mercado nos próximos meses.
No início do mês, a agência reguladora britânica afirmou que um painel independente de especialistas havia concluído que o Avandia aumenta os riscos de infarto e recomendou que a droga fosse retirada do mercado. A farmacêutica GlaxoSmithKline, baseada na Grã-Bretanha, é a fabricante do remédio.
A agência reguladora de remédios na Europa decidiu banir o medicamento com base em evidências de que ele aumenta riscos de infarto. Nos EUA, o medicamento ainda poderá ser receitado, mas com restrições.
A FDA anunciou que os pacientes que forem usar o remédio a partir de agora só conseguirão uma receita de Avandia se eles não conseguirem controlar os níveis de açúcar no sangue com outros remédios. Os médicos terão que registrar que seus pacientes podem receber o remédio e que estão a par dos riscos. A FDA espera que as restrições limitem significativamente o uso de Avandia.
A decisão da FDA marca a segunda vez em três anos que a agência decide manter o Avandia no mercado, apesar da pressão crescente para o banimento do remédio por parte de especialistas, políticos e até de cientistas que trabalham na própria agência.
A droga foi aprovada pela FDA em 1999 e se tornou o comprimido mais vendido contra diabetes no mundo. Mas o uso despencou desde que uma análise em 2007 ligou o remédio ao risco de infarto.
Críticos da FDA consideram a decisão sobre o Avandia um teste para as lideranças indicadas pelo presidente Obama para a agência, que prometia endurecer as regulamentações depois de uma série de problemas com a segurança de remédios no governo anterior.
"A FDA está tomando essa decisão hoje para proteger os pacientes, depois de um esforço cuidadoso para pesar benefícios e riscos", disse Margaret Hamburg, da FDA.
Em julho, um painel de 33 especialistas votou em 20 a 12 pela manutenção do Avandia no mercado americano. Dos 20 que votaram para manter o remédio, 10 disseram que ele deveria estar disponível com restrições.
OUTRO LADO
Em nota divulgada à imprensa no início desta tarde, a GlaxoSmithKline informou que vai cumprir todas as determinações regulatórias em relação à decisão da Anvisa.
"O respeito à saúde e à segurança dos pacientes são a base da atuação da GSK em todo o mundo. A empresa vai tomar todas as medidas para assegurar que médicos e pacientes tenham as informações necessárias sobre esta decisão", diz a nota.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Técnica com laser poderá substituir exames de saúde no futuro, dizem cientistas

Um exame com raios laser, que poderia ser realizado com aparelhos portáteis, poderá vir a substituir outros tipos de exames no futuro, oferecendo a médicos uma alternativa mais eficaz para o diagnóstico de doenças, dizem cientistas.Segundo os pesquisadores, a técnica chamada de espectroscopia Raman pode ser útil na identificação de sinais iniciais de câncer de mama, cáries e osteoporose, entre outros males.
A espectroscopia mede a intensidade e comprimento das ondas de luz dispersadas por moléculas.
A técnica já é usada nas indústrias química e farmacêutica, e agora pesquisadores britânicos e norte-americanos estão investigando formas de usar o método no diagnóstico de doenças.
Os estudiosos acreditam que o sistema, mais rápido, preciso e barato do que os convencionais, pode estar disponível para esse uso dentro de cinco anos.
IMPRESSÕES DIGITAIS
Um dos cientistas envolvidos nas pesquisas é Michael Morris, professor de química da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a usar a técnica no estudo de ossos humanos.
"Você poderia substituir vários procedimentos disponíveis hoje", disse Morris. "A grande vantagem é que [esta técnica] não é invasiva, é muito rápida e mais precisa", ele disse à BBC.
Morris explicou que, quando uma pessoa está doente, ou prestes a ficar doente, a mistura química nos tecidos é diferente da que existe em tecidos saudáveis.
"O Raman dá a você as 'impressões digitais' da molécula", explica. "Quando há uma doença, a composição química pode ser ligeiramente anormal ou muito anormal, dependendo da doença."
Segundo o especialista, o método permitiria diagnósticos em questão de minutos.
APLICAÇÕES
Os pesquisadores acreditam que o aparelho poderia realizar o diagnóstico de doenças ósseas e também detectar sinais de cáries em estágio inicial.
Segundo Morris, exames de sangue também poderiam se tornar desnecessários em alguns casos.
Ele explicou, por exemplo, que para determinar os índices de colesterol de um paciente, seria necessário apenas apontar o laser do aparelho para a região do braço de onde normalmente se coleta o sangue.
A espectroscopia Raman poderia também ser usada como alternativa para a mamografia, exame usado para detectar sinais de câncer de mama.
Ela poderia revelar tumores benignos ou malignos, dependendo das alterações na estrutura das proteínas e nas quantidades relativas de proteínas, gorduras e ácidos nucleicos no tecido.

Consumir leite e seus derivados ajuda a perder peso, indica estudo

Um estudo desenvolvido em Israel concluiu que consumidores de leite tendem a perder mais peso do que os que não consomem o produto e seus derivados. A pesquisa foi realizada pela Universidade Ben-Gurion.
Os pesquisadores analisaram 322 homens e mulheres entre 45 e 60 anos de idade com sobrepeso. Eles descobriram que, independente das dietas que fazem, as pessoas com maior consumo diário de cálcio --equivalente a 340 g de leite ou de produtos lácteos-- perderam quase 6 kg ao final de dois anos.
Aqueles que consumiram a menor dieta de cálcio --cerca de meio copo de leite por dia-- perderam apenas 3 kg.
Coordenado por Danit Shahar, do Centro de Saúde e Nutrição da Universidade, o estudo ainda confirmou que o aumento dos níveis de vitamina D no sangue contribuiu para a perda de peso. Essa vitamina aumenta a absorção de cálcio pela corrente sanguínea e pode ser obtida pela ingestão de leite enriquecido, peixe e ovos, além da exposição ao sol.
Segundo Sahar, "é sabido que pessoas com sobrepeso têm menores níveis de soro de vitamina D, mas este é o primeiro estudo que realmente mostrou que o soro da vitamina aumentou entre pessoas que perderam peso. Isso ocorre independentemente do fato de os participantes terem ou não uma dieta à base de baixos teores de carbono e de gordura".

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Brasil vai produzir medicamento para tratar doença de Gaucher

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou um acordo de R$ 1,25 bilhão para a transferência de tecnologia em biotecnologia entre a multinacional americana Pfizer, a israelense Protalix e o Ministério da Saúde, nesta terça-feira.
Com a parceria, o laboratório brasileiro Biomanguinhos vai produzir o medicamento taliglucerase alfa, utilizado no tratamento da doença de Gaucher, em cinco anos.
A doença é um problema genético raro, hereditário e que não tem cura. Consiste na deficiência de uma importante enzima responsável pela digestão das gorduras de células, causando anemia, hematomas, aumento do fígado e do baço e perda precoce da massa óssea.
O valor representa o total de compras para o tratamento dos pacientes atendidos pelo SUS (R$ 250 milhões por ano), o que garante a aquisição do produto, a transferência de tecnologia e deve gerar uma economia de R$ 70 milhões aos cofres públicos no período.
A Pfizer detém os direitos comerciais do produto em todo o mundo, exceto em Israel.
Temporão está nos Estados Unidos, onde comanda uma missão empresarial para incentivar investimentos e parcerias do setor produtivo dos EUA com o complexo industrial da saúde do Brasil.
"O mais importante dessa parceria é tipo de conhecimento embutido. O medicamento, taliglucerase alfa, é uma enzima, ou seja, produzido por um processo biológico. A partir do domínio dessa plataforma de produção, o Brasil se capacita a produzir outros produtos do gênero", afirma o ministro.
Segundo o ministro, um dos principais problemas que o país vivencia hoje é a dependência de tecnologia e conhecimento na produção de insumos para a saúde.
PARCERIAS
Outras três parcerias público-privadas foram anunciadas nesta terça-feira: medicamentos para esclerose múltipla (BetaInterferona 1ª, parceria entre Ache Biosintética e Biomanguinhos); antiasmático (Formoterol + Budesonida, parceira entre Chemo e Farmanguinhos) e imunossupressor (Sirolimo, parceria entre a Libbs e Farmanguinhos). Todas somam R$ 350 milhões.
Na última sexta-feira (24), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sua correlata nos Estados Unidos --FDA (Food and Drug Administration)-- firmaram, na capital americana, um acordo de confidencialidade para a troca de informações. Na prática, a medida contribuirá, por exemplo, para agilizar o registro de medicamentos, diminuir a necessidade de inspeções e acelerar a avaliação sobre retirada de produtos do mercado.

Remédio "tarja preta" para deficit de atenção vira festa na balada

Para "aproveitar" a balada, o enfermeiro André (nome fictício), 24, costumava tomar comprimidos de ecstasy. Há três meses, trocou a droga ilícita por Ritalina, medicamento vendido em algumas farmácias apenas com receita, que fica retida.
Apelidada de "Rita" na noite, a droga indicada para tratar deficit de atenção e hiperatividade vem sendo usada como estimulante. Sua base é o metilfenidato, de composição similar à anfetamina, que estimula o sistema nervoso central.
"Você se sente gostoso, bonito. Dá sensação de poder e um arrepio bom, como se você fosse ter um orgasmo", descreve André. Ele diz aspirar o farelo do comprimido para sentir o "barato".O enfermeiro diz ter conhecido os efeitos entorpecentes da Ritalina com amigos médicos.
Antes de saírem para a balada, eles espremem os comprimidos com uma colher e guardam o pó num saquinho. "Uma cartela com 30 serve para quatro pessoas cheirarem a noite toda."
O aumento da sede, um dos efeitos do remédio, costuma ser saciado com vodca. "Daí tudo melhora: a música fica mais legal e as pessoas ficam mais bonitas", afirma.
Ele admite que, sob o efeito da droga, fica com até dez pessoas numa mesma noite. Quando volta para casa, a agitação é tanta que só consegue dormir se tomar Rivotril, calmante que também só pode ser comercializado com receita médica.
Na casa noturna que ele costuma frequentar, no bairro da Lapa, em São Paulo, é comum ver um aglomerado de jovens descamisados dançando espremidos perto das caixas de som. "Aquilo é a Faixa de Gaza", descreve André: "Só tem droga".
A reportagem da Folha acompanhou uma noite nessa casa noturna. Lá, o estudante de publicidade César, 21, admitiu já ter usado Ritalina na balada: "Sou tímido. Quando tomo [a Ritalina], fico com mais coragem de chegar perto das pessoas", disse.
O rapaz admite que não é difícil consegui-la: "Você acha vendendo na internet".
As histórias de André e de César não são casos isolados.
Segundo Arthur Guerra, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Drogas do Hospital das Clínicas, é comum encontrar jovens tomando medicamentos de forma recreativa.
"Eles querem é sentir uma coisa diferente", diz o psiquiatra. Guerra alerta para os efeitos colaterais da "Rita": taquicardia e até quadros de paranoia, dependendo do ambiente em que estiver e da predisposição da pessoa.
SEM CONTROLE
Elisaldo Carlini, diretor do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, da Unifesp), lamenta não haver ainda levantamento sobre esse uso do medicamento, mas confirma que os casos são comuns.
Segundo ele, apesar da venda controlada, não é difícil comprar o remédio: "Tem quem importe, quem falsifique receita. O que não falta é criatividade para venderem de forma ilegal", afirma.
Adilson Bezerra, chefe de segurança institucional da Anvisa, informa que tanto a venda irregular quanto clandestina desses medicamentos são reprimidas pela Vigilância. A agência mantém convênio com a Polícia Federal para monitorar sites e comunidades de redes sociais, além de fiscalizar a venda de remédios controlados nas farmácias do país.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Roraima registra 12 casos confirmados de dengue tipo 4

Subiu de 3 para 12 os casos confirmados de dengue tipo 4 em Roraima. O Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA), examinou 70 amostras, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Dos casos confirmados, dez foram registrados em quatro bairros da capital Boa Vista e dois no município de Cantá, a 32 km da capital. Segundo a secretaria, 140 agentes vão visitar as casas nos quatro bairros --13 de Setembro, Senador Hélio Campos, Dr. Silvio Leite e Jóquei Clube-- para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Depois de 28 anos, o vírus da dengue tipo 4 voltou a entrar no Brasil. A maioria dos brasileiros não tem imunidade contra esse sorotipo, o que aumenta as chances de uma epidemia. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença está contida no estado e não há evidências de que o vírus tenha se espalhado para outras partes do país.
Os quatro tipos virais da dengue provocam os mesmos sintomas: dores de cabeça, no corpo, nas articulações e nos olhos, febre, diarreia e vômito. O tratamento é igual para todos os casos.
Em Roraima, foram confirmados 6.383 casos de dengue de janeiro a setembro. Do total, 6.125 foram clássicos (incluindo os casos confirmados do tipo 4), 181 com complicações e 77 com febre hemorrágica. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 2.878 casos.

Catapora infecta 1,3 mil pessoas em São José do Rio Preto (SP) em 2010

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - A catapora - ou varicela - infectou neste ano 1.301 pessoas em São José do Rio Preto, a maior cidade do noroeste paulista. O surto já é cinco vezes maior do que o registrado em 2009, quando 290 pessoas ficaram doentes. As crianças são as maiores vítimas da doença, que pode até matar se o paciente estiver com a imunidade baixa.
Para evitar a propagação da catapora, a Vigilância Epidemiológica orienta que a população lave bem as mãos e não as coloque nem na boca nem nos olhos.Sozinha, a doença não provoca grandes danos.
Há riscos se o paciente estiver com a imunidade baixa e tiver doenças associadas. "Uma pessoa com HIV e pneumonia tem mais chance de enfrentar complicações", explica o médico Adhemar Leandro Ferreira, de 46 anos.
Adultos que não tiveram a doença quando crianças correm o risco de serem infectados. Para que as bolhas não se transformem em feridas e infeccionem, Ferreira orienta os pacientes a não coçá-las.
PARA ENTENDER
A catapora é causada por um vírus e transmitida pelo ar. Os principais sintomas são febre e manchas vermelhas que se transformam em bolhas e levam até dez dias para secar.
Durante esse período é recomendável ficar em casa. Se houver complicações, como inflamação no pulmão, a doença pode matar. 

domingo, 26 de setembro de 2010

Agência revisa uso do Avastin, da Roche, para câncer de mama

Os reguladores europeus de saúde pública estão fazendo uma revisão sobre os benefícios do medicamento Avastin, da Roche, contra o câncer de mama à luz de novos dados clínicos, que lançam mais incertezas sobre suas perspectivas.
A notícia vem enquanto os investidores aguardam uma decisão das autoridades norte-americanas sobre se revogam ou não a indicação do Avastin nos casos de câncer de mama avançado e segue-se a uma série de revezes do tratamento até agora este ano.
O FDA, a agência que controla o uso de alimentos e drogas nos Estados Unidos, também avalia se amplia a indicação do Avastin nos EUA a fim de permitir que a droga seja usada junto com outras quimioterapias.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) anunciou na sexta-feira ter iniciado uma revisão sobre os riscos e benefícios do Avastin, depois que a Roche apresentou um estudo para embasar o seu requerimento para usar o Avastin no tratamento do câncer de mama associado à quimioterapia citotóxica capecitabina ou baseada em antraciclina.
Em comparação com os resultados dos estudos anteriores, a agência informou que o último estudo apontou inconsistências entre diferentes ensaios, em especial em termos de eficácia.
"É provável que isso assuste o mercado, pois poderá colocar outros 800 milhões de francos suíços no Avastin sob risco", disse o analista Karl-Heinz Koch, da Helvea.
A Roche afirmou estar comprometida em trabalhar com o Comitê da EMEA para Produtos Medicinais de Uso Humano a fim de garantir que ele tenha toda a informação de que necessite para a revisão sobre o Avastin como tratamento de primeira linha para o câncer de mama metastático.
A opinião do comitê da EMEA sobre a ampliação da indicação deve sair este ano, informou a Roche, acrescentando que o uso atual do Avastin nas indicações autorizadas, incluindo para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático, não era afetado pela revisão. 

Incor dá curso online de cuidados com coração

Pela primeira vez o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor) vai transmitir pela internet o curso "Como cuidar do seu coração", que promove semestralmente há 21 anos. A versão online será concomitante à próxima aula presencial, no dia 16 de outubro, das 8 às 18 horas. Quem assistir a pelo menos 75% da aula receberá certificados de participação. Como as sugestões e a linguagem são deliberadamente simples, qualquer pessoa, de qualquer idade e nível de escolaridade, pode participar. Informações no site incor.usp.br.

sábado, 25 de setembro de 2010

Após 51 dias com artificial, paciente recebe novo coração

Um recorde nacional. Antes do agricultor Luiz Hélio Mendonça, ninguém no País, havia passado mais de 15 dias com um aparelho artificial que substitui o coração. Foram 51 dias de espera por um órgão, mas, na noite da última quinta-feira, um jovem que faleceu aos 31 anos deu a possibilidade de uma vida nova ao agricultor. Segundo os médicos, a cirurgia foi realizada com sucesso. Com o transplante de Luiz Hélio, o Ceará registrou 12 transplantes de coração neste ano. Porém, ainda há outras 12 pessoas na fila de espera.SonhoDevido a problemas no coração desencadeados pela Doença de Chagas, Luiz Hélio não pensou que chegaria aos 52 anos. Mas não só chegou, como o desempenho durante os dias que permaneceu com o dispositivo artificial surpreendeu os cardiologistas do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital do Coração de Messejana). Segundo o coordenador cirúrgico da Unidade de Transplante Cardíaco do Hospital do Coração de Messejana, Juan Mejía, antes de colocar o aparelho, o paciente apresentava uma série de problemas nos rins, no fígado e na coagulação sanguínea desencadeados pela doença no coração.Contudo, por causa do dispositivo, o quadro clínico melhorou bastante e Luiz Hélio passou a caminhar e até a exercitar-se em uma bicicleta ergométrica. "A ideia do aparelho é dar um suporte ao paciente para que as funções se equilibrem até aparecer um coração compatível. Dessa forma, podemos evitar os óbitos", destaca.Chances aumentamPara Mejía, a melhor solução para preservar a vida dos pacientes, que por muitas vezes esperam de seis meses a um ano por um transplante de coração, é a utilização do órgão artificial. Além disso, a máquina também aumenta as chances de sobrevida pós-transplante. Conforme ele, a expectativa é de que, na próxima década, com o avanço da tecnologia, haverá grande possibilidade de existir uma máquina confiável, miniaturizada e capaz de substituir o coração, dando mais qualidade de vida aos doentes.A coordenadora da Equipe de Transplantes do Hospital do Coração de Messejana, Marilsa Pessoa, ressalta que, além da melhora física do paciente, o aparelho possibilitou um desempenho na parte psicológica."A alta estima dele é fantástica. Luiz Hélio está sempre sorrindo e até brinca com os dispositivos nas mãos. Ele tem esperança e diz ser um homem de fé", destaca, orgulhosa, a coordenadora da Equipe de Transplantes do Hospital do Coração de Messejana.SucessoSegundo ela, com o implante artificial de Luiz Hélio, já são seis os pacientes que utilizaram o coração artificial no hospital, mas seu caso foi o de maior sucesso. "O coração compatível, muitas vezes, demora para a chegar à unidade. Somo obrigados a ver muitas pessoas morrendo aqui, principalmente jovens. Esse aparelho dá esperança a quem precisa do órgão"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cirurgia pouco invasiva corrige próstata em idosos

Há um ano, o aposentado Claudio Luiz, 66, só urinava por meio de sonda. Sua próstata tinha aumentado de tamanho e comprimia a uretra.
"Não conseguia mais urinar espontaneamente, tinha dores horríveis. Fiquei com sonda por um ano. Só usava calças largas para disfarçá-la. Foi um pesadelo", diz.
Como 50% dos homens acima de 50, Luiz tinha hiperplasia prostática benigna: a próstata aumenta, o que traz dificuldade de urinar. Uma técnica inédita do Hospital das Clínicas de São Paulo o livrou do problema.
"Uma semana após a cirurgia eu estava sem sonda e correndo na praia", comemora Luiz, maratonista.
Chamado de embolização das artérias da próstata, o procedimento é feito com anestesia local e sem internação. De dez pacientes tratados até agora, nove voltaram a urinar espontaneamente nos dias seguintes à cirurgia.
O sucesso já aparece em estudos publicados pela equipe do HC em periódicos científicos internacionais.
A embolização é usada há mais de uma década para tratar miomas uterinos e outros tumores. Só agora é que se demonstrou que também pode funcionar na próstata. PROCEDIMENTO
É simples. Pela virilha é introduzido um cateter que chega à próstata. Por ele são injetadas microbolinhas que fecham parcialmente as artérias da glândula. Sem o sangue que serve de alimento, a próstata diminui e para de comprimir a uretra.
Em 2007, o médico Francisco Carnevale, chefe da radiologia intervencionista do HC, participou de estudos experimentais na Universidade de Harvard, usando a técnica em cães-que têm a próstata parecida com a do homem.
De volta ao Brasil e em conjunto com o serviço de urologia do HC, começou o estudo clínico com pacientes que tinham o grau máximo da doença (todos usando sondas para urinar) e estavam na fila por uma cirurgia. Hoje, cem pacientes esperam vaga no hospital para operar.
"Demonstramos a eficácia e a segurança do tratamento. Outra vantagem é que o homem preserva a função sexual", diz o médico.
Segundo o urologista do HC Alberto Antunes, o próximo passo será usar a embolização em quem tem grau moderado do problema (queixa urinária, mas sem retenção) e esteja usando remédios.
"Será animador se pudermos evitar que idosos usem mais um remédio, que pode ter efeitos colaterais como fraqueza, tontura e queda de pressão", explica o médico.
Hoje, pacientes que não respondem aos medicamentos fazem cirurgia endoscópica, que consiste em passar um aparelho na uretra para abrir uma espécie de túnel, que libera a passagem da urina, explica Miguel Srougi, professor titular da USP.
"É como se a gente abrisse um túnel em uma montanha. Depois de dois meses, o organismo produz um tecido que reveste esse túnel", afirma o médico.
A desvantagem da cirurgia convencional em relação à embolização é que a primeira envolve anestesia peridural, internação e tem mais sangramento. O aparelho também pode ferir o canal da uretra. A cicatrização pode estreitar o canal, sendo necessária nova cirurgia.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

HFA Ambientalmente correto

O Hospital das Forças Armadas (HFA), localizado no Cruzeiro Novo, dentro deaproximadamente dois meses será o primeiro hospital público do Distrito Federal a utilizar, em suas caldeiras, um combustível ambientalmente correto: o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
O GLP já é bastante utilizado para diversas aplicações no setor industrial, comércio e residências, e também em co-geração, que é o processo de produção de energia mecânica e térmica a partir de um só combustível. Algumas das vantagens do GLP são: ter um alto poder calorífico, menor toxidez, pois não produz cheiro com a queima ou resíduos de metais pesados, respingos de diesel e óleos pesados, fuligem, nem fumaça. Além de tudo isso, é um combustível verde que não afeta a camada de ozônio. Este gás é um dos poucos combustíveis aprovados pelos órgãos estatais de higiene e segurança, contribuindo de forma decisiva para o equilíbrio do ecossistema, não poluindo o meio ambiente.
Atualmente, é utilizado nas caldeiras do HFA um óleo combustível chamado BPF (baixo ponto de fluidez). Esse tipo de combustível ainda é o mais comumente utilizado nos hospitais do DF. Contudo, são inúmeros os fatores que o tornam prejudicial ao meio ambiente e ao homem. O óleo combustível é perigoso quando exposto a fontes de calor, pode causar irritação nas vias aéreas superiores, provocando dor de cabeça, náuseas e tontura. Ao meio ambiente, este óleo pode transmitir qualidades indesejáveis à água, afetando o seu uso. Causa a poluição do solo e pode degradar a qualidade do lençol freático. Além de tudo, respirar este tipo de produto pode causar pneumonite e depressão no sistema nervoso central.
Frente a tantas aspectos negativos sobre o produto utilizado como combustível e a proximidade do prazo de troca das caldeiras, o diretor- brigadeiro José Maria Lins Calheiros, resolveu buscar por soluções que sejam favoráveis ao meio ambiente.

Bom para os Trabalhadores
O cheiro forte do óleo combustível atual já chegou a incomodar os vizinhos que ficam mais próximos ao hospital e, de acordo com o diretor, isto também foi pesado na hora de escolher o novo material.
Comparado aos outros combustíveis, o GLP oferece uma maior economia, pois permite uma redução acentuada nos custos de manutenção dos equipamentos. Uma das maiores qualidades do produto é que a combustão é controlada. De acordo com os funcionários da área das caldeiras do HFA, a troca será excelente não apenas para o hospital, como também para todos os que trabalham na área, pois precisam conviver diariamente com o desconforto causado pelo atual combustível. "Além da fumaça, até para a questão de limpeza será mais fácil, já que não vai ser usado nenhum tipo de óleo como combustível. A gente soube que nem cheiro vai ter. Vai ser muito bom mesmo. Teremos segurança e qualidade", declarou um dos funcionários, que não quis se identificar.
Por sua pureza e ausência de enxofre, o Gás LP é considerado um energético nobre que também pode ser utilizado em processos da indústria química, farmacêutica e de cosméticos, onde a demanda por qualidade é altíssima.
O óleo BPF é aparentemente viscoso e seu aquecimento produz borbulhas que podem apresentar sérios riscos aos que possam estar perto das caldeiras. O manuseio da caldeira movida a este combustível requer completos cuidados e muita atenção para que se evite qualquer tipo de acidente.
A escolha deste tipo de óleo combustível como fonte energética em equipamentos industriais prevê o máximo de eficiência possível na queima dos mesmos. No entanto, deve-se levar em conta as recomendações sobre os aspectos de segurança relativos ao manuseio e utilização.
O Hospital das Forças Armadas é um hospital público, subordinado ao Ministério da Defesa, voltado ao atendimento de militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Há também atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi inaugurado em 27 de março de 1972, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer. Com capacidade para 400 pacientes, está dotado de amplos recursos médico-assistenciais em diversas áreas médicas.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Salmão pode ser primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano

A agência regulamentadora de remédios e alimentos dos EUA, a FDA (Food and Drug Administration), se reúne durante dois dias, a partir desta segunda-feira, para analisar se aprova ou não a venda de peixes transgênicos no mercado. Eles se tornariam os primeiros animais geneticamente modificados a serem consumidos por humanos.
A FDA já dissse que o salmão, com crescimento duas vezes mais rápido do que a espécie convencional, é seguro como alimento. A aprovação pode abrir precedente para o consumo de uma variedade de outros animais transgênicos, incluindo porcos que estão sendo desenvolvidos no Canadá ou gado que seja resistente à doença da vaca louca. "O céu é o limite", diz um representante da Associação das Indústrias de Biotecnologia, Davids Edwards.
A empresa AquaBounty submeteu seu primeiro pedido de aprovação à FDA em 1995, mas a agência só decidiu considerar as consequências de animais geneticamente modificados -- uma decisão significativa segundo a indústria da biotecnologia --dois anos atrás.
A engenharia genética já é amplamente usada na agricultura, mas o governo norte-americano não havia considerado a permissão do consumo de animais até o momento.
OPOSIÇÃO
Embora os potenciais benefícios --e lucratividade-- sejam enormes, muitas pessoas se opõem à manipulação do código genético de criaturas vivas.
Os críticos têm duas preocupações: a segurança do alimento para os seres humanos e os efeitos no ambiente.
Como os peixes alterados nunca foram comidos antes, dizem, poderiam causar uma série de alergias, especialmente entre as pessoas cujo organismo não digere alimentos marinhos.
Há também a preocupação de que os peixes poderiam escapar e alterar a população de salmãos selvagens, que já estão em risco, ou poderiam crescer rapidamente e se alimentarem mais, em detrimento do salmão selvagem tradicional.
Um grande número de ambientalistas e grupos de consumidores argumentam que estudos adicionais são necessários, e que o atual processo de aprovação da FDA é inadequado, porque permite às companhias manter informações secretas.

Excesso de magnésio na água reduz QI infantil, diz estudo

Uma concentração elevada de magnésio na água potável reduz o coeficiente intelectual (conhecido como QI) das crianças, revela estudo sobre este elemento químico, realizado por cientistas canadenses e publicado na edição desta segunda-feira da revista científica "Environmental Health Perspectives".
Uma equipe de cientistas chefiada por Maryse Bouchard, do Centro de Pesquisas Interdisciplinar sobre Biologia, Saúde e Meio Ambiente (CINBIOSE), da Universidade de Quebec, em Montreal, fez este estudo com 362 crianças da província, com idades entre 6 e 13 anos.
Os cientistas mediram a quantidade de magnésio na água corrente de suas casas, e através de uma entrevista estimou-se a quantidade de água ingerida.
Paralelamente, cada criança foi submetida a testes sobre suas capacidades cognitivas, motoras e comportamento.
Segundo Bouchard, "uma redução muito significativa do coeficiente intelectual das crianças foi observada, vinculada à presença de magnésio na água potável".
Assim, 20% das crianças em cujas casas a água apresentou níveis maiores de magnésio mostraram um coeficiente intelectual 6 pontos abaixo daquele de crianças que não consumiram água com magnésio.
Estas análises levaram em conta fatores como renda familiar, inteligência materna, nível educacional materno, bem como a presença de outros metais na água.
Alguns municípios estudados já instalaram filtros que retêm o magnésio.
Os pesquisadores propõem, ainda, que se estabeleçam normas nacionais e internacionais que limitem a presença do magnésio na água potável.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Medicamento contra colesterol é eficaz contra câncer de próstata, diz estudo

Pesquisadores canadenses descobriram que um medicamento receitado a pacientes com alta taxa de colesterol também pode ser eficaz no tratamento contra o câncer de próstata, revelou um estudo publicado este mês.
A rosuvastatina parece impedir o crescimento de um tumor na próstata de ratos, segundo o estudo divulgado na revista "European Urology".
"Nossos resultados são uma prova sólida e uma boa razão para que sejam iniciados testes clínicos sobre os efeitos da enzima estatina no tratamento do câncer de próstata", disse o doutor Xiao-Yan Wen, do hospital St Michael's, de Toronto.
A estatina atuaria como um inibidor angiogênico, ou seja, pode impedir que o tumor forme vasos sanguíneos a partir de vasos existentes para crescer.
O câncer de próstata afeta um em cada sete canadenses, e um em cada 27 morrerá. Apesar dos avanços no tratamento, vários pacientes atingem estágios avançados desta doença.
A equipe de pesquisas administrou 2.000 moléculas a peixes tropicais e identificaram que em sete deles o desenvolvimento de seus vasos sanguíneos secundários ficou mais lento.
Esses peixes, os Percina caprodes, que vivem em águas doces, são usados pelos cientistas porque seu organismo tem alguns pontos semelhantes ao organismo humano.
Os pesquisadores testaram depois a eficácia de uma das moléculas, a rosuvastatina, em um rato portador de células de câncer de próstata e descobriram que impedia o crescimento do tumor, aparentemente, sem efeitos colaterais.
No homem, esta molécula tornaria mais eficazes as radiações, supõem os cientistas. Se esta hipótese for confirmada por meio de testes clínicos, o tratamento contra o câncer de próstata de alguns pacientes ficará mais barato e menos tóxico.

domingo, 19 de setembro de 2010

Dentistas montam consultório sobre moto para driblar trânsito em SP

Serviço atende clientes 24 horas por dia e usa localização por satélite.Consultório permite fazer desde simples extração até tratamento de fratura.O trânsito caótico em São Paulo deu origem a mais um serviço: o moto-odonto, ou consultório odontológico sobre motocicleta. Funciona assim: o paciente com dor de dente liga a qualquer hora do dia ou da noite para uma central telefônica que aciona um dos 100 dentistas credenciados na Grande São Paulo. A central mobiliza o dentista que mora ou trabalha mais próximo do local onde está o cliente. Enquanto o dentista se desloca de carro, a moto-odonto mais próxima, localizada por GPS, leva o consultório dentário para o endereço indicado.
A caixa tem todos os motorzinhos, pinças e sugadores que caracterizam um consultório fixo. O equipamento permite fazer de extrações, curativos, drenagem e controle de hemorragias, tanto em residências quanto em locais de trabalho ou lazer. O prazo de atendimento é de no máximo 30 minutos.
Veja como funciona
Motoboy tem prazo de meia hora para chegar aolocal do atendimento
Ele desembarca a caixa de 25 kg com osinstrumentos usados pelo dentista
Caixa tem equipamentos para fazer extração eprocedimentos de urgência
Dentista que se desloca de carro vai até o locale inicia o tratamento.
"São Paulo é uma metrópole com população muito grande e um trânsito bastante complicado. O importante era chegar o mais rápido possível, tanto equipamento quanto dentista. Quem está com dor de dente tem de ser atendido o mais rápido possível", diz o diretor técnico da empresa SOS Dental, franquia fluminense que traz o serviço para São Paulo, Kikuo Sato.
O presidente do Conselho de Ética do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Ideval Serrano, afirma que já viu atendimento em vans, mas nunca sobre motos. "Acho que se a pessoa for necessitada pode ser bom. Ajuda um pouquinho, mas nada como ter consultório em uma clínica bem montada", afirmou. Ideval afirma que o serviço pode contrariar a norma SS 15 , do Ministério da Saúde, que estabelece as normas para a prestação de serviços odontológicos.
Colega de Sato, a diretora técnica Carina Scapin explica por que o equipamento vai sobre a moto e não com o dentista. "Se o consultório fosse com o dentista, teríamos que ter um equipamento para cada profissional. O equipamento tem de voltar para a central para ser desinfectado, esterilizado", afirmou. De acordo com ela, quase todos os instrumentos são importados e o baú foi especialmente desenvolvido para suportar o consultório ambulante.Cada uma das dez motos equipadas com consultório móvel têm de ter uma licença especial da prefeitura para transportar o equipamento, que pesa 25 quilos. O gerente de novos negócios da empresa que presta o serviço, Marcelo Mariano, afirma que as motos foram padronizadas para atender as exigências da prefeitura e os motoboys passaram por treinamento para o serviço."É mais fácil levar uma pessoa de 120 quilos do que levar um equipamento de 25. O baú tem dimensões determinadas pelo Departamento de Transporte Público. Depois de várias tentativas conseguimos chegar a um peso ideal e adequado para o transporte", afirmou. Um dos motoboys treinados para o atendimento, José Ricardo Malavazi da Silva, afirma que sabe a responsabilidade que terá pela frente. "Já tive dor de dente', brinca.

sábado, 18 de setembro de 2010

Sequenciamento aponta que dengue 4 veio da Venezuela

O sequenciamento genético de duas amostras positivas do vírus da dengue 4 encontradas em Roraima indica que elas pertencem ao genótipo II da dengue 4, variante que circula na América Central, na Venezuela e na Colômbia e é o mesmo que foi detectado no Estado em 1982. Durante este período, o sorotipo não sofreu mutação. A descoberta foi feita por pesquisadores do Laboratório Central (Lacen) do Estado de Roraima, da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O resultado do estudo foi comparado ao genoma da dengue 4 já cadastrado no banco mundial de genomas, o que levou os pesquisadores a concluir que o vírus veio da Venezuela. "Tudo indica que a porta de entrada para a doença foi a Venezuela, onde há presença do agente infeccioso em algumas regiões", disse o biomédico do Lacen, Rodrigo Melo Maito. Segundo o professor da UFRR Pablo Oscar Amézaga Acosta, doutor em bioquímica farmacêutica pela Academia de Medicina de Magderburg, na Alemanha, as amostras foram processadas pela equipe do Laboratório de Biologia Molecular do Centro de Estudos da Biodiversidade na UFRR, utilizando a técnica molecular (RT-PCR). Depois, foram enviadas ao pesquisador Felipe Gomes Naveca, no Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD), unidade da Fiocruz em Manaus (AM), onde um segmento do genoma do vírus foi submetido à sequenciamento automatizado no laboratório de Biologia Molecular da Fundação Alfredo da Matta, também localizado em Manaus. "Nossos resultados reforçam a importância das parcerias entre as instituições de pesquisa, principalmente na Região Norte, no intuito de fornecer uma resposta rápida e confiável frente a um importante agravo à saúde da população brasileira", disse o especialista.
Amostras A Venezuela faz fronteira com Roraima pela cidade de Pacaraima, a 250 quilômetros de Boa Vista. Ali, o trânsito de pessoas não sofre qualquer restrição. A partir de quinta-feira, uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde vai até a localidade colher amostras de sangue de moradores que apresentaram sintomas da dengue nos últimos trinta dias. O objetivo da ação, segundo a coordenadora de Vigilância em Saúde, Roberta Calandrini, é identificar se o sorotipo 4 circula na fronteira, a fim de verificar a dispersão do vírus, que já foi encontrado em Boa Vista e no município de Cantá. Até ontem, foram registrados 6.158 casos confirmados de dengue clássica e hemorrágica no Estado. A maior preocupação com este sorotipo é que a maioria da população brasileira não tem imunidade contra ele, o que aumenta o risco de uma epidemia. Os sintomas são os mesmos da dengue clássica.

MPF quer que Anvisa estude uso de benzeno em refrigerantes

O Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte recomendou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que estude e defina limites seguros para o nível de benzeno nos refrigerantes. Em altas concentrações, a substância é considerada cancerígena. A Anvisa limita o benzeno em bebidas não alcoólicas, mas diz que não há dados que confirmem risco no caso do refrigerante.
A recomendação baseou-se em uma análise realizada pela Associação dos Consumidores Pro Teste, que verificou 24 marcas de refrigerantes. Segundo o levantamento, em sete amostras havia benzeno, sendo que em duas marcas a concentração estava acima do permitido pela Anvisa para bebidas não alcoólicas, que é de 0,05 g por 100 ml da bebida.
De acordo com a Anvisa, o tema foi discutido pelo Codex Alimentarius, programa conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que entendeu não haver informações suficientes para comprovar danos à saúde causados pela ingestão do benzeno.

Estado é pioneiro do N/NE em diagnóstico cardiovascular

Quando a equipe de cardiologistas do setor de Hemodinâmica do Hospital São Mateus, comandada pelo médico Cláudio Falcão, entrou no Centro Cirúrgico e iniciou o cateterismo em mais um paciente, às 11 horas de ontem, marcou naquele momento o começo de nova era para a Medicina cearense, em especial, para a área cardiovascular.No Hospital, foi realizado o primeiro procedimento das regiões Norte e Nordeste do País utilizando o que há de mais moderno para diagnósticos cardíacos: o fluxo fracionado de reserva do miocárdio (FFR). Esse "aparelhinho" - ele é menor e mais leve do que um notebook - identifica de forma simples, rápida e extremamente confiável as obstruções que produzem problemas no coração.Seu diagnóstico, assegura o outro especialista da equipe, João Luís Falcão, é preciso e por isso, é possível descartar a realização de exames complementares que eram necessários até então quando o cateterismo deixava margem para dúvidas. Até ontem, somente São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba faziam esse tipo de procedimento.BenefíciosO equipamento, de tecnologia sueca, com direitos da empresa norte-americana St. Jude Medical, tem investimento em torno de R$ 80 mil e com inúmeros benefícios para o hospital e pacientes. "Além de ser rápido, em dez minutos podemos fazer o procedimento. O aparelho também vai baratear os custos para quem precisa passar pelo cateterismo", afirma Falcão.Em média, informa, o São Mateus realiza 100 exames desse tipo. "Se somarmos as outras áreas que podem utilizá-lo, como neurologia e cirurgia vascular, chegamos a 200 pacientes por mês. O aparelho faz a análise de qualquer vaso sanguíneo do corpo humano", salienta.O FFR, diz o médico, é capaz de definir as lesões que realmente merecem tratamento. Segundo ele, a maioria das doenças tem um componente vascular que necessita ser examinado e tratado. "Isso, por si só, demonstra a dimensão da importância do novo equipamento", ressalta João Luís Falcão.O chefe da equipe, Cláudio Falcão, lembra, ainda, que o Hospital São Mateus vem realizando, no último ano, investimentos vultosos na área de Cardiologia Intervencionista, graças à aquisição de equipamentos ultramodernos para diagnósticos e tratamento da doença coronária.São exemplos desse feito, relaciona o médico, a compra de equipamento de hemodinâmica - que incorpora tecnologia com padrão 3D para reconstrução das coronárias, único no Estado do Ceará - e a aquisição de potente ultrassom intracoronário com processamento digital. Essas iniciativas ajudam a Medicina no Ceará.

Mania de alimentação saudável pode virar doença

Se por um lado o hábito de ler rótulos ajuda na dieta, em excesso, pode acabar virando uma doença.
A ortorexia, transtorno alimentar caracterizado pela obsessão por comidas saudáveis, é cada vez mais comum, de acordo com a psicanalista Dirce de Sá Freire, coordenadora do curso de especialização em transtornos alimentares da PUC-RJ.
"É resultado de uma cobrança excessiva por uma alimentação saudável. Essa história de olhar rótulos é uma faca de dois gumes. Quem tem tendência a ter algum distúrbio alimentar pode acabar desenvolvendo a doença", afirma.
Um ortoréxico precisa ter controle sobre tudo o que come e sempre procura o alimento mais natural, com a menor quantidade de gordura e de calorias. Além de olhar os rótulos, um ortoréxico costuma ler os ingredientes para saber exatamente o que tem no produto.
"Percebemos que é um transtorno quando passa a interferir na vida social. A pessoa deixa de ir a certos lugares ou de participar de festas porque lá ela não poderá controlar o que come", complementa Freire.
A ortorexia pode ser associada a outros distúrbios alimentares, como a anorexia. Nos quadros mais graves, a pessoa faz uma "censura alimentar" tão forte que deixa de ingerir alguns grupos de alimentos e acaba ficando sem nutrientes essenciais.
"O rótulo não deve ser uma prisão. Ele é um auxiliar, mas não podemos basear nossa alimentação nisso. Precisamos de gorduras e de açúcares, não podemos eliminar completamente", afirma a nutricionista Sílvia Martinez.
Para Mônica Beyruti, da Abeso, o melhor mesmo é que a dieta seja baseada em alimentos não processados, sem rótulos. Essa é uma boa forma de evitar exageros e não se perder nas informações das embalagens.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

9 dicas para combater a anemia

DESCUBRA AS FORMAS DE PREVENÇÃO DA DOENÇA-Bateu um cansaço, uma sensação de fraqueza e um desânimo? Cuidado. Juntos, esses sintomas podem ser umsinal de anemia. O problema é causado pela diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue. Essas células contêm ferro e são responsáveis por levar oxigênio para todo o organismo.Há duas formas de anemia: aguda (perda súbita de sangue) e crônica (quando o problema existe há tempos, com perdas aos poucos) e somente o hemograma poderá mostrar a situação dos glóbulos vermelhos. Pessoas de todas as idades estão sujeitas à doença, mas na infância, durante a gravidez e nos mais velhos é preciso redobrar a atenção. Por isso, livre-se desse problema no sangue.1. O cardápio: a melhor maneira de se prevenir da anemia é comer sempre carnes, ovos e derivados de leite, além de vegetais verde-escuros, que são ricos em ferro. É falsa a lenda de que a beterraba é um santo remédio para anemia.2. Em jejum: o ferro é mais bem absorvido em jejum, seguido por alimentos com vitamina C (laranja, agrião, pimentão, vegetais verde-escuros etc.).3. Exame médico: para dar fim à anemia, não basta alimentar-se bem. Por isso, é preciso consultar um clínico. O médico poderá receitar remédios com ácido fólico e ferro, além da dieta. Com o exame de sangue, ele pode dizer qual suplemento de minerais e vitaminas corrigirá o problema.4. E as crianças? Nelas, além da dieta, os sintomas são tratados com vermífugos. A presença de vermes no aparelho digestivo reduz o número de hemácias.5. Fluxo menstrual: na mulher, a menstruação também é uma vilã. Se você menstrua mais do que o normal, a perda repentina de sangue faz diminuir seus estoques de ferro.6. Marido no médico: no homem, a maior causa é a perda de sangue em órgãos ligados à digestão. Ele pode sofrer de gastrite, úlcera ou hemorróidas.7. Na gravidez: o ginecologista pede o hemograma no início do pré-natal. O exame diz de quais vitaminas e compostos a gestante precisará. Um é o ácido fólico, que aumenta a produção de sangue.8. Tipos de anemia: dependendo da gravidade da anemia, o médico pode indicar suplementos de ácido fólico, ferro, vitaminas C e B12, além de vacinas (contra hepatites A e B) ou, em casos extremos, transfusões de sangue.9. Atenção ao idoso: neles, a anemia é mais perigosa e deve ser rastreada pelo hemograma. Ela pode ser causada por um tumor do aparelho digestivo ou por problemas na medula óssea. http://www.saphyria.com.br/
Site Médico

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Paraplégicos testam nova terapia celular para recuperar sensibilidade e reflexos

O Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael, em Salvador, deu início na semana passada a um estudo pioneiro para testar a eficácia do uso de células-tronco adultas em pessoas com paraplegia.
As células serão aplicadas no local da lesão medular -em estudos anteriores, foram inseridas em uma artéria que irrigava a medula.
O objetivo da etapa inicial, da qual participam 20 voluntários, é testar a segurança do procedimento. Os pesquisadores, porém, esperam que já seja possível notar melhora na sensibilidade, nos reflexos e no controle dos esfíncteres dos pacientes.
"O problema do paraplégico é tão sério que, se conseguirmos uma melhora na qualidade de vida, com o controle dos esfíncteres anal e uretral, já será fantástico", diz o coordenador de pesquisa, Ricardo Ribeiro dos Santos, da Fiocruz.
Em testes com cães e gatos foi possível notar melhora nesses itens em menos de um mês. Em quase metade dos casos, os animais recuperaram parcialmente os movimentos, segundo Santos.
O médico é cauteloso ao prever os resultados em humanos. "A expectativa não é de milagre", diz. "Ninguém quer transformar ninguém em corredor de maratona."
Na fase inicial, os testes serão restritos a pessoas que ficaram paraplégicas há pelo menos seis meses - a maioria por acidentes de trânsito.
A seleção de voluntários ainda está em andamento. Interessados podem enviar um e-mail para os pesquisadores (ticiana@cbtchsr.org).
Na semana passada, os quatro primeiros voluntários foram submetidos à coleta de células da medula óssea.
O material foi para um laboratório, onde a concentração de células-tronco vai passar de 1% para 99%.
Depois, uma cirurgia vai remover a cicatriz formada na região da lesão. Com a área livre, será feita a aplicação das células-tronco no local exato do trauma.
De acordo com Santos, o procedimento deve estimular o crescimento dos nervos lesados. Na cirurgia, o paciente receberá plasma sanguíneo rico em plaquetas. "Isso faz uma estrutura de coágulo que mantém as células-tronco no local da lesão."
A pesquisa é feita em parceria com o Hospital Espanhol, a Fiocruz e o Centro Universitário da Bahia, com financiamento do Ministério da Saúde. Na próxima fase, os pacientes serão divididos em dois grupos para a comparação dosresultados. SEGURANÇA
Para especialistas, o procedimento dessa pesquisa é mais seguro do que os feitos com células embrionárias, como o autorizado pelo governo americano em julho.
"As células embrionárias são mais eficientes, mas oferecem risco maior de tumores", diz a chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da USP, Lygia da Veiga Pereira.
Santos ressalta que, às vezes, o processo de cultivo em laboratório também leva ao surgimento de células tumorais. Ele diz que a equipe está atenta a isso. "Nosso trabalho de monitoramento é muito cuidadoso para não injetar no paciente nada que possa lhe fazer mal."
O sucesso com animais não garante resultados bons em humanos, diz Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho.
Professor-titular de ortopedia da Faculdade de Medicina da USP, ele fez uma pesquisa que conseguiu melhorar a sensibilidade de 60% dos paraplégicos que participaram do estudo.
Nesse caso, as células-tronco foram injetadas em uma artéria que irrigava o local da lesão. "Como não marcamos as células, não dá para dizer quantas foram para a medula", diz. "A ideia [de aplicar diretamente no local da lesão] é válida."

Agrião pode ajudar a combater crescimento de câncer de mama

Uma substância presente no agrião pode bloquear a formação de vasos sanguíneos que alimentam tumores, mostra uma pesquisa da Universidade de Southampton, na Inglaterra.
Para chegar à conclusão, os cientistas deram uma porção de 80 g de agrião a um grupo de mulheres que já tinham tido câncer de mama.
Exames de sangue feitos nas voluntárias nas 24 horas seguintes ao consumo detectaram níveis significativos do composto feniletil isotiocianato, do agrião, nas amostras.
No mesmo período, os pesquisadores também constataram a inibição de uma proteína ligada à formação dos vasos sanguíneos que levam nutrientes ao tumor.
A pesquisa acaba de ser publicada no "British Journal of Nutrition and Biochemical Pharmacology".

Substância anticolesterol pode ser usada para combater infecções

Estudos apresentados nos Estados Unidos promovem o potencial anti-infeccioso das estatinas, substâncias anticolesterol que milhões de pessoas no mundo todo tomam para prevenir enfermidades cardiovasculares.
Os autores da pesquisa concordam que são necessários estudos clínicos para determinar se essas substâncias poderão ser recomendadas para o tratamento clínico de diversas infecções, como a pneumonia ou a infecção sanguínea ocorrida durante transplantes de órgãos.
Os pesquisadores apresentaram seu trabalho na 50a. Conferência Anual da ICAAC (Conferência Intercientífica de Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia) reunida de 12 a 14 de setembro, em Boston (Massachusetts).
Uma atualização até 2009 dos resultados de um estudo realizado na Dinamarca com 70.000 pacientes afetados de pneumonia confirmou uma queda de 31% da mortalidade ligada a esta infecção pulmonar entre os que tomavam algum desse tipo de anticolesterol, indicou Reimar Thomsen, do hospital universitário de Aarhus.
Mas este estudo não calibrou a influência de certos fatores. É possível que os que tomam estatinas de forma preventiva sejam mais jovens e mais saudáveis, e tenham até mesmo um maior grau de escolaridade, destacou o médico.
"Por isso os testes clínicos que eliminam esses fatores são necessários para confirmar ou desmentir as conclusões desses estudos de observação", afirmou Thomsen.
Por sua parte, Nasia Safdar, da Universidade de Wisconsin, constatou em sua pesquisa uma menor mortalidade entre os pacientes que tiveram um transplante de órgãos e afetados por uma infecção sanguínea que tomavam estatinas.
"Esses resultados são interessantes e se impõem a outras pesquisas", afirmou a médica, destacando, no entanto, "que no momento as estatinas não podem ser recomendadas como tratamento padrão para infecções".

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Célula-tronco é usada em implante facial

O Instituto Ivo Pitanguy isolou células-tronco da gordura retirada em lipoaspirações e vai utilizá-las em enxertos, que serão implantados nos rostos de pacientes, para atenuar a perda de volume característica do processo de envelhecimento.
Enxertos de gordura são comuns na cirurgia plástica, mas muitos acabam absorvidos pelo organismo, o que compromete os resultados de longo prazo. Espera-se que, com o uso de células-tronco, isso não aconteça.
"A expectativa é que a célula-tronco se diferencie em mais tecido adiposo e em vasos sanguíneos que nutrirão a gordura", diz a pesquisadora-chefe do instituto, Natale Gontijo. Segundo ela, um motivo que causa a absorção dos enxertos é a ausência de irrigação sanguínea. LIPOASPIRAÇÃO
A técnica será testada em uma pesquisa com 20 mulheres entre 55 e 65 anos. Elas serão divididas em dois grupos: um receberá o enxerto comum, o outro, o rico em células-tronco. Os dois grupos serão acompanhados para comparação de resultados.
Gontijo explica que tanto a gordura quanto as células-tronco virão das próprias pacientes, que serão submetidas a uma lipoaspiração na região abdominal.
No ano passado, a pesquisadora constatou que a melhor maneira de obter o material para o enxerto é submetendo uma parte da gordura retirada na cirurgia a um processo de lavagem, e a outra, a uma centrifugação.
"A lavagem separa a célula de gordura do sangue e de outros componentes, mas causa muita perda de célula-tronco", diz. "Já a centrifugação destrói muitas células de gordura, mas isola as células-tronco presentes no tecido adiposo. Até nos espantamos com a facilidade do processo. Em três minutos já tenho células-tronco à mão."
O resultado dessa primeira fase foi publicado no "Journal of Plastic, Reconstructive and Aesthetic Surgery", da Inglaterra, e no "Aesthethic Surgery Journal", dos EUA.
Para a realização dos enxertos, a pesquisadora une as amostras e, com uma seringa, as implanta no rosto.
O procedimento tem que ser feito logo após a lipo - não há como armazenar o material para uso posterior.
Segundo Gontijo, os riscos envolvidos no procedimento são baixos. "Ao contrário das células-tronco embrionárias, as células-tronco adultas parecem não oferecer risco de formação de tumores", diz.
A pesquisadora afirma ainda que mesmo os enxertos normais de gordura já contam com algumas células-tronco, embora em concentração mais baixa.
A técnica poderá ser usada não apenas para atenuar os efeitos do envelhecimento, como também para reparar perdas de tecido causadas por doenças ou traumas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Conheça transexuais que farão cirurgias de extirpação de útero, ovários e seios

"Sou um homem que nasceu com defeito no órgão genital", define João Vitor Gonçalves dos Santos, 25. O "defeito", segundo ele, é ter vindo ao mundo com vagina, útero e ovários --por isso, recebeu o nome de Josiane. Na adolescência, como acontece com qualquer menina, cresceram-lhe também os seios.
Agora, o rapaz terá mais chances de "corrigir" o corpo que tem, e que nunca aceitou. Desde o início de setembro, transexuais como ele já podem extirpar -em hospitais públicos ou privados- útero, ovários e mamas.
Também podem se submeter a tratamentos hormonais que estimulam o surgimento de caracteres masculinos, como a voz grossa e barba.
Antes, os procedimentos eram considerados "experimentais" e só eram feitos nos poucos hospitais que se submetem aos restritivos protocolos da pesquisa científica.
Segundo a nova resolução do Conselho Federal de Medicina, ainda se considera "experimental" a cirurgia chamada "neofaloplastia", que consiste em criar um pênis a partir de pele retirada de outras partes do corpo.
Mas já é um avanço imenso. "Depois que eu retirar os peitos, poderei vestir camiseta sem manga, em vez de viver me escondendo por baixo de camadas e mais camadas de camisas e casacos", diz João Vitor, vozeirão de homem muito macho.
Os depoimentos dele e de Fonseca (ambos concordaram em posar) mostram que outro tipo de sexualidade resolveu sair do armário da clandestinidade no Brasil.
Porque, se gays, lésbicas e robertas close já viraram arroz de festa, transexuais masculinos (que nasceram mulheres) pareciam quase uma quimera. Não são.

Adoçante faz comer mais; veja as diferenças entre os produtos

Doces ou bebidas com adoçante não dão a mesma sensação de prazer dos produtos feitos com açúcar.
"Não conseguimos enganar nosso cérebro", diz o nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, da Sociedade Brasileira de Nutrologia.
Em estudo publicado na revista "NeuroImage", pesquisadores holandeses avaliaram a resposta do cérebro de dez pessoas antes e depois de tomar suco de laranja com açúcar ou adoçante.
O resultado é que tanto a sensação de prazer quanto a vontade de comer doce foram diferentes nos dois casos. "Só a glicose causa liberação de neurotransmissores que dão a sensação de bem-estar, como a serotonina", afirma Cristiane Ruiz Durante, nutricionista do projeto de atendimento ao obeso do Hospital das Clínicas de SP. Apesar de o poder adoçante dos produtos artificiais ser maior do que o do açúcar, a mensagem de que estamos ingerindo algo doce não chega até o cérebro.
Segundo Werutsky, as papilas gustativas são sensíveis às fórmulas. Mas muitas delas não são metabolizadas pelo organismo: são eliminadas sem serem digeridas.
A exceção é a frutose, derivada de frutas ou mel. Quando metabolizado, o adoçante transforma-se em glicose.
MAIS PARA O MESMO
Sem o prazer proporcionado pela glicose, quem come produtos diet pode acabar exagerando na quantidade.
Para Paulo Cunha, especialista em neuropsicologia do Instituto de Psiquiatria do HC, dá para comparar os adoçantes aos cigarros light.
"A pessoa não sente o mesmo prazer e fuma o dobro. É o mesmo caso com os adoçantes. Não é tão prazeroso, então a ingestão pode ser maior para compensar."
Para a nutricionista Cristiane Ruiz Durante, pessoas sem restrição ao açúcar não devem substituir doces por alimentos com adoçantes.
"Prefiro indicar que a pessoa coma uma porção pequena de doce ou carboidrato. É melhor do que comer mais produtos diet para tentar buscar a mesma sensação."
O nutrólogo Werutsky afirma que o principal vilão da dieta é a gordura, e não o açúcar. "O açúcar tem quatro calorias por grama, e a gordura tem nove. Evitar só o açúcar não resolve." JULIANA VINES DE SÃO PAULO

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Exame esbarra em burocracia-Surdez

Ponta Grossa - O recém-nascido surdo não apresenta nenhum tipo de sintoma. Até 2001, quando o teste da orelhinha era feito apenas em consultórios particulares, a maioria dos pais só descobria que o seu filho não ouvia quando ele já estava grande e ainda não conseguia falar. Com a inclusão do teste na tabela de serviços pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), algumas maternidades e prefeituras começaram a aderir ao exame. A partir daí, no Brasil, o número de bebês examinados cresceu 46% de 2008 para 2009. No Paraná, o salto foi de 171% devido à regulamentação da lei estadual que prevê o procedimento. No início deste mês entrou em vigor uma lei federal que exige o teste da orelhinha em todos os estabelecimentos de saúde, mas, como ela ainda não foi regulamentada, a implantação efetiva gera dúvidas em médicos da área. Legislação
A maternidade deverá dispor do equipamento e de um profissional habilitado para examinar o ouvido dos bebês. O equipamento custa em torno de R$ 30 mil e, sem a regulamentação, não é possível saber quem irá bancar o material. A lei estadual em vigor no Paraná desde 2004, mas regulamentada apenas em 2009, estipula que os custos do exame são de responsabilidade de quem fez o parto, ou seja, se a mãe deu à luz na rede pública, é o SUS quem paga o procedimento. Se a família tem convênio de saúde, é a operadora quem custeia o teste, no entanto, segundo o presidente da Associação dos Hos­­pitais do Paraná, Benno Kreisel, nem todas as operadoras de saúde pagam o procedimento.
A eficácia do exame também depende da conscientização dos pais. Segundo o otorrinolaringologista pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, Lauro João Lobo Alcântara, o ideal é que o teste da orelhinha seja realizado antes da alta do bebê, mas, em muitos casos, o exame é deixado para mais tarde. “Muitos pais não levam os bebês para fazer o exame. Acham que ele não tem importância”, explica a fonoaudióloga de Ponta Grossa, Denise Ienk. Por causa disso, conta Carolina Funchal de Faria, fonoaudióloga de um centro de referência em triagem auditiva em Foz do Iguaçu, foi necessário fazer campanhas para incentivar as mães da fronteira a fazer o exame e as confirmações.
Baixo índice
Em 2008, das 2,7 milhões de crianças nascidas, de acordo com o indicador de registro de nascimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em todo o país, 183,7 mil fizeram o teste da orelhinha, o que representa um atendimento de apenas 6%. No ano seguinte, o número de exames passou para 267,9 mil, o que representou um crescimento de 46%. No Paraná, no mesmo período, a quantidade de crianças examinadas au­­mentou de 4,6 mil para 12,7 mil, enquanto que o número de nascimentos é de cerca de 150 mil bebês por ano. “Ainda não é o ideal, pois gostaríamos de fazer em todos os bebês”, fala o superintendente de Gestão de Sis­­tema em Saúde da Secretaria Es­­tadual de Saúde, Irvando Carulla.
Kreisel, da Associação dos Hospitais, acredita que o ideal seria que o teste da orelhinha fosse realizado somente em crianças de grupos de risco, como prematuros, para equilibrar as despesas do SUS. “O país já tem tanta dificuldade de receita que eu acho que talvez fosse melhor fazer o teste nas crianças de alto risco”, aponta. Para pais que têm filhos surdos, a lei surge como uma promessa de tratamento nos primeiros meses de vida e a consequente reabilitação, já que a cura não existe. “Perdemos dois anos de tratamento”, afirma Estacho Douhei, pai de Natascha, que fez implante coclear (ouvido biônico) aos três anos de idade. “Foi ótimo. Assim, os pais estarão mais bem orientados”, afirma Janete Trindade do Vale, presidente da Associação Paranaen­­se de Implante Coclear.
Não esqueça
Três procedimentos, muito simples de serem realizados, são fundamentais para detectar várias doenças em recém-nascidos.
Teste da orelhinha
Indolor, o exame é realizado quando o bebê está mamando ou dormindo, com a introdução de um equipamento próximo aos ouvidos, sem a necessidade de sedação. O teste identifica problemas de audição e é refeito em casos de confirmação, com exames mais sofisticados. Estima-se que a cada mil nascimentos, de um a três bebês tenham surdez.
Teste do pezinho
Implantado na rede pública em 2001, por meio da portaria 822, o teste do pezinho, ou triagem neonatal, identifica quatro doenças: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística. Ele é feito através da coleta de sangue do pé do bebê entre o terceiro e o sétimo dia de vida.
Teste do olhinho
O teste do reflexo vermelho, ou teste do olhinho, ainda não é exigido por lei fe­­deral, mas é pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, no Paraná, é deter­­minado por uma lei estadual que exige o procedimento. Ele é rápido e indolor. Com o uso de um equipamento cha­­ma­­do oftalmoscópio, o profissional, que pode ser um pediatra treinado, identifica qualquer doença que obs­­trua o eixo visual, como catarata, glaucoma e tumores.
Cirurgia de reabilitação já é paga pelo SUS
Lucas Emanuel Preto tem 1 ano e 9 meses de idade e há sete fez o im­­plante coclear.No consultório da fonoaudióloga Denise Ienk, ele in­­terage com o ambiente e balbucia pequenas palavras. O entendimento de mundo que Lucas tem hoje é comemorado pelos pais Alessandra e José Carlos Preto, que descobriram no primeiro mês de vida de Lucas que ele tinha deficiência auditiva ao fazer o teste da orelhinha.O garoto não fazia parte do grupo de risco, mas sim da estatística de que a cada mil bebês nascidos vivos, de um a três são surdos. Como o Paraná só foi credenciado no último dia 18 pelo Sistema Úni­­co de Saúde (SUS) para realizar a cirurgia de ouvido biônico, todo o procedimento teve de ser feito em Campinas, interior de São Paulo.
A portaria do Ministério da Saúde incluiu o Hospital Pequeno Príncipe e o Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no procedimento, o que é uma esperança para pais que têm filhos com deficiência auditiva severa. O superintendente de Ges­­tão de Sistema em Saúde da Se­­cretaria Estadual de Saúde, Irvan­­do Carulla, lembra que até então o procedimento era realizado apenas para pacientes particulares e de convênio.
“Não adianta nada chegar para a família e dizer: teu filho é surdo. Você tem de garantir toda a infraestrutura de tratamento”, lembra o otorrinolaringologista pediatra do Hospital Pequeno Príncipe, Lauro João Lobo Alcântara. Os centros de atendimento a deficientes auditivos na rede pública estão concentrados nas cidades de mé­­dio e grande porte. Hoje são 19 centros, sendo oito especializados em crianças.
Em Foz do Iguaçu, onde o teste é universalizado, com atendimento médio de 500 bebês por mês, o encaminhamento é feito somente até a colocação de próteses. “Em nosso programa, o atendimento possibilita até o momento da protetização, sendo depois encaminhado para intervenção cirúrgica em outros centros como Curitiba e São Paulo”, explica a fonoaudióloga Carolina Funchal de Faria.
Conforme Lauro Alcântara, se a surdez for diagnosticada antes dos três meses e o tratamento se iniciar em até seis meses de idade, as chances de reabilitação são maiores. O pequeno Lucas é um exemplo. Ele fala algumas palavras e entende o significado de algumas coisas. A fonoaudióloga Denise lembra que a criança cuja surdez é identificada de forma precoce e tem o tratamento iniciado o mais rapidamente possível tem uma audição semelhante à de uma criança normal.

domingo, 12 de setembro de 2010

Remédio no rosto para a depressão

Reduzir o uso de remédios e atenuar os sintomas da depressão é o que promete um método criado por cientistas americanos da Universidade da Califórnia. A descoberta pode facilitar o tratamento de milhares de pessoas que sofrem com os efeitos colaterais dos medicamentos – como disfunção sexual, fadiga, sonolência, aumento de peso e náuseas. O que os pesquisadores propõem é trocar parte dos comprimidos pela estimulação diária dos nervos trigêmeos, tornando o tratamento mais rápido. Esses nervos, localizados na face, serviriam como uma espécie de ponte para os estímulos elétricos, transmitindo-os às regiões do cérebro afetadas pela depressão. Seriam, assim, capazes de compensar os sinais neuronais irregulares, permitindo que o cérebro retorne à sua atividade normal, cessando os efeitos da doença.
As pesquisas ainda estão no início. O tratamento já foi testado em cinco voluntários, que, por oito semanas, usaram o aparelho diariamente na hora de dormir. Os primeiros resultados mostraram a redução em 70% dos sintomas da depressão. “Fizemos o procedimento em pacientes com depressão clínica, nos quais os antidepressivos não conseguiam reverter o quadro”, explicou à ISTOÉ o médico Ian Cook, coordenador do estudo. “Ainda é experimental, mas acreditamos que já possa ser usado como um tratamento complementar.” O próximo passo da equipe comandada por Cook é recrutar mais pacientes para obter dados mais sólidos sobre os efeitos da estimulação do nervo trigêmeo.
A aposta na estimulação de re­giões do cérebro para reequilibrar a atividade neuronal não é nova. No mundo todo, já há terapias baseadas na geração de campos magnéticos sobre as áreas afetadas. No Brasil, um dos pesquisadores que desenvolvem o método é Marco Antônio Marcolin, que coordena o grupo de estimulação magnética transcraniana do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. “Já existia um método no qual se colocava o eletrodo dentro do cérebro para se regular os circuitos neuronais. Esses novos tratamentos são uma opção não invasiva e por isso mais segura de se fazer isso”, considera Marcolin.
A própria Organização Mundial da Saúde considera prioritária a criação de novas formas de tratamento para a depressão. De acordo com o organismo internacional, há hoje 121 milhões de pessoas com a doença no mundo – número superior à população do México. Desse total, 25% não têm o tratamento necessário para o controle da enfermidade, seja por falta de assistência médica adequada, seja pela ineficiência dos medicamentos ou da psicoterapia.

sábado, 11 de setembro de 2010

Baixa doação dificulta transplante de ossos

Se a doação de órgãos ainda é um assunto que encontra resistência entre os familiares de pessoas falecidas, a rejeição ao tema aumenta quando se trata de doação de ossos. De cada 30 tentativas para se conseguir um doador em Curitiba, por exemplo, apenas uma família aceita o procedimento. A dificuldade de aumentar o estoque dos bancos de ossos do país cresce com a subnotificação de possíveis doadores às centrais de transplante. No decorrer de uma semana, cerca de 420 pessoas morrem na capital paranaense, no entanto, apenas 20% dos casos são comunicados ao banco de ossos – totalizando três doações por semana.“Muita gente que poderia ser doador não é filtrada pela central de transplantes”, afirma o ortopedista Gerson de Sá Tavares Filho, presidente do Banco de Tecidos Músculo-Esqueléticos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Com 11 anos, a iniciativa paranaense foi a primeira do Brasil. Hoje, além do HC, há outros seis bancos de ossos no país (quatro em São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul).
No ano passado, segundo o Ministério da Saúde, foram feitos 246 transplantes para tratamento ortopédico ou correção de deformidades no país. Não há uma lista de espera oficial por transplantes de ossos. De acordo com o banco no Paraná, os pedidos são atendidos de acordo com o estoque. O Ministério da Saúde reforça que a demanda é gerenciada pelos próprios bancos.Doação
Diferentemente de alguns órgãos, como o coração, que só podem ser doados por pessoas que tiveram morte cerebral, a doação de ossos pode ser feita até 12 horas após a parada cardíaca. Assim que uma família autoriza a doação, uma equipe de captação do banco é acionada para proceder a retirada dos ossos, feita em um centro cirúrgico. O grupo normalmente é composto por dois médicos, dois enfermeiros e um biólogo, já que se trata de tecido.
Assim que os ossos são retirados, a equipe preenche os espaços com um material especial a fim de evitar que o corpo fique desfigurado para o velório e o sepultamento. “Nós adaptamos canos de PVC com dobras nos joelhos e nos cotovelos, já que o morto tem que ficar com as mãos postadas no caixão”, explica Tavares Filho.
Quarentena
Os ossos coletados ficam numa espécie de quarentena nas geladeiras do banco. Nesse período, passam por diversos exames. “O tecido ósseo é como qualquer outro tecido e, se não for bem estudado, pode passar uma doença para o receptor, como aids, sífilis, hepatites e bactérias”, informa o responsável. Uma média de 30% das doações acaba descartada e encaminhada para incineração.
Outro mecanismo de segurança usado pelos bancos de ossos é a rastreabilidade dos receptores. Tavares Filho conta que todos os receptores são cadastrados. Se houver indício de doença após o recebimento do material do banco em algum dos pacientes, todos os outros são contatados para saber se houve alguma reação coletiva ao material. “Em 11 anos de banco, nunca tivemos nenhum tipo de contaminação”, comenta o presidente da unidade. Para o ortopedista Carlos Cezar Wosniaki, que já encaminhou pacientes para o HC, as infecções que podem ocorrer são em decorrência da cirurgia.

Destinação
Enxertos são usados em várias especialidades
Não é apenas a ortopedia que usa enxertos ósseos oferecidos pelos bancos de ossos. Entre os “clientes” do Banco de Ossos do Hospital de Clínicas, em Curitiba, estão cirurgiões dentistas, neurocirurgiões, oftalmologistas e até ginecologistas. “É um mundo que não tem fim. Há oftalmologistas que usam enxertos para corrigir estrabismo, neurologistas que usam os enxertos para repor a calota craniana. A procura está crescendo”, comenta o presidente do banco Gerson de Sá Tavares Filho.
Na ortopedia, os enxertos são destinados a pacientes que tiveram perdas ósseas. “Antigamente se um paciente tinha câncer no fêmur era preciso amputar o membro e fazer quimioterapia. Hoje se faz o enxerto”, explica Tavares Filho. Por mês, o banco fornece 700 enxertos para hospitais de 20 estados brasileiros. “Às vezes temos que dizer que não temos material”, informa, lembrando que a prioridade de atendimento é para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Seleção de materiais
Assim como um banco de sangue, que aproveita vários componentes de uma bolsa de sangue, o banco de ossos também separa os itens a serem aproveitados. O osso é formado pelo cortical (parte externa, que forma um cano) e a medula (de consistência esponjosa, que fica na parte interna). “O tecido esponjoso é usado para fazer pó e a parte cortical é usada para o enxerto”, explica Tavares Filho. Em algumas ocasiões também é usado o osso inteiro. “Estamos vivendo uma crise do osso e por isso é muito importante que as doações aumentem”, completa.
Está em estudo a implantação de uma política nacional de estímulo à doação de ossos e tecidos. Segundo o Ministério da Saúde, é importante que a doação de ossos se incorpore à cultura assistencial brasileira e que os profissionais de saúde fiquem alertas para a demanda existente. Em Curitiba, dos 300 ortopedistas atuantes, apenas 20 recorrem ao banco do Hospital de Clínicas.

Ministério da Saúde faz alerta contra uso indiscriminado de colírios durante tempo seco

O uso indiscriminado de colírios que ocorre sobretudo em períodos de baixa umidade como os têm sido registrados na maior parte do país pode provocar consequências sérias para a visão e até mesmo cegar a pessoa. O medicamento deve ser utilizado apenas quando prescrito por um especialista.De acordo com o Ministério da Saúde, os olhos, assim como a pele, são órgãos que ficam expostos e também sofrem com as mudanças climáticas. O calor e o tempo seco podem provocar sensações desconfortáveis como vermelhidão e irritação.
Entretanto, o uso de qualquer tipo de medicamento mesmo de lubrificantes oculares não é recomendado sem orientação médica. Os colírios com antibióticos, por exemplo, se utilizados de forma crônica e irregular, podem provocar mutações de bactérias, que se tornam mais resistentes ao remédio.
A orientação vale ainda para colírios que servem para clarear o branco do olho, já que um dos efeitos colaterais é o aumento da pressão arterial. Cremes e pomadas para os olhos também devem ser indicados por um especialista.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Saúde deve liberar R$ 200 milhões para serviços de hemodiálise

O Ministério da Saúde anunciou investimentos de R$ 200 milhões para os serviços de hemodiálise. O valor deve ser liberado depois da publicação de uma portaria, na semana que vem. Deve haver reajuste de 7,5% no valor das sessões de hemodiálise e a ampliação da oferta de serviços na rede pública. De acordo com o governo Federal, cerca de 70 mil doentes renais atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) serão beneficiados.
O índice do reajuste foi definido depois de negociações com entidades representativas do setor e após estudo técnico realizado pelo ministério. Foram feitas consultas a clínicas que estão habilitadas para oferecer serviços de hemodiálise por meio do SUS. Por meio de questionário, os profissionais avaliaram aspectos gerais dos serviços (como tamanho, localidade, instalações e equipamentos) e o custo com recursos humanos. O aumento será aplicado em quatro procedimentos.
Esse levantamento faz parte de um grande estudo sobre o setor, que deve ser concluído até o fim do ano.
O ministério informa que, em 2009, investiu R$ 1,6 bilhão nos serviços de hemodiálise pelo SUS -- o que significa acréscimo de 141% em relação a 2001. A rede pública conta com cerca de 630 serviços habilitados para o atendimento a doentes renais, em todos os estados e no Distrito Federal.

Seguro é fazer até cinco raios-X por ano, afirmam médicos

Quantos exames radiológicos uma pessoa pode fazer por ano com segurança?
Os médicos relutam em estabelecer um número, porque muitas vezes os benefícios superam os riscos da exposição à radiação.
Mas especialistas dão uma ideia do que seria uma margem segura, considerando exames feitos com equipamento bem calibrado e profissionais capacitados.
"Uma pessoa que faz até cinco radiografias por ano certamente não corre o risco de radiação excessiva", diz Giovanni Cerri, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).
O número serve para adultos e crianças. A máquina é ajustada conforme peso e idade da criança, e a intensidade da radiação é menor.
Uma média de cinco exames significa, por exemplo, duas radiografias nos dentes, uma no tórax, uma tomografia no rosto e a mamografia. É suficiente para procedimentos de rotina.
Em algumas doenças, pode ser necessário aumentar muito esse número. Não há limite para a quantidade de radiografias e tomografias que podem ser feitas. Os médicos podem calcular o custo/benefício de submeter o paciente a mais radiação.
"A preocupação é não realizar exames radiológicos se não for necessário. A radiação é cumulativa, ou seja, uma dose soma-se à outra, inclusive com as de outras fontes, como a radiação solar", diz Cerri.
Márcio Garcia, coordenador do Centro de Diagnóstico do Hospital Infantil Sabará, concorda que até cinco radiografias por ano é um número totalmente seguro. "Mas isso não quer dizer que, quando é preciso fazer mais exames, a pessoa está em risco", ressalta.
O problema é que, atualmente, são feitos muitos exames desnecessários.
"Muitos médicos praticam uma medicina defensiva: para evitar possíveis queixas futuras sobre falhas do diagnóstico, já pedem tudo quanto é exame de uma vez", diz Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Para Sebastião Tramontin, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia, é uma questão de seguir critérios para indicar o exame.
"Em casos de sinusite, só pedimos uma radiografia da face se não foi possível fechar o diagnóstico após um bom exame clínico, por exemplo. Mas se chega uma criança com suspeita de infecção pulmonar, vamos fazer os raios-X", explica Garcia.
Nos problemas ortopédicos, também é difícil prescindir da radiografia. "Mas a tomografia, que emite mais radiação, deve ser reservada só para os casos mais complicados", diz o médico.
A ressonância magnética, que não emite radiação, pode ser usada em algumas situações. Mas o exame é bem mais caro e, muitas vezes, exige sedação, especialmente emcrianças.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1 Quantos exames posso fazer por ano?Não há um limite estabelecido. O exame deve ser feito sempre que o médico avaliar que o benefício é superior ao risco.
2 O aparelho deve ser ajustado para crianças?Sim, sempre. Crianças são dez vezes mais sensíveis à radiação do que os adultos. Exames como a tomografia devem usar dose mínima de radiação para evitar a possibilidade de efeitos tardios, como o câncer.
3 O que pode acontecer se houver dose excessiva?Efeitos biológicos da radiação foram constatados em casos de alta exposição -por exemplo, após explosão de bomba atômica. Mas não há estudos populacionais dizendo que quem fez mais tomografias tem mais chances de câncer.
4 Quais são os efeitos imediatos de uma overdose?Perda de cabelo, leucopenia, lesões na pele, anemia e catarata podem acontecer quando a pessoa é exposta a doses muitos elevadas de radiação, o que é pouco provável em exames. Só ocorrem se o aparelho estiver muito descalibrado ou o funcionário não seguir protocolos de segurança.
5 O que o paciente pode fazer na hora de se submeter a um exame radiológico?Observar se há certificado ou selo de qualidade garantindo que o aparelho está calibrado. Exigir por escrito a dose de radiação a que foi submetido.
Fonte: Colégio Brasileiro de Radiologia