
O resultado final, apresentado na edição de hoje da revista Science, é uma linhagem de milhões de bactérias reproduzidas de uma única célula que recebeu o genoma sintético. Em trabalhos passados, publicados ao longo dos últimos anos, a equipe já havia conseguido transplantar o genoma de uma espécie de bactéria (Mycoplasma mycoides) para o corpo de uma outra espécie (Mycoplasma capricolum), que passou a se comportar como se fosse a primeira. Também já haviam mostrado que era possível confecciona

Agora, finalmente, rodou. As bactérias da linhagem sintética, batizada de M. mycoides JCVI-syn1.0, funcionam e se reproduzem normalmente, como qualquer bactéria na natureza.
A célula original que recebeu o genoma sintético teve o benefício de todo o "maquinário" original do citoplasma (mitocôndrias, ribossomos e outras organelas) para funcionar, já que apenas o DNA havia sido removido. A cada multiplicação celular, porém, isso foi se diluindo, até que tudo dentro das células passou a ser 100% confeccionado pelo genoma sintético.
O termo refere-se ao fato de o genoma ter sido montado em laboratório, mas todos os ingredientes são naturais - nada artificial. "Não criamos vida do nada", ressaltou Venter.
Aplicações. Já acusado de "brincar de Deus", Venter busca, na verdade, desenvolver uma ferramenta biotecnológica que permita produzir micro-organismos "sintéticos", geneticamente programados para realizar funções específicas. Por exemplo, absorver CO2 do ar, digerir manchas de petróleo no mar ou produzir biocombustíveis com base em energia solar. "O próximo passo é uma alga sintética", avisa.
QUEM É CRAIG VENTER CIENTISTA E EMPRESÁRIO AMERICANO
Liderou um projeto privado que sequenciou um dos primeiros genomas humanos, em 2000. É pioneiro da genômica, tanto em ciência quanto em tecnologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário