
“O produto se mostrou tecnicamente viável. A avaliação econômica caberá à iniciativa privada, caso alguma empresa se interesse em licenciar o processo”, explicou Pessoa à Agência Fapesp.
A pesquisa surgiu a partir da iniciativa de Silgia Aparecida da Costa, do curso de Têxtil e Moda da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. “O objetivo foi aproveitar dois importantes resíduos, o bagaço da cana e a quitosana, substância extraída da carapaça de crustáceos que tem propriedades farmacológicas”, diz Silgia.

A quitosana é obtida a partir da quitina, um polissacarídeo formador do esqueleto externo de crustáceos como siris e caranguejos. Tem propriedades fungicidas, bactericidas, cicatrizantes e antialérgicas.
Além da quitosana, Silgia realizou ensaios para imobilizar quatro outras substâncias às fibras de cana: os fármacos comerciais anfotericina B e sulfadiazina e as enzimas bromelina e lisozima – a primeira obtida do talo do abacaxi; a segunda, da clara de ovo.
Curativos na boca e 'roupa antidengue'Um grupo de pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP entrou em contato com Pessoa para desenvolver um curativo para a mucosa bucal. “O local é de difícil aderência, por isso vamos testar a fibra para verificar se ela adere ao interior da boca”, disse Pessoa Jr.
Silgia, por sua vez, pretende agora iniciar uma pesquisa para incorporar citronela a tecidos de algodão. A substância extraída do capim-limão. Roupas com citronela seriam úteis para afastar insetos como o mosquito da dengue.
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