sexta-feira, 22 de julho de 2016

Em 7 dias, Capital teve mil casos de chikungunya -Ce

Apesar dos números, a Capital é referência no controle do mosquito, por isso recebe visita de técnicos do Suriname
Lêda Gonçalves* - Repórter
Muitos espaços contribuem para a proliferação dos focos, por isso agentes da Prefeitura têm realizado limpeza e campanhas educativas ( FOTO: FABIANE DE PAULA )
Fortaleza registra 7.152 casos confirmados de febre chikungunya neste ano. Na semana passada, segundo o boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o número de ocorrências chegou a 6.032. Ou seja, mais de mil casos a mais da doença. Os dados constatam o avanço da doença e reforçam a necessidade da participação da população no controle de focos do mosquito Aedes aegypti, apontam infectologistas do Estado.
Nesse período, os bairros com mais de 200 infectados passaram de quatro para sete: Montese com 595; Barra do Ceará, 352; Antônio Bezerra, 296; Cristo Redentor, 245; Mondubim, 216 e Jacarecanga, 212.
dsa Ainda segundo o boletim, foram notificados nove óbitos suspeitos da enfermidade, destes, dois foram analisados e comprovados pelo Comitê Estadual de Investigação dos óbitos por Dengue e sete ainda estão sendo investigados. Dos 119 bairros, apenas seis - Cocó, Coaçu, Sabiaguaba, São Bento, Lourdes e Manuel Dias Branco - não possuem ninguém infectado ou com sintomas da doença.
A faixa etária com maior número de ocorrências é a que está entre 41 a 50 anos, com 1,4 mil doentes. Outro dado que chama atenção é o total da população entre 71 a mais de 80 anos. São 430 confirmações. Ainda há casos de crianças entre zero e nove anos de idade: são 228 ocorrências nessa porção populacional.
Segundo avalia o infectologista Ivo Castelo Branco, algumas dessas pessoas estão no grupo das que mais sofrem. "Nesse grupo estão as crianças, idosos, diabéticos, hipertensos e aqueles que apresentam problemas no coração, transplantado ou em tratamento contra o câncer".
Apesar do cenário alarmante na cidade, as ações contra o vetor desenvolvidas pelo Município são consideradas referência para o País. "O trabalho realizado é diário e tem feito diferença", aponta o gerente da Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Atualpa Soares.
Tanto que técnicos da República do Suriname estão na Capital para conhecer o Programa de Controle de Vetores desenvolvido pela Prefeitura. O Ministério da Saúde escolheu a Capital para o treinamento devido a esse trabalho. Para a assessoria técnica do Núcleo de Endemias, a visita de estrangeiros para conhecer o programa desenvolvido em Fortaleza reforça ainda mais as atividades realizadas na Capital. "Os técnicos terão acesso a todos os processos adotados no combate ao Aedes aegypti, com a intenção de que o conhecimento adquirido seja replicado no Suriname", destacou.
Mutirões
De acordo com Soares, Fortaleza tem recebido ações da Prefeitura, como mutirões de limpeza, campanhas educativas em escolas e prédios públicos, formação de brigadas, reforços das visitas domiciliares, além das operações Quintal Limpo e Foco no Foco. Durante o 1º semestre, informa, foram realizadas 28 mil ações, como formação de brigadas e atividades educativas, e mais de 1,5 milhões de visitas domiciliares para eliminar os riscos em relação às doenças transmitidas por vetores.

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