quinta-feira, 9 de julho de 2009

Levantamento de riscos de dengue vai abranger mais municípios

Um levantamento para identificar o risco de dengue em bairros e cidades do País deverá ser ampliado a partir deste ano. A técnica, batizada de LIRAa (sigla para Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegyti) atualmente é feita em apenas 169 cidades consideradas prioritárias. A ideia é que ela passe a ser feita em todos os municípios onde haja infestação do mosquito - algo em torno de 4 mil cidades.
A recomendação faz parte das Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, um documento lançado nesta quinta-feira (09) pelo Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). O acordo traz regras gerais para enfrentar a doença e estabelece quais são as atribuições da União, de Estados e municípios nesta tarefa. Algo que pode ajudar a reduzir a troca de acusações, comum durante epidemias, sobre de quem é a responsabilidade do aumento do número de casos da doença no País.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, garante que não será necessário maior aporte de recursos para que municípios passem a executar o LIRAa. "Não será preciso. O que é necessário é apoio técnico, algo que vamos ajudar", afirmou. A partir do LIRAa, municípios podem avaliar quais são os locais onde há maior concentração do Aedes aegypti, e, portanto, maior risco de surtos de dengue. A partir desse mapa, é possível concentrar esforços em áreas prioritárias para a retirada dos focos do mosquito.
O documento lançado hoje também traz um fluxograma, com detalhes sobre quem deve atender e como deve ser feito o tratamento de pacientes com suspeita da infecção. A medida tem como objetivo reduzir o número de mortes provocadas pela doença no País. Este ano, a dengue causou 131 mortes, 70% a menos do que foi registrado no mesmo período do ano passado. Apesar da redução, a qualidade do atendimento a pacientes ainda preocupa. "É preciso garantir que o paciente seja atendido rapidamente", afirmou o ministro.
Com a nova estratégia, a intenção é identificar casos com maior risco e encaminhá-los para atendimento mais rápido. Casos mais leves podem ficar sob responsabilidade das unidades básicas de saúde (UBSs).
BALANÇO
Até a 23ª semana deste mês, foram registrados no País 361.552 casos da doença, um número 49,8% menor do que o contabilizado no mesmo período de 2008, quando 719.593 pacientes com a doença foram contabilizados. Neste ano, sete Estados registraram aumento de infecções: Acre, Roraima, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Juntos, eles representam 56% dos casos de dengue no País.
O ministro atribui o número desses Estados a dois problemas: maior vulnerabilidade da população nesta região ao vírus tipo 2 e 3, que atualmente circulam no País, e à descontinuidade das ações de prevenção contra o mosquito. "É preciso abandonar aquele cinismo do passado, quando, ao ver que em um ano havia um grande número de casos, autoridades relaxavam na prevenção, porque certamente no ano seguinte haveria uma redução natural do número de casos", disse Temporão.
Quando um paciente é infectado por um dos 4 tipos do vírus da dengue, ele fica imune a uma nova infecção pelo mesmo subtipo. "Dengue não se combate somente numa época do ano. Isso tem de ser feito todos os dias, por todos", completou.
Veja os números da dengue no País
- 49,8% é a redução do número de casos de dengue no País
- 9 Estados não registraram mortes por dengue este ano
- 3 Estados apresentaram taxas de letalidade de aproximadamente 1% (considerado tolerável pela Organização Mundial da Saúde)
- 7 Estados apresentaram aumento de infecções
- 131 mortes por dengue foram confirmadas
- 92.420 casos da doença foram registrados na Bahia, quase o triplo de 2008: 31.132 pacientes
- 121.258 casos da doença foram registrados no Sudeste
Fonte: Ministério da Saúde.(AE)

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