A proeza foi realizada pela equipe coordenada pelo neurocirurgião Daniel Jeanmonod, do Departamento de Neurocirurgia Funcional do Hospital Universitário de Zurique. Foram selecionados dez pacientes, todos portadores de

Tradicionalmente, o problema pode ser tratado com medicação ou, nos casos mais graves, com a introdução de um eletrodo na área do tálamo vinculada à dor. O recurso emite sinais elétricos que desativam esse circuito, impedindo o envio e o consequente processamento de dados sobre a sensação de dor. O eletrodo é levado até o local por meio de um cateter inserido no cérebro através de um pequeno orifício feito no crânio. O que os médicos suíços fizeram foi usar o ultrassom em vez do eletrodo. A tecnologia foi escolhida porque o calor provocado pelas ondas tem o mesmo efeito do que é causado pelos sinais emitidos pelo eletrodo. A grande vantagem é que não é necessário abrir a caixa craniana, já que o ultrassom atravessa os ossos.As cirurgias foram feitas entre setembro de 2008 e abril deste ano. Elas duraram cerca de cinco horas. Metade do tempo foi usada para a localização dos pontos a serem atingidos pelas ondas de ultrassom. Nas duas horas e meia seguintes, houve o disparo do ultrassom. Segundo os médicos, os dez pacientes ficaram livres dos sinais de dor. Entusiasmados, os especialistas pretendem testar o método para outras doenças. "Em princípio, a técnica poderia ser usada para tratar tremores causados pelo mal de Parkinson, algumas formas de epilepsia e até tumores", disse à ISTOÉ o pesquisador Daniel Jeanmonod.
No Brasil, a notícia da realização do procedimento repercutiu positivamente. Na opinião do neurocirurgião Hallim Feres Jr., do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, trata-se de uma intervenção promissora. "Há um grande esforço para tornar as cirurgias menos agressivas", afirmou o médico. "E essa novidade vem ao encontro desse objetivo."
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