
A degeneração macular é uma doença totalmente associada ao envelhecimento. Ela é provocada pelo acúmulo de toxinas sobre uma membrana que recobre a mácula, localizada na retina – estrutura responsável pela visão central e com detalhes. O depósito das substâncias se agrava com o passar dos anos. Isso acontece porque o corpo aos poucos perde a capacidade de produzir enzimas cuja função é fazer uma limpeza da região. Simultaneamente, também pode haver a proliferação irregular de vasos sanguíneos na área. Por volta dos 55 anos, dependendo das condições do indivíduo – se ele tiver predisposição genética, por exemplo –, a visão já pode estar bastante prejudicada.
Para o problema da rede de vasos sanguíneos existe a solução de remédios específicos. Mas em relação ao acúmulo de toxinas, não. Por isso o empenho em achar uma saída. O estudo inglês foi feito com 100 pacientes que apresentavam déficit considerável de visão. O laser estimulou a produção das enzimas de limpeza de uma maneira tão eficiente que os voluntários recuperaram sua capacidade de ler, por exemplo. “É como se o laser parasse os efeitos do tempo sobre os olhos”, disse à ISTOÉ John Marshall, coordenador do trabalho. Os benefícios foram sentidos de três a seis semanas após as aplicações.
No Brasil, o recurso vem sendo testado em alguns serviços. Um deles é o da Universidade Federal de São Paulo. Por enquanto, há 30 pacientes tratados e os resultados são tão bons quanto os obtidos pelos ingleses. “Houve reversão do problema sobre a mácula”, diz o oftalmologista Michel Farah, vicechefe do Departamento de Oftalmologia da instituição. O avanço foi possível com o aprimoramento dos aparelhos de laser. No início das pesquisas, há cerca de cinco anos, o raio causava dano às células sadias da retina. Hoje, a dificuldade está superada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário