
Especialistas dizem que a doença é tão negligenciada que não existem sequer estatísticas oficiais sobre o número de casos, apenas estimativas. E de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número não é baixo. Endêmica em 21 países da América Latina, a doença responde por 8 milhões de casos e mata 14 mil ao ano na região - mais do que qualquer outra doença parasitária, incluindo a malária. Os dois únicos medicamentos conhecidos para o tratamento datam dos anos 60, são extremamente tóxicos e até hoje sequer há consenso sobre o seu uso.
- Para se ter uma ideia, de 1975 a 2005 foram desenvolvidos em todo o mundo 1.556 novos medicamentos. Apenas 21 deles foram para as doenças negligenciadas. Nenhum para doença de Chagas - contou Eric Stobbaerts, da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), coordenador da recém-lançada campanha "É hora de tratar a doença de Chagas".
Outro dado: dos US$2,5 bilhões investidos ao ano nas doenças negligenciadas (enfermidades que afetam milhares de pessoas, muito pobres em sua maioria, mas para as quais não há tratamentos adequados) apenas 0,25% foram para Chagas.
Durante muitos anos, o governo investiu no combate ao barbeiro - o que foi eficiente para reduzir a transmissão. Mas, alertam especialistas, é preciso tratar os doentes crônicos. A iniciativa prevê, a curto prazo, o lançamento de formulações pediátricas de uma das drogas existentes e também a aplicação de compostos (azóis) usados tradicionalmente contra infecções fúngicas.
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