sábado, 16 de outubro de 2010

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) divulgou, ontem, nota técnica recomendando intensificação da vigilância epide-miológica do sarampo no Estado. De acordo com o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, a medida é consequência de um alerta feito pelo Ministério da Saúde, em todo o Brasil. O documento, emitido pelo Núcleo de Vigilância Epide-miológica (Nuvep), atualiza os dados dos casos suspeitos em investigação no Brasil e renova a convocação para que sejam intensificadas as ações de prevenção a doença.Segundo Fonseca, a decisão é decorrente do atual cenário mundial, no qual vários países da Europa e da África estão enfrentando surtos da doença. Os casos de sarampo estão em análise pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que avalia a situação de erradicação da doença. No Brasil, em 2010, já foram confirmados 43 casos de sarampo, entre eles, dois no Rio Grande do Sul com o genótipo B3, similar ao que está circulando na África do Sul.Outros três casos foram confirmados em Belém do Pará, com o genótipo D4, vírus similar aos que foram identificados em casos na Inglaterra, França, Itália e Holanda. Mais 38 casos foram confirmados na Paraíba (PB), cujo genótipo era similar ao encontrado no RS. Outros dez seguem em investigação, aguardando o resultado de análises laboratoriais. No Ceará, o último caso de sarampo confirmado foi em 1999.O Ministério da Saúde avisou que, como em todas as investigações de casos suspeitos de sarampo no País, a conclusão de todas as notificações somente será divulgada após os exames confirmatórios realizados no laboratório de referência nacional (Fiocruz), sem nenhum prejuízo às medidas preventivas assistenciais a serem adotadas.Conforme Fonseca, a maior preocupação é com os casos registrados na Paraíba, pela proximidade com o Ceará. "O surto ocorreu há cerca de 15 dias e foi muito perto daqui", disse. "Por isso, entramos em contato com os secretários de Saúde de 53 municípios cearenses onde a cobertura vacinal é inferior a 95% da população".Coleta-Entre as recomendações feitas aos municípios, Fonseca destacou a detecção de novos casos e a notificação de suspeitas em até 24 horas. Ele informou também que o material coletado para identificação viral deve ser enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) em, no máximo, 48 horas. Fonseca ressaltou, conforme consta na nota técnica, que é preciso avaliar mensalmente as coberturas vacinais de rotina em todos os municípios, realizar a busca ativa de casos suspeitos não notificados nas unidades de saúde públicas e privadas (hospitais, unidades básicas, laboratórios, clínicas etc), enviar aos órgãos responsáveis a planilha de atualização semanal de notificação negativa/positiva de casos suspeitos de doenças exantemáticas (doenças infecciosas sistêmicas em que manifestações cutâneas acompanham o quadro clínico) e identificar municípios silenciosos com o objetivo de realizar busca ativa de casos não notificados em caráter de urgência.Ao mesmo tempo, a nota ressalta a necessidade de realizar busca ativa de não vacinados (casa a casa; nos locais de trabalho; instituições; empresas; hospitais; bancos; e locais de ajuntamento, como feiras e eventos), na faixa etária de um a 39 anos para a vacinação e/ou atualização do esquema vacinal.A vacina tríplice viral, que imuniza contra sarampo, rubéola e caxumba, está incluída no calendário nacional de vacinação. Ela é aplicada em duas doses: no primeiro ano de vida e aos quatro anos de idade.O sarampo é uma doença viral aguda, com elevada transmissibilidade e que pode acometer pessoas de qualquer idade não vacinadas.

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