
No experimento, destinado a testar a então recém-desenvolvida penicilina, os presos eram infectados por prostitutas e depois tratados com o antibiótico.
"O estudo de inoculação da doença transmitida sexualmente conduzida entre 1946 e 1948 na Guatemala foi claramente antiético", disseram a secretária de Estado Hillary Clinton e a secretária de Serviços Humanos e de Saúde Kathleen Sebelius em um comunicado.
"Embora esses eventos tenham ocorrido mais de 64 anos atrás, estamos indignadas que uma pesquisa tão repreensível possa ter ocorrido sob a fachada de saúde pública. Lamentamos profundamente o ocorrido e pedimos desculpas a todos os indivíduos que foram afetados por tais práticas de pesquisa abomináveis", disse o comunicado.
A experiência, que ecoou o infame estudo Tuskegee dos anos 1960 no qual negros norte-americanos foram deixados sem tratamento para sífilis, foi revelada por Susan Reverby, professora de estudos sobre mulheres no Wellesley College, em Massachusetts.
Ela fez a descoberta este ano, enquanto atualizava um livro sobre o Tuskegee e, o que é incomum para um pesquisador, informou o governo norte-americano antes de publicar seus achados.
"Além da penitenciária, os estudos ocorreram num asilo para doentes mentais e em quartéis militares", afirmou Reverby em um comunicado.
"No total, 696 homens e mulheres foram expostos à doença e depois tratados com penicilina. Os estudos seguiram até 1948 e os registros sugerem que, ap

Os achados, que serão publicados em janeiro no Journal of Policy History, associam os estudos de Tuskegee e da Guatemala.
"Em 1946-1948, o dr. John C. Cutler, médico do Serviço de Saúde Pública (PHS) que depois faria parte do Estudo sobre Sífilis no Alabama nos anos 1960 e continuaria a defendê-lo duas décadas depois de sua conclusão nos anos 1990, dirigia um projeto de inoculação da sífilis na Guatemala, co-patrocinado pelo PHS, pelos Institutos Nacionais de Saúde, pelo Bureau Pan-Americano de Saúde Sanitária (atual Organização Pan-Americana da Saúde) e pelo governo guatemalteco", escreveu ela.
"Eram os primeiros dias da penicilina e o PHS estava profundamente interessado em saber se a penicilina poderia ser usada para prevenir, e não apenas curar, as novas infecções por sífilis, se poderiam ser desenvolvidos melhores testes de sangue para a doença, quais dosagens de penicilina de fato curavam a infecção e compreender o processo de reinfecção depois da cura."
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