terça-feira, 29 de setembro de 2009

9 pessoas recebem transplantes em menos de 24 horas no Ceará

As últimas horas da Central de Transplantes do Estado e das equipes transplantadoras nos hospitais têm sido bem movimentadas. Foram realizados nove transplantes de órgãos doados por duas famílias. A família de uma jovem de 23 anos, vítima de atropelamento no Centro da Capital, decidiu doar todos os órgãos. As duas córneas, dois rins, o coração e o fígado já foram transplantados na madrugada desta terça-feira (29). A outra família é de um homem de 57 anos, que doou os rins e o fígado.
Com esses novos transplantes aumenta para 520 o total de transplantes realizados no Ceará este ano. Esse número já é superior a quantidade de transplantes feitos em todo o ano de 2006 e está próximo do número de 2007, quando o Ceará realizou 618 transplantes. Em 2008, bateu recorde, com 739 transplantes. “O sentimento e a decisão de doar devem ser cultivados sempre para que mais gente saia da fila de espera e tenha a chance de voltar a viver com saúde”, afirma o secretário da Saúde do Estado, João Ananias. Ele lembra que há 1.130 pessoas, no Ceará, aguardando órgãos ou tecidos novos.
Ceará lidera aumento no número de transplantes
O número de transplantes realizados com órgãos de doador morto no Estado do Ceará, no primeiro semestre deste ano, saltou de 72 para 117, em comparação com o mesmo período de 2008. O aumento - de 81,25% - foi o maior registrado no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. No País, o número de transplantes realizados com doador morto subiu 24,3%, passando de 1.688 para 2.099.Segundo a coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Régia Barbosa de Almeida, os bons resultados alcançados pelo Estado se devem à mobilização dos agentes e ao trabalho que vem sendo feito com associações de pacientes, escolas, unidades de saúde e meios de comunicação locais no sentido de incentivar as doações. “A central de captação também foi reestruturada. Antes tínhamos dois médicos. Hoje, contamos com nove”, diz.Filas continuam grandes, mesmo com aumento nos transplantes.Apesar do crescimento de transplantes no Ceará, a fila dos que aguardam um órgão continua grande, com 1.135 pessoas: 654 à espera de córnea, 10 de coração, 159 de fígado, 283 de rim e 29 de medula óssea. No Brasil, o número chega a 63,8 mil, contra 64 4 mil do ano passado, uma queda de apenas 1%. O aperfeiçoamento dos processos de gestão das centrais estaduais influenciou o resultado, pois as listas têm sido atualizadas e os pacientes, recadastrados.O Brasil ainda apresenta um número pequeno de doadores por morte encefálica. Em 2008, a cada 1 milhão de brasileiros havia 7,2 doadores nessa situação. Na Argentina, a taxa é de 13,1, nos Estados Unidos, de 26,3, e na Espanha, de 34,2. “Aumentar o número de doadores é o grande objetivo a ser perseguido para equacionar melhor as demandas por transplantes', diz Rosana Nothen, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

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