quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Linfomas matam três mil por ano

Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores as chances de cura. Orientação é buscar médico logo no início.Ontem foi o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas, um tipo de câncer pouco conhecido pela população, mas de alta incidência. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença é responsável por cerca de três mil mortes por ano no Brasil.Trata-se de um câncer do sistema linfático que origina-se com a alteração de um tipo de glóbulo branco, chamado linfócito, que vem de uma célula doente. As células doentes se agrupam e formam tumores malignos que se juntam nos linfonodos, deixando-os inchados, ou em outras partes do sistema linfático. Cerca de 35 tipos de linfomas já foram identificados e subdividem-se em linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin.Conforme o hematologista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), Fernando Barroso, a incidência dos linfomas é elevada e crescente. "O linfoma é uma doença que geralmente aparece na quarta ou quinta década de vida, mas, no Ceará, cada vez mais é comum vermos em jovens. Vários transplantes de medula óssea em pessoas jovens já foram realizados no Estado", disse.Ele ressalta que a doença têm cura, principalmente se for diagnosticada precocemente. A cura, conforme Barroso, pode acontecer pelo tratamento quimioterápico ou transplante de medula óssea, quando há indicação para o procedimento.O hematologista alerta que o principal sintoma da doença é o inchaço indolor dos linfonodos (íngua) no pescoço, debaixo dos braços ou na virilha. A orientação, conforme ele, é o paciente buscar um médico ao primeiro sinal dos sintomas. Ele explica que os pacientes atendidos em ambulatório no Hospital Universitário Walter Cantídio fazem tratamento no Hemoce.IncidênciaDados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) mostram que a incidência anual de linfomas praticamente dobrou nos últimos 35 anos. Não se sabe ao certo quais as razões. Verifica-se, conforme estudos, um aumento aparente de incidência do linfoma em comunidades agrícolas. Pesquisas associam componentes específicos de herbicidas e pesticidas à ocorrência do linfoma, porém, em termos quantitativos, a contribuição de tais agentes para o aumento da freqüência ainda não foi definida.Indivíduos infectados pelos vírus HTLV (que atingem as células T humanas) ou pelo vírus HIV apresentam maior risco de desenvolver linfoma. No entanto, a grande parte dos casos da doença ocorre em indivíduos sem fatores de risco identificáveis. A incidência do linfoma de Hodgkin atinge um pico de 5 a 6 casos por cada 100 mil indivíduos em torno de 20 anos de idade. Essa taxa cai para menos da metade na meia idade e volta a aumentar nos mais idosos.

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