sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ceará exporta órgãos para doações em outros estados

A Central de Transplantes do Ceará divulgou, na tarde de ontem, as estatísticas de doações já realizadas em 2009. Um dos dados relevantes, além da diminuição do número de mortes na fila de espera por órgãos compatíveis, é a quantidade de pedidos atendidos pelo Sistema Nacional de Transplantes.Desde que foi criada, em 1998, até este ano, a Central de Transplantes do Ceará já realizou 4.784 encaminhamentos, sejam envios ou recebimentos de órgãos e tecidos. Este ano, já foram doados 485 destes, entre rins, córneas, corações, válvulas cardíacas e medulas.Somente no mês de agosto, o Ceará já enviou órgãos para os estados do Rio Grande do Sul, Maranhão, Pernambuco e Pará. Desde janeiro deste ano, 15 pessoas já foram beneficiadas com a doação de órgãos cearenses.Quando não há receptores em um estado, por falta de compatibilidade ou em casos de urgências, o sistema nacional comunica a todos os centros regionais, que verificam as possibilidades de envio. "A equipe de captação dos centros transplantadores fica responsável pelo transporte, o órgão é devidamente acondicionado, levado ao aeroporto, o comandante do primeiro vôo que surge é comunicado e enquanto, o órgão viaja, outra equipe de captação já espera a doação", narra Aline Morel, técnica de enfermagem da Central de Transplantes.Outro dado que chama a atenção, nas estatísticas divulgadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), é a lista de crianças que aguardam doações.Somente no Ceará, encontram-se 13 na fila. Elas esperam por fígado, rim, coração ou córnea. No Hospital de Messejana, duas crianças, de sangue tipo O, precisam de novos corações. Um menino de 10 meses está na expectativa desde o dia 1º deste mês e uma menina, de 13 anos, aguarda a possibilidade do transplante desde o dia 18 de setembro. Na última quarta, a Central de Transplantes identificou uma criança com morte encefálica, sendo então uma potencial doadora.Mas a família rejeitou a possibilidade. "As pessoas precisam saber que o processo de captação não causa nenhuma lesão ou deformação e que até mesmo em caso de córneas, a retirada é imperceptível", disse Morel.Embora as doações feitas no Estado signifiquem um grande avanço para os programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos, há muito o que progredir. Nos hospitais da Capital e Interior, ainda são poucos os que possuem Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott). Em Fortaleza, apenas dez hospitais possuem esses tipos de centrais.Além de serem compostas por no mínimo três membros coordenadores, é necessária uma estrutura física para o auxilio na articulação com as centrais de notificação e distribuição de órgãos. "Se os hospitais cumprirem o regulamento que estabelece a necessidade dessa comissão, o número de doações aumentará, porque além da captação, é obrigatório um trabalho de sensibilização com os profissionais e potenciais doadores", ressalta Morel. DOE DE CORAÇÃOCampanha de solidariedadechega à sétima ediçãoMais uma edição da campanha Doe de Coração foi iniciada na última segunda-feira. Os adesivos já podem ser vistos em diversos veículos da cidade. Cartazes, anúncios de jornal e vídeos em emissoras de televisão aberta e fechada também têm levado a mensagem do movimento a milhares de pessoas.Tanto a rede pública com os hospitais particulares estão engajados na campanha. "Já confeccionamos 5mil adesivos, mil cartazes foram distribuídos em locais credenciados, além de uma intensa mobilização na Universidade de Fortaleza (Unifor) e Secretaria da Saúde do Estado", disse a diretora da comunicação e marketing da Unifor, Valéria Abreu.A camiseta oficial da campanha tem sido, desde 2003, um ícone da mobilização, sendo utilizada principalmente em clínicas e hospitais da Capital. Somente este ano, já foram distribuídas mil unidades para diversos estabelecimentos.O vídeo da campanha, deste ano, traz imagens de quatro pessoas que receberam órgãos. Sobre a importância de um processo educativo, a Central de Transplantes do Estado apontou os resultados do trabalho feito pela campanha. "Os meios de comunicação são os que mais têm auxiliado neste processo de esclarecimento e mobilização. O Doe de Coração, com suas propagandas, cartazes e folders distribuídos de maneira continuada, muito ajudam para quebrar preconceitos e incentivar a sociedade cearense neste gesto", afirma Aline Morel.TransplantadoresCoração e Válvula CardíacaHospital de MessejanaRimHospital Geral de Fortaleza, Hospital Universitário Walter Cantídio, Santa Casa de Sobral, Hospital Santo InácioCórneaInstituto dos Cegos do Ceará (Hospital Alberto Baquit), Hospital de Olhos Leiria de Andrade, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital, Universitário Walter Cantídio, Hospital Santo Inácio, Hospital São Francisco, Clínica Neuza Rocha, Prontoclínica.

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