quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aumenta índice de infestação de dengue no Ceará em 2009

A redução do número de casos da doença - 4.505 confirmações da clássica, em 110 municípios cearenses entre janeiro e outubro de 2009, contra 43.953, no mesmo período do ano passado, trouxe ao mesmo tempo alívio e alerta vermelho para o Ceará.É que a diminuição de ocorrências levou a população cearense a baixar a guarda, provocando, com isso, progressão no índice de infestação, de 26% para 45,8% no grupo de 100 mil habitantes em 34 dos 184 municípios do Estado.Estes municípios foram responsáveis por mais de 80% dos casos da doença no Ceará. Por isso, fazem parte da relação das ações prioritárias no combate ao mosquito Aedes aegypti, que por sinal, deixou de ser o foco principal do Plano de Contingência para 2010. Ao invés do mosquito, o doente deve ser a prioridade dos Estados, segundo o Ministério da Saúde.Com isso, os recursos estimados para o Ceará são de R$ 27,2 milhões para fortalecer sua rede de saúde (contratação de pessoal), entre postos de saúde e hospitais secundários e terciário, como o São José.A aquisição de 12,864 kits com material reagente para o teste da dengue terá aporte de R$ 135,4 mil. No total, o Ceará deverá receber para combater a dengue pouco mais de R$ 32,5 milhões. Valor que secretários de Saúde dos 34 municípios prioritários acha pouco. "Recebemos mais responsabilidade e encargos e o recurso por município será pouco acrescido por unidade", avalia o titular da Secretaria de Saúde de Morada Nova, Wilames Freire Bezerra.Seu município recebe R$ 16 mil/mês para cuidar de toda área de epidemiologia. "Não temos saída, usamos todo o dinheiro repassado nas ações contra a dengue e complementamos as despesas com verba do tesouro municipal".O secretário de Sobral, Hilton Soares, concorda com seu colega e avalia que o financiamento da saúde é uma angústia dos municípios brasileiros. Soares também destaca sua inquietação com o aumento do índice de infestação da doença. Só para se ter uma ideia, em 2007, Sobral registrou 2,1 mil casos da dengue. Em 2008, foram 90 ocorrências positivas. No entanto, o índice de infestação acompanha o aumento estadual. "As residências são o reduto do mosquito e nossa maior problema. "É preciso que se tenha em mente que não vamos erradicar a doença no País sem um combate efetivo dentro de casa".Os titulares da saúde dos municípios prioritários participaram, ontem, na sede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) de reunião para tomar conhecimento das novas diretrizes do Ministério da Saúde e iniciar o planejamento estratégico para 2010. Além do foco no paciente, com a classificação por risco, de acordo com a gravidade do caso. Para os simples, os cartões azuis, acompanhamento na unidade básica; para os verdes, não urgente, com atendimento pelos hospitais secundários; o amarelo, caso de urgência e atendimento imediato, sem espera nos hospitais secundários e os vermelhos, os casos de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais da rede terciária.De acordo com o gerente da Célula de Epidemiologia da Sesa, Manoel Fonseca, a unificação do trabalho dos agentes de endemias e dos agentes comunitários da saúde, com base no Programa Saúde da Família (PSF) também é outra ação recomendada pelo MS. "Nosso interesse agora é evitar a morte pela dengue ou complicações".

Nenhum comentário:

Postar um comentário