quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pesquisadores curam Parkinson em macacos com terapia gênica

São Paulo - Pesquisadores da França e da Inglaterra conseguiram curar doença de Parkinson em macacos usando terapia gênica. O resultado foi publicado na recém-lançada revista Science Translational Medicine, da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, em inglês). Os cientistas induziram o distúrbio nos animais usando uma toxina que elimina os neurônios responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina. Como consequência, as cobaias desenvolveram os tremores de corpo, a rigidez e falta de equilíbrio característicos da doença.Desde a década de 60, médicos usam um remédio que, administrado por via oral, repõe dopamina e alivia os sintomas. Mas, como a normalização ocorre de forma intermitente, após algum tempo a melhora costuma ser acompanhada de efeitos adversos, como a discinesia - movimentos involuntários do corpo causados pelo excesso de dopamina. Com o tempo, surge também resistência ao remédio e a dose tem de ser aumentada até se tornar ineficaz.Três enzimas participam do mecanismo de produção da dopamina. Na experiência, os pesquisadores inseriram os três genes que produzem as enzimas em um vírus. Os microrganismos foram inoculados no cérebro dos macacos e inseriram os genes nos neurônios, que começaram a produzir dopamina. Os macacos recuperaram o controle dos movimentos sem nenhum efeito adverso. “Começamos a fase um dos testes clínicos com humanos no Hospital Henri Mondor (na França)”, diz Stephane Palfi, coautora do trabalho.O psiquiatra Wagner Gattaz, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), aponta que há anos já se cogitava a abordagem do trabalho. “A doença está restrita a um local bem definido do cérebro e, por isso, o uso da terapia gênica parecia promissor”, diz.
Mal de Parkinson garante direitos - Medicamentos gratuitos, isenção de impostos e liberação do FGTS são garantidos por lei para quem possui a doença. (...)Por ser um mal degenerativo, por lei os portadores de Parkinson possuem vários benefícios assegurados.A idade pico de incidência é após os 60 anos, mas pode surgir em qualquer fase dos 35 aos 85 anos. Nem mesmo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) possui levantamento do número de pessoas que recebem algum tipo de benefício devido à doença.Segundo a advogada Regiane Simprini, por falta de informação na maioria das vezes os portadores da doença não conseguem usufruir dos benefícios a que têm direito. Segundo ela, toda pessoa que desenvolve o mal de Parkinson tem direito ao benefício do auxílio-doença e aposentadoria por invalidez - com acréscimo de 25% no caso de grande invalidez, ou seja, quando o portador necessita de assistência permanente de outra pessoa. Também tem isenção de Imposto de Renda (IR), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Nos quatro últimos, são isentos em aquisição de veículos com adaptações especiais, bem como deve ser comprovada a deficiência física” explica a advogada.Também é direito de pessoas que desenvolvem o mal de Parkinson a retirada integral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), benefícios na aquisição da casa própria, ou até mesmo a quitação de financiamento no caso de haver no contrato uma cláusula de seguro por invalidez. Os medicamentos, materiais, suplementos e dietas prescritas também devem ser fornecidos gratuitamente.

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