terça-feira, 25 de agosto de 2009

Baixa umidade propaga doenças respiratórias.

Em tempos de pandemia da gripe suína, com 63 casos confirmados até a última sexta-feira no Ceará, as rinites alérgicas, faringites e pneumonias, entre outras doenças respiratórias, também aumentam nesta época do ano, quando cidades cearenses já chegaram a registrar umidade relativa do ar abaixo dos 30%. O alerta é da presidente da Sociedade Cearense de Pediatria e coordenadora do Serviço de Desenvolvimento Humano do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), Regina Portela.Segundo a médica pediatra, 80% dos casos dos problemas respiratórias são meramente ambientais. "Não é nada de vírus, mas podem se complicar se não forem tratados logo e não forem tomados alguns cuidados básicos", explica.Uma das principais medidas para evitar complicações respiratórias nesta época, segundo Regina Portela, é a limpeza nasal diária. Em crianças acima de 5 anos, basta fazer a limpeza com soro fisiológico no banho e antes de dormir. Já para menores de cinco anos, é aconselhável duas a três vezes por dia.Nos quartos com ar-condicionado, a pediatra recomenda aos pais colocar bacias ou depósitos de água, pois facilita a respiração. "Em pessoas alérgicas, o ar-condicionado provoca tosse devido ao ressecamento da mucosa nasal. É a chamada tosse de cachorro", brinca a presidente da Sociedade Cearense de Pediatria. Fazer gargarejos também é importante, pois os consultórios e hospitais estão recebendo muitos casos de inflamação da laringe e faringe (cordas vocais), que causa dificuldades para respirar e rouquidão. Por último, ela aconselha que as pessoas evitem grandes aglomerações. Embora muitas rinites tenham caráter alérgico ambiental, o quadro pode se agravar se for contraído um vírus.O gerente do Departamento de Meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), David Ferran, disse que Fortaleza e cidades do litoral não estão apresentando baixa umidade. Ontem, às 16 horas, a Capital cearense estava com 70%, bem diferente do quadro de Tauá, por exemplo, onde a Funceme registrou umidade relativa do ar de apenas 23%. Barbalha e Jaguaribe também ficaram com umidade do ar abaixo de 30%, com 28% e 29%, respectivamente. "O fenômeno ocorre em metade do Estado e deve permanece até novembro ou com a chegada das primeiras chuvas, em dezembro", diz o meteorologista.De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), índices de umidade relativa do ar menores que 30% caracterizam estado de atenção, entre 20% e 12% significam estado de alerta e abaixo dos 12% é considerado estado de alerta máximo. Os principais efeitos da baixa umidade para a saúde são secura na garganta e nos olhos e problemas respiratórios. A OMS recomenda que nos municípios onde ocorrem o fenômeno, a população beba bastante líquido para evitar desidratação.Nesse período do ano, a Defesa Civil Nacional não aconselha a prática de atividades físicas ao ar livre e orienta que seja evitada a exposição direta ao sol entre as 10 e 17 horas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário