sábado, 1 de agosto de 2009

Motoqueiros são 40% das vítimas no trânsito

O aumento da frota de veículos, o álcool e a imprudência são os principais fatores que favorecem os acidentes.O mês de férias escolares acabou, mas as lembranças permanecem. O problema é que nem todo fortalezense vai ter boas histórias para contar de viagens, festas, micaretas. Prova disso está no dia-a-dia do Instituto Doutor José Frota (IJF). Embora tenha havido uma queda de mais de mil atendimentos em relação a julho de 2008, a quantidade de vítimas da violência no trânsito aumentou no mesmo período. Neste ano, dos 14.294 atendimentos efetuados, 1.054 foram relativos a acidentes de trânsito. Desses, 40% (ou 432) são acidentes de moto.O aumento crescente da frota de veículos, o álcool e a imprudência são os principais fatores que favorecem esse tipo de ocorrência nas ruas de Fortaleza e do Interior. Nesse contexto, todos perdem: a vítima, que não raramente fica seqüelada ou incapaz; o hospital, que fica sobrecarregado com o atendimento; e o profissional de saúde, que precisa atender a uma demanda desmedida.Em 2008, o mês de julho no IJF foi de 15.538 atendimentos, sendo 993 referentes a acidentes de trânsito. Desses, a maioria (412) foram de acidentes de moto, além de 197 abalroamentos, 215 atropelamentos e 27 capotamentos.Já neste ano, apesar de a quantidade de pessoas atendidas ter diminuído para 14.294, as vítimas do trânsito aumentaram para 1.054. Mais uma vez, os acidentes de moto lideraram a estatística, com 432 ocorrências. Também foram atendidas 263 pessoas devido a abalroamentos, 200 por atropelamentos e 30 por capotamentos.Nos dois anos, um índice confirma as preocupações de quem lida com o problema diariamente: os acidentes de moto são responsáveis por 40% dos atendimentos motivados pela violência no trânsito. Os atropelamentos e abalroamentos ficam na média de 20%, cada.Na opinião do superintendente do IJF, Messias Barbosa, o uso de bebida alcóolica continua sendo o combustível dessas ocorrências. Na segunda-feira após o Fortal, das 70 macas dispostas na Emergência, 40 eram de vítimas da festa, a maioria alcoolizada e aviltada com traumas e politraumatismos. “Tudo resultado de quem vai para a folia e exagera no álcool”, analisa Barbosa.Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de janeiro a abril de 2008, foram registradas 1.288 vítimas em acidentes envolvendo motociclistas na Capital. No mesmo período deste ano, a quantidade saltou para 1.884, o que representa aumento de 46,27%. Enquanto as vítimas fatais diminuíram 19,05%, caindo de 21 para 17 de um ano para o outro, o número de feridos graves cresceu 31,15% (de 183 para 240), e o de feridos leves, 50,09% (1.084 para 1.627), no mesmo período.Para o superintendente, a demanda formada por esse público compromete o atendimento. “Na medida em que o profissional demora a atender, o paciente e o diagnóstico são prejudicados, e o sistema fica sobrecarregado”, alerta.

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