sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Máscaras e álcool em gel faltam nas farmácias

Artifícios para se proteger contra o vírus H1N1, causador da Influenza A, como álcool em gel anti-séptico para mãos e máscaras de proteção, já estão faltando nas farmácias e estabelecimentos comerciais de Fortaleza. Em alguns locais, o aumento da procura por álcool em gel chega a 80% e nem sempre os produtos estão disponíveis para o consumidor.Monitoramento realizado pelo Diário do Nordeste constatou que os produtos estão em falta em grande parte das farmácias da cidade. Até as lojas que fazem parte das grandes redes farmacêuticas, como também os pequenos estabelecimentos, não têm máscaras nem álcool em gel disponíveis para a compra.“Estamos sem álcool e gel e máscaras há cerca de uma semana. As distribuidoras só nos dizem que já fizeram pedidos, mas que não tem previsão de quando vai chegar. A procura aumentou muito desde que começaram os casos da gripe A”, explica o vendedor Alberto Tavares, que só dispõe de álcool líquido no balcão da farmácia onde trabalha.Em outra drogaria, a última unidade de álcool em gel foi vendida ontem à noite. O balconista Nonato Santos explica que o produto já foi reposto várias vezes e que a farmácia passou a comprar uma quantidade bem superior do que antes. “Não temos máscaras nem álcool no momento, mas estamos aguardando a chegada”, disse Nonato Santos.Mais vendasAté mesmo nos estabelecimentos de grande porte, que fazem parte de redes comerciais, os produtos estão faltando. Nos sistemas de entrega domiciliar de farmácias de grande porte, as atendentes explicam que, por causa da grande procura, os produtos que chegam saem logo, mas que o que mais acontece é que não existe quantidade suficiente para a venda e que não há data definida para a chegada de novas remessas.Por outro lado, lojas especializadas em produtos hospitalares ainda dispõem desses artifícios em quantidade razoável. Os valores do álcool em gel variam de R$ 5,00 a R$ 16,00, em diferentes volumes, de 50ml até um litro. Já as máscaras tipo N-95 ou bico de pato usados em hospitais podem ser adquiridas a partir de R$ 6,00.Desde a chegada da Influenza A no Ceará, uma loja de produtos hospitalares na Avenida Desembargador Moreira teve um crescimento de 80% nas vendas de álcool em gel e máscaras. A gerente da loja, Silvia Regina Ramos, destaca que a loja tem estoque dos produtos e diz que muitas escolas, empresas e outras instituições estão comprando os produtos em grande quantidade.“O que eu vejo é que as pessoas estão muito preocupadas em se proteger, o que é muito positivo para evitar mais casos da doença”, considera.A vendedora de outra loja de produtos hospitalares na Avenida Antônio Sales, Michele Gomes explica que, por causa da procura, sempre estão se antecipando nos pedidos para não faltar.“Com certeza, pelo menos no último mês, é o que mais vendemos. Mas ainda temos muitas unidades no estoque”, disse. Além disso, conforme a vendedora, muitos clientes optam por levar máscaras comuns ao invés de levar os modelos N-95 e bico de pato por causa da sua forma.“A máscara bico de pato tem um formato que incomoda os clientes por ocupar quase todo o rosto. Mas a função dela é proteger e não ser bonita”. LIBERAÇÃOSincofarma defende a venda do TamifluA venda do antiviral Tamiflu, medicamento utilizado no tratamento da gripe A, mais conhecida como gripe suína, não é permitida no Brasil para evitar o consumo indiscriminado pela população. O medicamento somente é encontrado no serviço público de saúde, limitado a pacientes do grupo de risco — gestantes, crianças de até dois anos de idade, idosos, portadores de doença renal, cardíaca ou hepatites graves, pacientes em tratamento de quimioterapia e radioterapia, e portadores do vírus HIV.Mesmo o antiviral que tem o princípio ativo de fostato de oseltamivir (o mesmo do Tamiflu), já produzido pela Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, tem destinação orientada. No entanto, para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), João Magela, a venda do medicamento deve ser liberada.Para ele, encontrar o Tamiflu nas prateleiras das farmácias significa segurança para a população. “As pessoas se sentem desprotegidas por saber que não podem encontrar o medicamento. Não se trata de liberar, até porque para a sua comercialização precisa de receita médica, mas de ter opção no mercado”, destaca.De acordo com João Magela, as farmácias de Fortaleza não têm o medicamento antiviral disponível e só pode ser encontrado na rede pública. No Ceará, o tratamento dos casos de pacientes com o vírus H1N1 estão centralizados no Hospital São José, onde a administração do medicamento é gerenciada.A falta de álcool em gel nas farmácias e também de máscaras, de acordo com o presidente do o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos , acontece porque as indústrias que fabricam esses produtos não esperavam pela explosão desse consumo.“As indústrias estão produzindo em quantidade acima da capacidade para atender o mercado brasileiro. Hoje as farmácias não têm mais álcool em gel porque não dá tempo reabastecer. A produção não acompanha o consumo”. FIQUE POR DENTROAção pede liberação do antiviral no BrasilA Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou, na última terça-feira (dia 4 de agosto), ação civil pública contra a União, o estado do Rio de Janeiro e a Capital fluminense e integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a distribuição do antiviral Tamiflu disponível nos estoques do governo a toda a população brasileira.A ação destaca que o Tamiflu deve estar disponível em toda a rede pública e privada de saúde. Com base no que já é feito em outros países, como Estados Unidos da América e Grã-Bretanha, a Defensoria Pública da União está pedindo também a liberação da venda do antiviral nas farmácias e drogarias, estando esta comercialização condicionada à apresentação de receita médica por se tratar de medicamento que necessita de prescrição.A ação, se for julgada procedente pela Justiça, terá efeito em todo o território nacional, independentemente da gravidade do estado do paciente.

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