sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Hospitais centralizam tratamento da gripe A

Os pacientes com suspeita de infecção pelo vírus H1N1, causador da gripe suína, continuam sendo encaminhados ao Hospital São José (HSJ). Este procedimento desobedece a determinação do Ministério da Saúde para descentralizar o diagnóstico e o tratamento da doença no País.Na tarde de ontem, dezenas de pessoas procuraram o Hospital Distrital Gonzaga Mota (Gonzaguinha) do José Walter apresentando os sintomas da gripe suína. Entretanto, segundo o diretor técnico da unidade, Gilvan Bezerra, os pacientes são atendidos e, em casos suspeitos, encaminhados à unidade de referência (HSJ).“No momento em que alguém nos procura com febre, tosse, e dores no corpo, nós orientamos o uso de máscaras, que o hospital fornece. Se o paciente, após atendido pelo clínico geral, for classificado como caso suspeito, nós providenciamos a transferência”.Na chegada do Gonzaguinha do José Walter, ainda na recepção, enfermeiras usando máscaras cadastram e realizam o pré-atendimento dos pacientes. O porteiro e até um guarda municipal usam o acessório. A explicação é a prevenção.Dentro do hospital, dezenas de pacientes nos corredores, ambulatórios e emergência aguardam atendimento ou tratamento com os rostos cobertos. “É apenas um cuidado. Aqui é uma aglomeração de gente e alguns com sintomas. Dessa forma, é melhor se precaver”, comentou a técnica em radiologia Daniele Mendonça, que levou a filha Letícia, de três anos, para tratar de uma dor de garganta associada a febre.Segundo determinação do Ministério da Saúde, as unidades de atenção primária (postos de saúde) e secundária (hospitais como os gonzaguinhas e frotinhas), além de hospitais particulares realizem atendimento, diagnóstico e tratamento de pacientes com a gripe A H1N1.EquipeNa tarde de ontem, de acordo com Celma Cidrão, secretária da direção-geral do Gonzaguinha do José Walter, trabalhavam na unidade dois clínicos gerais, dois pediatras, dois obstetras e um anestesista. “Além desse pessoal, as equipes de enfermagem também estão capacitadas para atender os casos. Também temos cartazes e folderes explicativos em todas as dependências do hospital”.Para o soldador Francisco Robson Araújo, o atendimento do Gonzaguinha é bom, mas pode melhorar. “O médico trata a gente bem e é atencioso, mas demora muito pra atender. Estou há três horas aqui e ainda falta um exame”, relata.Ele foi ao hospital suspeitando estar com a nova gripe, mas de imediato o caso foi descartado. “Eu estava com febre pouca, menos de 38 graus. Também senti dores no tórax e agora vou ´bater uma chapa´ (exame de raio-x)”.A desinformação é um dos problemas que provocam a lotação dos hospitais. “Tem gente que tá só com dor de cabeça e acha que tem a gripe suína. É o medo misturado com a falta de conhecimento. O problema é que prejudica quem precisa de atendimento com mais urgência”, reclama a camareira Dolores Silva, que alegava estar com 39 graus de febre.GestantesDe acordo com o diretor técnico do Gonzaguinha, uma nova recomendação foi passada às unidades hospitalares ontem. “Gestantes com tosse suspeitas serão rapidamente transferidas para o Hospital São José. É um grupo de risco porque, nessa condição, apresenta queda na imunidade. Nossa área de emergência obstetrícia já está isolada para atendermos melhor esse perfil de paciente”, disse Gilvan Bezerra.

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